Erik
Girava tudo muito rápido. Eu sentia a música latejar dentro da minha cabeça, não era a primeira vez que eu me envolvia numa festa dessas. Não era minha primeira vez bêbado e chapado, eu já o tinha feito umas mil vezes. Mas como de costume, de todas elas eu me mantive na bebida.
Essa era minha distração.
Beber para esquecer os problemas que eu tenho, esquecer tudo de mau que vêm acontecendo na minha vida como o facto de eu ter que viver com uma doença por toda vida, ter de mudar de casa e ter que deixar tudo o que me faz feliz. Eu precisava definitivamente esquecer isso, porque daqui a alguns dias, eu estarei numa outra casa, convivendo com vizinhos barulhentos ou daqueles vizinhos fofoqueiros.
Esquecer os problemas para poder me focar no presente.
Dou um gole com a garrafa, eu cansei de usar um daqueles copos descartáveis, da garrafa é mais apreciado.
-- Erik! -- Léo me chama, ele está noutro sofá do outro lado dessa sala que não é la muito iluminada
Nós estamos na casa dele, Léo é um perito em festas de arromba e em nos por atrás das grades. Ele organiza as melhores festas para quem busca diversão e descontração.
A festa é na sua sala, com seus pais fora ele aproveitou para a farra. Um sistema de som montado, sofás num canto e especialmente reservados para todo meu grupo, bebidas e música.
-- Erik eu tou te chamando caralho! -- ele atira uma almofada contra mim, não mexo um músculo sequer para me desviar porque ele atirou a almofada para o lado e ela foi direto ao chão.
-- não fala como se eu fosse seu filho. -- digo num tom de alerta, eu não permito que eles me tratem como se eu fosse qualquer um
-- olha só, o Erik bravinho pôs as garras de fora. -- debocha Patrícia, ela é minha amiga e a definitivamente a última miúda com quem eu sairia. -- Passou o efeito dinossauro?
-- eu não tomei nenhuma dessas porcarias que vocês tomaram. -- jogo a cabeça no encosto e fecho os olhos, um momento de paz. -- Vocês vão para o xadrez.
-- um vaporizador elétrico, acha que a bófia se rala pra nós? -- diz Trent, um tipo que não faz mais nada além de pegar garotas e se divertir com elas, e com suas drogas "não viciantes" segundo ele.
-- vocês estão todos chapados, e eles vão perceber isso. -- aponto pra cada um deles. -- E não contem comigo para vos livrar dessa.
-- nós sabemos que você não vai dar as caras por lá, mas vamos ao que interessa. -- diz Trent, ele esfrega as mãos e se ajeita no sofá pronto a falar alguma coisa que não dará em boa coisa. -- Léo.
-- Erik, verdade ou consequência, -- pergunta Léo.
-- porque eu? Começa com a Tricy ou qualquer outra pessoa. -- digo fugindo a brincadeira mais parva de sempre.
-- Tricy.
-- verdade. -- diz
-- você tem um fraquinho e já deu uma para o Trent? -- pergunta Léo.
-- consequência! -- diz nervosa.
-- ela já deu! -- caio na gargalhada, ela parece mais vermelha por nos ver rindo dela. -- Eu não acredito que você deu para o Trent.
-- o filho da mãe mal veste as calças sozinho. -- digo.
-- eu não quis tá bom! Aconteceu. -- diz irritada, ela não é muito paciente. -- Passemos ao Erik.
Todos viram pra mim. O jogo que eu mais detesto chamava por mim e eu tinha que tratar disso antes que eles começassem com suas conversinhas
-- eu vou pra casa. -- junto forças para os meus braços poderem me ajudar a subir e eu sair daquela cadeira que estou sentado a horas.
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E Como Fica O Coração Dela? | Em Revisão| Divulgação.
RomanceE s derepente o carinho por uma pessoa tão diferente de nós levasse a um sentimento inexplicável? E se dois corações tão diferentes pudessem se completar? E se eu me apaixonasse por ele de um jeito profundo? Foi exatamente isso que aconteceu... Kend...