14 - Kageyama

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Kageyama talvez não servisse para ser uma pessoa que fica com raiva do seu amado.

Estava irritado, preocupado e um caralho a mais com Hinata, mas nenhuma mensagem chegou no celular dele.

Ou ele enviou alguma para o ruivo. Claro, o ruivo é quem deveria se sentir culpado, não o contrário.

Nem para saber que horas Tobio voltaria para casa dos Hinata, Shoyo perguntou.

Antes de saírem da casa dos Hinata, naquela manhã, ele já havia dito que iria para casa no final do dia, afinal, precisava de mais roupas para deixar ali, já que anteriormente só trouxe a farda do colégio e roupas de dormir, apenas.

Mas cara, Hinata não poderia ter insistido só mais um tiquinho?

Ou ele que estava sendo muito infantil e sentimental? Não, suas preocupações eram reais.

Bufou e terminou o banho.

Queria mesmo era ficar ao lado de seu ômega e só.

Mas como poderia depois do dia frustrante que teve? Ainda pensou em cogitar a ideia de ligar para seu pai e pedir que voltasse mais cedo do trabalho, para o ir deixar na casa dos Hinata, mas não o fez. Parecia orgulho? Pouco ligava, estava frustrado demais para tentar encarar Hinata.

Foi subjugado pelo próprio ômega e pela alfa de nome Mei, suas preocupações não foram levadas a sério e depois quase foi espancado por gente que nunca viu. Era para ele estar super de bem com tudo que houve? Não. É justamente por isso que ele estava se remoendo tanto.

Custava Hinata dizer que chegou bem em casa? Pedir desculpas? Ou, pelo menos, aceitar que continuar nessa vida é ruim? Poxa, ele parecia estar amando sozinho. Amar... Ele não tinha visto por esse lado, era amor mesmo? Tinha certeza que sim.

O sentimento era diferente de quando estava com Oikawa, não parecia ser um sentimento de descoberta, mas... Algo como admiração, e lhe dava uma sensação de conforto e futuro, além de lhe dar sempre ansiedade e nervosismo sempre que queria ver a cabeleira assanhada e ruiva do companheiro.

Com Oikawa era tudo sempre tão rápido, só de vezes... Com Hinata tudo parecia ser tranquilo e sempre bom, como um lençol quentinho numa noite fria de inverno, ou um beijo de reencontro no meio da chuva. Ficar com Hinata o fazia pensar em coisas que antes eram muito melosas para si, e naquele momento, não estava desgostando delas.

Suspirou.

Enfim, não tinha culpa do que aconteceu e tinha razão em estar chateado, só esperava Hinata notar isso.

Sua linha de pensamentos foi interrompida quando seu celular apitou.

Euforia era a palavra que sentiu ao escutar o barulho - normalmente - irritante do aparelho, que naquele momento parecia ser uma ópera cantada por anjos.

Mas logo em seguida, decepção.

Ok, claro, não era só decepção, tinha surpresa, curiosidade e mais outros fatores, porém, decepção predominava, queria falar com o ruivo, não com Mikasa, sua mãe.

Suspirou e desbloqueou a tela, mas antes que pudesse ler o que tinha escrito, a mulher já estava lhe ligando.

- Oi, mãe?

- Tobio... Como você está?

- Bem.

- Está em casa?

- Sim. O que aconteceu? Você não me liga faz... Uns quatro anos. - ele escutou a mulher suspirar do outro lado

- Podemos nos encontrar?

Kagehina - DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora