Capítulo 4

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Capítulo 4
Arthur

Me permiti acordar mais tarde do que sou acostumado pois estava exausto. Ontem a reunião que era pra ter acabado no máximo às 19h30, começou nesse horário. E eu nem pude ir á peça da Lua e encontrar com meus amigos, mas em contrapartida, não podia reclamar e nem adiar, já que sou novato na gravadora e não posso já começar reclamando. Acordei às 10h e já mandei uma mensagem pra Lua pedindo o endereço do teatro, pois quero ir hoje. Quero mesmo ir assistir. Ela me mandou o endereço sem nem mandar um "oi" e fiquei um pouco cismado. Será que ela não gosta de mim? Acho que não tem motivo... só nos vimos uma vez. Será que ela ficou brava por que não fui na estreia?

Limpei a casa e fiz um almoço pra mim, já que hoje eu não tinha nenhum compromisso e aproveitei pra terminar de arrumar tudo por aqui. Quando terminei a arrumação, já eram quase 16h. Então aproveitei para encomendar umas flores em uma floricultura aqui perto de casa e depois resolvi ir malhar na academia aqui do prédio. Quando deu 18h30, subi para me arrumar, comi alguma coisa e por volta das 19h25 saí de casa, passei na floricultura para pegar o buquê - acho que exagerei no tamanho, mas pelo menos estão lindas - e segui em direção ao teatro.
Cheguei lá já eram 20h32 e já tinham liberado o acesso do público ao teatro, consegui sentar na terceira fileira e enquanto aguardava, fiquei rolando o feed do instagram para o tempo passar mais rápido, estava ansioso e nem sei direito o porque...
Estou distraído com meu celular, quando ouço uma galera chegando e sentando nas cadeiras atrás da minha.

- Terrinha, senta aqui do meu lado! - Uma menina que aparentava ter uns 18 anos e que por sinal me lembra muito alguém, diz. Dou risada na hora. Os elementos que o Chay falou eram reais. Não consigo parar de rir.

- Não Estrela, vou sentar aqui do lado da mãe mesmo. - A Terra responde. Cara, eu juro por Deus que estou rindo muito. Eu tinha uma leve impressão de que o Chay estava só zoando naquele dia do bar.

O sinal toca avisando que a peça já vai começar e eu me esforço pra olhar pra frente e parar de prestar atenção na constelação atrás de mim. Após o terceiro toque a cortina se abre e Lua aparece cantando em cima de uma plataforma remetendo a sacada de um quarto. Como ela tá linda... O cabelo loiro ondulado caindo em seus ombros, a maquiagem leve com um batom rosa bem clarinho. A camiseta branca junto com a saia roxa curta e rodada. Eu não sei o que mais me encanta nela, se é o fato dela ter ficado com cara de treze anos com essa roupa ou se é o fato dela cantar bem pra caralho. Que voz!!!
Acho que a hora nunca passou tão rápido quanto nessas duas horas que fiquei assistindo a peça. Quando me dei conta, o elenco já estava indo para frente do palco um por um e a plateia de pé aplaudindo. Lua foi a última - por ser a protagonista - e a galera que estava atrás de mim começou a gritar e assobiar enlouquecidamente. A cortina se fechou e as luzes se acenderam, indicando que a peça havia acabado. A maioria das pessoas se levantaram e começaram a ir embora, ficando só as que estavam esperando alguém do elenco. Voltei a me sentar para aguardar Lua e enquanto isso comecei a mexer no meu celular. Após um tempo,uma galera que estava do outro lado da plateia começou a gritar, quando olhei, vi que o pessoal do elenco estava começando a sair. Minha mão está suando... Peguei o buquê que tinha deixado no chão ao lado do meu pé e fiquei esperando. Até que ela apareceu. Meu Deus como ela está linda. Ela não parece mais a menina que vi agora a pouco no palco... agora ela tá uma... uma mulher. Ela está usando um vestido vermelho de cetim colado ao corpo, uma bolsa preta e um salto agulha. Tá um contraste perfeito. Que mulher! Eu juro que por um momento eu penso estar sem fôlego. Ela vindo em minha direção com a chave do carro em uma mão e com a bolsa no outro braço é com certeza uma das cenas mais bonitas que já vi. Deveria ser proibido uma mulher usar um vestido desses assim... meu Deus, aqui ficou mais quente ou é impressão minha?

- Ai que lindaaa! - A irmã dela gritou quando ela se aproximava da gente.
- Você veio mesmo! - Lua fala sorrindo quando chega perto da gente olhando pra mim e depois olha pra família dela que está atrás de mim
- Oi meu amor! Que orgulho de você! - Um homem diz enquanto a abraça.
-Obrigada papai! - Lua abraça sua família toda e eu assisto a cena que tá quase meio que em camêra lenta focada completamente no rosto dela - bem, pelo menos na minha cabeça, está assim -.
- Arthur, essa é a minha família! Meu pai Billy, minha mãe Maria Cláudia, minhas irmãs Marisol, Estrela e Ana Terra e meus irmãos Pedro Sol e Daniel Céu. - Lua falou sorrindo e apontando para cada um.
- Gente, esse é o Arthur! Um amigo de longa data do Chay que se mudou agora pra cá - Eu sorrio pra eles enquanto agradeço.
- Prazer, Arthur! - Uma das irmãs dela fala enquanto os outros acenam para mim e depois voltam a conversar. Observo ela pedir um tempinho pra eles e  depois vem falar comigo de forma mais reservada.
- Obrigada por ter vindo, Arthur! Espero que tenha gostado! - Ela fala com um sorriso.
- Eu amei! Foi incrível! - Falei sorrindo - Ó! Trouxe pra você! - Falo enquanto pego o buquê que nessas alturas já tinha deixado em cima de um assento do teatro e a entrego. - Com certeza vou querer vir te assistir de novo qualquer dia.
- Ahhh, que amor! Muito obrigada! São lindas! - Ela pega o buquê e o cheira enquanto olha pra mim. Caralho, que mulher linda!
- Eu... eu ia te chamar pra comer alguma coisa ou beber alguma coisa... ou os dois, se você quiser, claro! Se não e... - Falo tremendo. O que tá acontecendo comigo?
- Éee... é que eu já combinei de sair com minha família... - Ela me fala meio sem graça. Droga! O que que eu to fazendo?
- Ah, tudo bem! - Falo mais sem graça que ela.
- Como ontem nós não pudemos sair, pois todo mundo ia trabalhar hoje cedo, a galera decidiu deixar pra sairmos na semana que vem! Ainda vamos combinar tudo certinho no grupo.
- Ah, tudo bem! Semana que vem a gente sai então... eu vou indo, porque já tá tarde né?! - Falo sorrindo.
- Mas se você quiser vir comigo e com minha família também... - Ela responde meio sem graça.
- Não, não! Tudo bem! Semana que vem a gente sai com a galera!
- Tudo bem! - Ela sorri e eu vou dar um abraço de despedida nela.
- Até semana que vem, então! - Falo enquanto a abraço de leve. - A peça foi incrível! - Inspiro o ar no pescoço dela antes de me afastar. Que cheiro bom! Ela é muito cheirosa!
- Obrigada, Arthur! Obrigada por vir! - Ela sorri e me agradece mais uma vez antes de eu me afastar.

Quando chego ao estacionamento percebo que estou sorrindo sozinho. Ela é tão simpática... Eu to bobo do quão talentosa ela é! Canta e dança super bem... Ligo o carro e quando penso que não, já estou na rua da minha casa. Acho que me distrai demais pensando nessa peça...

Rabisco - Fic LuArOnde histórias criam vida. Descubra agora