Depois de Portgas D. Ace

O irmão, Sabo

O nome da ilha é Kiōdai Ai, que significa Irmandade, um nome bastante apropriado, mesmo que algo doa no coração de Sabo pela ironia.
É um pequeno pedaço de terra inabitável localizado bem no coração do território de Shanks e, graças a rede de espiões muito bem comandadas por Rockstar, é um verdadeiro desafio se infiltrar até ali sem ser detectado, mas tudo vale a pena no momento em que ele vê o túmulo.
Podem ter passado dois anos desde aquele pesadelo horrível, mas Sabo ainda não havia vindo visitar, não quando ele não sabia se ele deveria lamentar um irmão ou dois, mas foi uma localização que ele fez questão de conseguir no momento que ele conseguiu digerir todas as suas novas informações, e é por isso que ele tira um momento apenas para analisa-los. O túmulo de Ace não é tão grande quanto o de Barba Branca, mas isso é bom (seu irmão nunca quis realmente ser o maior, embora ele mesmo não soubesse disso) e seu nome esta gravado no mármore de forma clara (Portgas, não Gol, e Sabo está grato por quem quer que tivesse feito essa lápide tenha se lembrado desse detalhe tão importante), há um chapéu de cowboy laranja que ele só reconhece pelo cartaz de procurado (é engraçado, porque Ace sempre zombou da mania dele e de Luffy por usarem um desses e no fim ele conseguiu um para si próprio. O Revolucionário tenta não se emocionar com isso) e um colar de contas vermelhos pendurados, porque o pequeno idiota era sentimental assim embora tentasse esconder de todos (Sabo tenta ignorar o fato de que ele próprio tem um desses enterrados em uma das gavetas de seu quarto na base, obtido no reconhecimento de uma das centenas de missões que ele fez para o Exército Revolucionário por motivos que nem ele mesmo sabia até que pudesse de lembrar de Dadan mais uma vez).
Ace teria gostado, Sabo pensa em aprovação enquanto se senta RN frente ao monumento e produz de dentro de suas vestes um jornal que ele coloca ali.
Há uma notícia nesse jornal, uma muito importante que foi todo o motivo que trouxe Sabo até ali, também é uma notícia que acalma seu coração e o permiti respirar de forma mais leve do que em qualquer outro momento nesses últimos dois anos. O título da notícia é esse:
MUGIWARA NO LUFFY ESTÁ VIVO.
Foi a melhor matéria que Sabo leu em sua vida e ele não conseguia parar de sorrir por isso, afinal, seu irmãozinho estava vivo e Sabo podia reencontra-lo porque agora ele também se lembrava, ele finalmente se lembrava e Ace precisou morrer para isso e...
Ele afasta os pensamentos ruins, porque ele já os teve por 742 dias e agora não é hora para isso, então ele pega a sacola que trouxe  e tira de lá uma garrafa de saquê (é da mesma marca barata que eles usaram naquele dia, tanto tempo atrás, quando fizeram o juramento mais importante de suas vidas) e depois três copos de sakazuki vermelhos (não são os mesmos, porque para ser os mesmos implicaria em voltar para casa e ele não está pronto para encarar Makino, Dadan ou mesmo os bandidos).
O sentimento de ser o único a beber é agridoce, mas esta tudo bem, ele foi o único a quebrar o juramento também.
— Você fez bem. Considerando que você está sozinho nesse e você é você e Luffy é o Luffy, você fez mais do que bem- Sabo diz e gosta de imaginar que o espírito de Ace esta ali, o ouvindo- Mas é a sua vez de descansar agora, eu cuido do nosso irmãozinho fraco.
Ele não diz mais nada e também não deixa que as lágrimas que tanto querem escorrer por suas bochechas se libertem. Ele não pode, não tem esse direito, não quando ele falhou com o irmão (se é que ele pode continuar se chamando assim) e a única pessoa cuja a opinião sobre o assunto realmente importava ele ainda não havia encontrado
Sabo volta para a costa então, onde Koala e Hack o esperam com um navio com destino a Dressrosa.
Ele tinha um irmão para encontrar e uma fruta para conseguir.

Sério que eu demorei tudo isso para postar um capítulo que estava escrito desde o início? Enfim, espero que gostem