Rainha e o Bruxo

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Um bruxo, é conhecido por percorrer os reinos à caça de monstros e predadores, claro que quase todas as vezes o fazia por dinheiro. Muitos dizem que bruxos são assassinos que não tem misericórdia. Outros dizem que são seres miseráveis.

Naquele bruxo chama a atenção seus cabelos longos e claros poderia dizer que a cor de seus cabelos era idêntica à cor de meus longos fios.

Um empregado vem até mim e entrega-me uma taça com cerveja lá dentro. A taça não está 100% limpa mas não me podia queixar. Uma taberna não é para membros da realeza, muito menos mulheres. Bebo a cerveja e constato que era horrível mas não podia pedir melhor numa taberna. Bem na verdade nas tabernas de meu reino era muito melhor.

Olho para o bruxo e noto que ele também olha para mim. Desvio o olhar e passados uns minutos olho de novo e ele continua a olhar.

Algo nele fazia-me sentir algo estranho que nunca senti com mais ninguém. Não sei descrever o que era mas sentia que o conhecia desde sempre. Como se tivéssemos nascido no mesmo reino e eu o conhecesse desde criança. O mais engraçada é que nunca tinha visto aquele homem na minha vida.

- Se não é Geralt de Rivia. - um homem diz.

Olho sem acreditar nas palavras proferidas por aquele popular. Aquele bruxo que não parava de olhar para mim era um dos bruxos mais conhecidos de todos os reinos. Suas histórias eram contadas eu ainda não tinha nascido. Muitos o chamam White Wolf .

- Seu traste mutante. - outro diz.

Vários homens juntam-se à volta da sua mesa. Prevejo logo o que iria acontecer ali. Geralt levanta-se e o primeiro homem aproxima-se demais dele. Vejo sua mão a fazer o típico percurso de quem ia dar um murro mas logo Geralt pega sua espada e a espeta na cabeça do homem abrindo a mesma ao meio.

Começa uma luta. Todos os homens dentro daquela taberna tentam atacar Geralt mas nem um dedo conseguem encostar nele. Ele luta bem demais e sabia manusear muito bem sua espada.
Eu podia bem acabar com aquilo mas ninguém os mandou irem meter-se com ele.
No final só resto eu. Quem sobreviveu fugiu dali o mais depressa que conseguiu.

- Devia ir embora os guardas reais devem estar a chegar. - digo olhando para ele.

Geralt olha para mim e não diz nada. Vejo que se prepara para ir embora. Ele segue até à porta e sai. Ouço logo os guardas lá fora a falarem para ele.

- Ótimo.

Pego numa espada que estava no chão e saio da taberna. Geralt já lutava com eles. Eram demasiados mas ele está a dar conta.
Vou até lá e ataco alguns guardas os matando.

- Bem estão todos, saia daqui. - falo calmamente.

- Mm

Geralt vai até a um cavalo e sobe no mesmo. Conduz o cavalo até mim.

- Uma boa noite vossa majestade. - diz ao passar por mim.

Geralt cavalga para longe dali e eu meto-me pelos becos das ruas para não ser vista por guardas.
Sinceramente não sei qual foi a razão de o ajudar só senti que naquele momento era o certo a fazer-se. Apesar de ele não ter sido muito educado, nem um obrigada disse.
Ia para sair de um beco mas vejo guardas naquela rua e volto para aquele beco. Encosto-me a parede e espero que eles fossem embora, estava escuro e poderia ser que não me vissem ali.
Os guardar passam ali e tal como previa não me vêem. Eles são mesmo burros ou melhor a rainha deles é que é, por não os ensinar a verem os becos quando era preciso. Geralt poderia muito bem esconder-se ali e eles nem sequer olhavam.

Chego ao castelo entrando pelas traseiras. Eu não dizia que a rainha deles era burra. Não havia nem um guarda ali naquela zona.

Dirijo-me ao meu quarto e Melissa estava lá.

- Finalmente vossa majestade. - diz aliviada por eu estar ali.

- Ninguém deu por minha falta? - pergunto

- Não.

Melissa prepara meu banho e depois como sempre lava meu corpo e também meus cabelos, ela desta vez não tinha ajuda. Visto meu vestido de dormir e deito-me adormecendo logo.

A meio da noite acordo com um barulho levanto-me e vejo um vulto em frente à cama. Acendo a lamparina que estava na mesa de cabeceira e logo vejo quem é. Geralt de Rivia

- Que faz aqui? - questiono-o.

- Vista-se e venha comigo. - diz falando bastante baixo.

- Como assim?

- Ouvi uma conversa entre dois guardas reais daqui. Planeiam matá-la esta madrugada. - diz como se fosse algo normal.

- E porque deveria confiar na sua palavra? - digo o fazendo olhar em meus olhos.

- Prefere ficar aqui e ver o que acontece. - parecia estar irritado.

- Sei defender-me.

- Não seja teimosa, venha. - diz já sem paciência.

Não sei qual a razão mas faço o que ele manda. Claro que peço para me esperar do lado de fora do quarto enquanto me troco. Uns minutos depois saio do quarto e vejo os guardas que protegiam a porta desmaiados no chão.

- Não se preocupe não estão mortos.

Sigo ele até ao lado de fora do castelo. Vamos até as traseiras por onde eu entrei e lá está o cavalo dele. Geralt sobe e ajuda-me a subir e cavalgamos para longe dali. Um sentimento de rependimento me consome. Deixei lá Melissa e meus guardas e se fossem vingar-se neles ou até mesmo em Edward?

- Pare temos de voltar. - quase grito.

- Não podemos, não se preocupe eles ficarão bem.

- O que ouviu concretamente?

- A rainha Ellie ordenou matá-la pois segundo ela vossa majestade estava em seu caminho. - diz e eu não fico nada surpresa com isso.

- Para onde me leva?

- Seu reino.

Estava bastante escuro e de repente quase caio do cavalo mas logo envolvo meus braços em sua cintura. Paramos numa zona de mato e vejo uma pequena casa ali. Geralt sai de cima do cavalo e ajuda-me a sair.

Vamos até à casa e entramos. Geralt logo acende algumas velas que estavam ali.

- Está vazia há uns dias, iremos passar aqui a noite e amanhã voltamos à estrada.

Vou até à pequena cama que havia ali e deito-me.
O que raio me deu para vir com ele?
Eu nunca fugia de nada, muito menos de alguém que queria matar-me. Já o tentaram tantas vezes e eu nunca tive tal ato como tive agora. Eu tenho a certeza que me iria conseguir defender e depois matar aquela rainha imunda.
Mas algo fez-me vir com ele. Algo me puxou para que eu cometesse tal atrocidade.
E eu não sabia explicar o quê.

Até ao próximo capítulo.