Capítulo 5

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Vinicius

Em um mesmo dia aquela garota já estava em meus braços pela segunda vez. O corpo leve, não era difícil de amparar. Por sorte eu consegui me aproximar rapidamente dela, antes que batesse a cabeça no chão.

Levantei seu corpo do chão, enquanto Rosa se desesperava falando que ligaria para o médico que costumava atender particularmente em minha casa. Marilene, segurou o dedo que Amanda havia cortado e colocou um paninho sobre o corte, para estancar o sangue.

— Onde é o quarto dela, Marilene?

— Naquele ao lado do Bruno, senhor. Rosa decidiu mantê-la mais próxima do menino, para o caso de ele acordar de madrugada.

— Tudo bem!

Caminhei decididamente para o local que a mulher havia me dito. E no caminho Amanda começou a despertar, no entanto ela parecia ainda meio desnorteada. Me encarou com os olhos meio pesado e abriu um sorriso.

Enquanto ainda observava aquela menina que parecia ter tido uma vida sofrida. Peguei pensando no quanto ela era bonita. Tinha traços angelicais, uma feição de menina, mas já era uma mulher. Um corpo com belas curvas e um sorriso que conquistaria qualquer marmanjo.

Abri a porta do seu quarto, e adentrei no lugar. O quarto que sempre foi sem expressão, cheirava a um perfume doce. Havia algumas roupas jogadas na poltrona que ficava perto da janela. Algumas fotos sobre a mesinha de cabeceira.

Depositei Amanda em sua cama e ela foi voltando aos seus sentidos. No entanto, aproveitei que estava com minhas mãos desocupadas, para verificar se o corte em seu dedo havia sido profundo, antes de tirar o pano que Marilene havia colocado sobre o seu dedo, comuniquei:

— Não olhe para o corte, para não desmaiar de novo.

Ela assentiu, porém parecia ainda meio tonta. Verifiquei seu corte, mas pude perceber que não era nada profundo. Tampei novamente, e fui até a maleta de primeiros socorros que tinha em todos os banheiros da casa. Percebi que o banheiro também, havia se tornado completamente daquela menina baguncenta.

Tudo estava espalhado pela bancada de mármore, e se ela estivesse em seu estado normal, eu a repreenderia por tamanha bagunça. Daquela vez deixaria passar, por ela estar um pouco convalescente.

Voltei com o kit para desinfetar seu machucado, e até mesmo um curativo. Quando joguei o remédio sobre o seu dedo, Amanda soltou um leve gemido, e eu fui obrigado a levar meus olhos para ela.

Sua expressão representava dor, mas logo foi se acalmando. Depois coloquei o curativo em seu dedo e voltei com a maleta para o banheiro. Assim que saí do lugar, parei próximo a sua cama, cruzei meus braços e encarei a menina.

— Você tem alguma fobia com sangue? — questionei.

— Sim, senhor. Desde muito nova, quando vi minha vizinha se machucando com uma barra de ferro, tenho esse leve desmaio quando vejo sangue em algum machucado.

— Bom saber, que meu filho não pode se machucar perto de você.

Ela ficou sem graça e levou seus olhos para as suas mãos que estavam sobre o seu colo.

— Sinto muito, eu não sou uma babá muito boa.

Ela não era, mas Rosa disse que era uma boa pessoa. Eu confiava na minha governanta, e era somente por esse motivo que eu não demitia aquela menina que só estava dando bola fora perto de mim.

— Você ainda está em período de experiência, queria te lembrar.

— Sim, senhor. Desculpa, eu vou fazer o meu melhor.

Uma Babá Inocente - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora