Foi no dia seguinte que algo mudou definitivamente.
Hinata se despediu de Kageyama e disse que o esperaria no terraço, já que o professor disse que queria falar com o levantador.
Assim que passou pela porta que dava ao terraço da escola, os olhos de Tobio foram automaticamente para um cigarro que o ruivo levava até a boca.
- Não mesmo. - falou e apagou o cigarro, assim que tirou dos dedos do outro.
- Oe, Oe, Oe. Bakageyama, o que deu em você?!
- Não quero que fume.
- E que autoridade você tem para me dizer o que posso ou não fazer, hein?
- Eu... Nenhuma. - respondeu e desviou o olhar
- Ok, não fumo quando você estiver por perto. - deu de ombros.
- Não quero que fume, Hinata. - o que estava falando? Que merda Kageyama estava na cabeça?
- Você não tem querer, Kageyama. - falou sério e andou para um lugar com sombra, onde havia deixado seu almoço e uma garrafa de suco. - Não posso deixar de fumar. - disse, se arrependendo logo em seguida.
- Porque não?
Ele sabia a resposta, ele não sabia só o porquê de ter falado aquilo.
- Vício? Sei lá. E eu também nunca tentei parar. - mentiu. Já havia tentado parar, mas as consequências para um viciado largar o vício não eram nada agradáveis.
- Você joga vôlei, boke. Isso vai fazer mal para você. Pode ser agora ou no futuro, e acho que você já sabe disso não, é?
- Tsc, Tsc. Parece meus pais falando. Vamos comer!
- Quer que eu te ajude?
- Em que?
- A parar. - Tobio se perguntava porque queria tanto ajudar alguém que praticamente acabou de conhecer, isso vinha martelando em sua mente já fazia uns bons minutos.
- Não. Estou bem. Também não sei se você já percebeu, mas sou ômega. Quantos ômegas você já viu jogar profissionalmente? - arqueou uma sobrancelha em busca de resposta - Nenhuma! Porque não existem. Porque somos proibidos. Então, tecnicamente, minha carreira estava fadada ao fracasso desde o início.
- Mas depois daqui, pode jogar em um time da faculdade, ou sei lá.
- Não vou fazer. Não quero perder tempo com essas merdas. Só estou terminando o ensino médio para conseguir um emprego decente.
- Você poderia ser o primeiro ômega a tentar virar profissional, essa ideia não te agrada?
- Ser o primeiro significa enfrentar barreiras, sacrifícios e tentar não cair por conta dos outros. Não quero ser o primeiro. Então, não, não me agrada essa ideia.
- Você é difícil.
- E você se acha o dono da razão.
- Eu sei que não tenho o direito...
- Que bom que sabe. - o cortou antes que continuasse.
O clima ficou estranho. Não falaram nada mesmo depois de terminarem o almoço.
Quando Hinata percebeu que faltava pouco tempo para irem embora, percebeu que o alfa dormia, numa posição no mínimo dolorida.
Sorriu com a cena. A face serena de Kageyama adormecido não parecia nada com a que ele esbanjava quando estava acordado. Parecia mais leve.
Hinata só não sabia que a causa disso era ele.
Sem pensar muito, trouxe Tobio para seu colo e apoiou a cabeça do maior em suas pernas, fazendo carinho nos cabelos lisos.
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Kagehina - Destinados
FanficPoderíamos descrever uma série de acontecimentos como sendo obra do Akai Ito (ou fio vermelho do destino), mas este, é fraco. Você se encontra com seu par ideal, mas podem não ficarem juntos e assim seguir sua vida. Em contrapartida, existem os dest...