Capítulo 3

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Vinicius

Estava de saco cheio da empresa e não era nem hora do almoço. Tudo isso se devia a uma encomenda de algumas fragrâncias ter sido extraviadas. Aquilo me matava um pouco a cada dia. Como a incompetência do ser humano podia foder com todo o meu dia e com o meu dinheiro gasto?

Pedidos atrasariam, pessoas ficariam estressadas e eu teria que ouvir de vários clientes a encheção de saco por ter atraso nas encomendas. Eu não era conhecido por fazer qualquer coisa errada, por isso, ficava com mais ódio.

Minha empresa era conhecida por fabricar os melhores produtos de linha de primeira. Os melhores perfumes, e nesse momento iria ser conhecida por atrasar pedidos.

— O senhor quer que eu ligue para a manufatura e peça para tentarem fabricar com urgência os pedidos que foram extraviados? — Camila, minha secretária, questionou.

— Sim, faça isso. Irei ligar diretamente para os clientes e tentar resolver esse problema com o atraso das mercadorias.

— Sim, senhor.

Assim que Camila saiu de minha sala, peguei o telefone para fazer o que havia dito. Depois de mais de quarenta minutos me desculpando por ter acontecido a pequena tragédia com os produtos, meus clientes entenderam, e eu pude voltar a respirar normalmente.

Mas o dia já estava acabado para mim. A minha cabeça explodia de dor, só queria voltar para minha casa, ver o meu filho e depois tentar relaxar. Tirar todo o estresse que estava em meu corpo.

Por isso, decidi que o melhor a se fazer era ir embora. Poderia aproveitar que era sexta-feira e curtir um pouco da minha casa. Coisa que eu quase nunca fazia, pois só sabia trabalhar... trabalhar e trabalhar. Um filho da puta workaholic, era assim que poderia me considerar.

Saí da minha sala, segurando minha maleta, Camila assim que me viu levantou-se.

— O pessoal da manufatura já parou os pedidos menos importantes, e estão trabalhando nas encomendas extraviadas.

— Ótimo, Camila. — Olhei para a moça loira a minha frente, e ela esperava que eu lhe desse mais alguma ordem. — Irei embora e voltarei somente na segunda, como não tenho mais compromisso hoje, acho que posso fazer isso, não é mesmo?

Acho que essa foi a maior frase que troquei com Camila em todos os quatro anos que ela trabalhava para mim.

— Sim, senhor. Qualquer coisa mando uma mensagem.

— Obrigado!

Saí do andar da presidência, partindo para o estacionamento. Assim que entrei em meu Jaguar F-Pace, senti que um pouco da raiva que havia tomado meu corpo passar. No entanto a exaustão ainda estava ali, em todos os meus músculo.

Dei a partida em meu carro indo em direção a minha casa. Seria quase uma hora de viagem, mas assim que eu chegasse eu saberia que as coisas iriam melhorar.

Fui dirigindo e agradecendo por não ser horário de pico, então não encontrei muitas dificuldades para chegar em casa. Assim que abri o portão, alguns dos meus seguranças me fizeram um gesto de cumprimento. Mesmo que estivesse com os vidros fechados, e eles não pudessem ver que os cumprimentei de volta.

Estacionei o carro e peguei minha maleta, que estava no banco do passageiro. Saí do carro e caminhei para dentro de casa. O tempo estava nublado o que indicava que provavelmente em poucas horas cairia mais chuva em São Paulo.

Entrei em casa e logo pisei em um bichinho barulhento, olhei para baixo e era um dos brinquedos de Bruno. O que aquilo estava fazendo ali?

Eu sabia que a babá que Rosa havia contratado já estava trabalhando há três dias aqui, porém ainda não havia a conhecido. Já que quando chegava provavelmente ela estaria dormindo, e quando eu saía ela ainda devia estar dormindo.

Uma Babá Inocente - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora