Capítulo I

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Tentei andar com o máximo de cuidado possível pelas calçadas de pedras da faculdade, procurando não levar um tombo no primeiro obstáculo pela ausência dos meus óculos de grau.

Pisei em algo com um formato meio arredondado, presumi ser uma pedra pelo tato aguçado da sola dos meus pés sobre o tecido e solados finos da minha pantufa preta. A chutei com toda força que eu tinha, a arremessando longe.

Ter três graus de miopia além de dois e setenta de cinco de hipermetropia, por fim, estar perdida em um lugar público onde tudo poderia te atingir, não era nada seguro.

Mirae vai me pagar caro por ter roubado meus óculos, ela acha que tenho culpa dos malditos problemas dela.

Oxigenada desgraçada.

Acha que pode me culpar porque o otário do namorado fez um comentário estúpido sobre minha beleza peculiar. Só quero entender onde começa a ser problema meu a opinião e ótimo bom gosto dele ao meu respeito, ou de qualquer outra.

Nem tamanho de gente ele possui. Além de ser totalmente desinteressante, não faz nenhum pouco o meu tipo. Não que eu seja fura olho ou algo do tipo, ela acha que escondendo meus óculos e minhas lentes vai mudar alguma coisa. Chega a ser ridículo o ciúme dela, quando seu namorado não é exatamente um exemplo de beleza masculina.

Tsc, garota irritante...

O vento soprava frio no crepúsculo e o céu nublado sem estrelas entregava que choveria logo. Se não buscasse um abrigo, acabaria ensopada no caminho. A brisa gélida que passou por mim, me arrepiou inteira, fazendo meu corpo encolher em busca de aquecer-se, já que o tecido leve do meu pijama de seda preto não era nem de longe o bastante para me cobrir e impedir o frio.

Fechei o robe comprido que usava por cima, que de nada adiantava, apenas estava deixando o tecido ainda mais frio. Ele não possuía bolsos, apenas me cobria até os pés, suas mangas iam até meus cotovelos, possuindo detalhes em renda nelas e na barra da peça de seda.

Coloquei meus fones na orelha, dando play na música que já estava na tela de outra hora que estava ouvindo. As pessoas passavam me encarando, como se eu fosse de outro mudo. Um bando de sem o que fazer, para estarem reparando em mim ao invés de cuidarem do próprio nariz.

Desocupados.

Sei que não é normal alguém estar andando de pijama pelas ruas em plena quarta-feira, nem mesmo é dia de festa, mas não precisam ficar me encarando assim.

Já faz duas semanas que cheguei na Universidade e ainda não tive o prazer de encontrar uma companhia descente, nem mesmo aquelas de uma noite. Pensei que os universitários desse lugar eram mais animados e do tipo que topam tudo, mas parece que, até agora, me enganei.

Não me admira que eu tenha que mostrar para essa galera como é que se faz.

O tédio estava tomando conta de mim, mas a raiva que estava da prostituta da minha colega de quarto parecia aumentar a cada segundo, me dando vontade de matá-la por estar me causando tantos problemas em tão pouco tempo. Me sujeitei a sair do quarto, antes que acabasse cometendo uma atrocidade e socando aquela cara lavada que a desgraçada tem.

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