Contos Lesbicos

Nova colega de classe

Entro na aula de biologia faltando apenas alguns segundos para o sinal bater. Deslizo rapidamente em uma carteira e coloco meu material na mesa, para então levantar o olhar para a frente da aula. Junto a professora se encontra o supervisor e uma garota que nunca havia visto antes.

Com a sala quase toda cheia, o sinal para o início da aula toca. O supervisor dá um passo a frente e espera todos se calarem para então começar a falar.

- Bom dia a todos. Temos uma nova aluna na classe e vim apresenta-la. Esta é a Rebecca. Sejam receptivos com ela, por favor.

Ele dá um aceno com a cabeça e se retira da sala.

A garota, então, começa a andar até uma carteira próxima a minha e desvio meu olhar para ela. Ela é bonita. Morena, com uma mecha vermelha, e usa uma meia arrastão por baixo da saia do uniforme. Os meninos vão cair em cima.

Troco um cumprimento com ela e volto a olhar para a professora que está anotando algo no quadro. Ela termina e se vira para a classe.

- Bem, bom dia a todos e seja muito bem vinda, Rebecca. Hoje eu vou passar algo mais dinâmico pra vocês. Formem duplas e venham até a minha mesa para pegar o tema do trabalho.

A sala toda começa a resmungar e alguém diz:

- Não era algo mais dinâmico, professora?

A professora revira os olhos e respira.

- Sim, interagir com outros colegas é dinâmico. Mas se vocês tivessem deixado eu terminar, eu ia dizer que vocês estão liberados para começar o trabalho aqui na classe ou em outro ambiente da escola. Algum de vocês precisarão usar o laboratório, usar a biblioteca ou os dois.

Os alunos fazem um barulho mais agradecido e começam a formar as duplas. Olho ao redor para ver se encontro alguém com quem eu tenha mais afinidade para fazer o trabalho, mas, antes que eu termine de analisar a sala, a menina ao meu lado me chama.

-Ei, você de cabelo amarrado.

Passo a mão no meu rabo de cavalo enquanto me viro em sua direção.

- Você se importa de fazer o trabalho comigo dessa vez? Só até eu conhecer mais gente, prometo não ser uma chata. -ela sorri enquanto masca um chiclete. O movimento chama minha atenção pra um piercing em seu lábio inferior que eu não havia notado.

- Sem problemas. -dou um sorrisinho amigável.

Nós duas nos levantamos e vamos até a mesa da professora que nos entrega uma folha com o tema e as instruções sobre o trabalho. Nos afastamos um pouco de sua mesa e lemos o papel.

- Praticamente tudo é teórico. Sem a emoção do laboratório, hein? - Rebecca comenta e levanto meu olhar do papel.

- Pelo menos assim não corremos risco de errar nada. A gente só precisa pesquisar. Vamos pra biblioteca?

- Na verdade, -ela estoura uma bolha de chiclete- como é o último horário, a gente podia ir lá pra casa e fazer a pesquisa por lá. Não comi direito no almoço e tô faminta.

Ir pra casa dela? Eu mal a conheço.

- Tem uma lanchonete no refeitório que funciona o dia todo. Acho que a gente vai ficar melhor aqui na biblioteca mesmo. -digo, meio receosa. Sou péssima em falar não.

Ela ri e bufa.

-Vai nada. Vamos, lá em casa tem uma torta fantástica que a cozinheira fez.

Ela segue pra sua carteira e pega sua mochila, sem me dar a chance de rebater a ideia novamente. Acabo aceitando a ideia e vou juntar meu material também. No caminho para o estacionamento apenas mando uma mensagem para a minha mãe com o endereço, no caso dessa garota ser uma psicopata.