*Não revisado
Realmente eu deveria desistir nas minhas tentativas de embriaguez.
"Três doses, apenas três doses de uísque foram necessárias para me deixar bêbada."
Escuto a conversa da Pati com Leon, queria falar para ela não me deixar ir com ele, mas estou zonza demais para isso. Não é que eu não queira falar com ele, já passou da hora de termos uma conversa definitiva, mas estou morrendo de vergonha e pior, no auge da embriaguez contei tudo para o Eduardo, isso foi ruim, muito ruim.
Abro os olhos, avisto luzes vindas dos postes, os faróis dos veículosfazem meus olhos arderem com a intensidade da claridade, isso me desperta um pouco mais e de certa forma iluminam também minhas ideias. Recuso-me a olhar na direção do Leon, ele me olha de esguelha e segura minha mão, não o afasto, tanto eu quanto ele permitimos que o silêncio seja soberano e nosso melhor conselheiro.
Logo vejo seu condomínio se aproximar, e o que me passa na mente é a visão da Camile, não quero que ela me veja assim. Leon estaciona o carro meu coração acelera, não dá mais para fugir.
- Vamos linda, eu te ajudo. – Ele abre a porta do carro.
- Leon eu não quero. – Tento dizer sem tirar os olhos do chão.
- Por favor Melinda chega de fugir temos que conversar.
- Eu sei, eu só...- minha voz está presa. – Eu não quero que Camile me veja assim.
- Está tudo bem linda Camile está com minha mãe hoje. Vem segura na minha mão. – Ele estende sua mão, mas ainda não consigo olhar diretamente para ele.
O caminho da garagem até o apartamento dele, parecia uma viagem do Brasil ao Japão, parecia um trajeto infinito. Minha vergonha era tão grande que comecei a calcular os pisos, visto que era o máximo que minha visão alcançava, de forma alguma levantaria a cabeça.
Já no interior do apartamento Leon me deixa sozinha na sala, e diz que vai fazer um café forte. Enquanto isso vou até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto tentando tirar dele todo meu constrangimento.
- Toma linda, bebe tudo vai te ajudar. – Leon me entrega o café quando retorno pra sala. Sua voz é suave e atenciosa.
-Eu já estou melhor, estou bem sóbria agora. – mesmo contra vontade bebo tudo.
- Em algum momento você pretende me olhar Melinda? - Ele se senta na mesa de centro e fica de frente para mim.
- Por que me trouxe? – olho fixamente para a xícara em minha mão.
- A gente precisa conversar, você não acha? – Ele fala com mansidão, segura meu queixo e levanta meu rosto. – Oi Melinda! – ele lança um meio sorriso mais triste que já vi. – Sabia que eu quase morri de aflição sem saber onde você estava? Sabe quantas desculpas esfarrapadas tive que dar para a Camile? Me promete que você nunca mais vai sumir desse jeito, por favor?
- Leon, sei que estou tonta e confusa mais sei bem que meu afastamento teve um porque causado por você, eu sou a vítima dessa história e não você. Em relação a Camile eu liguei para ela todos os dias.
- Eu sei que você ligou para ela, mas nunca dizia quando iria voltar ou porque não falava mais comigo. Agora em relação a nós dois, tenho algo para lhe dizer e se depois de tudo que eu disser você não quiser mudar de ideia, te deixo livre. Tudo bem? Você pode só me ouvir? – Seu olhar é intenso e sincero.
- Tudo bem? – Digo resignada.
- Melinda... – Ele arfou profundamente. – Eu sei que errei, que fui muito imaturo, e que não importa quem era o foco da aposta, isso não se faz com ninguém. Não me orgulho do fiz, não achei que iria me apaixonar por você. – Dou um suspiro, ele estende as mãos me pedindo silêncio. – Eu sei, só me deixe terminar. Eu te peço perdão Melinda, te peço perdão de todas as formas possíveis, te peço perdão até por existir se assim você quiser. Mas de forma alguma te pedirei perdão por ter me apaixonado. Não me arrependo de ter persuadido céus e terra para te levar até búzios, o iate, não te pedirei perdão pelas noites em que te amei, e muito menos vou pedir perdão por ainda te amar. Por que no fim isso é o que conta, o meu amor por você. – Nossos olhos se encontram, permanecemos em silêncio por um tempo. – Melinda na vida temos que fazer um balanço de tudo que vivenciamos. Então eu te peço que você faça um balanço das nossas vidas, eu e você. Coloque tudo o que vivemos na balança e veja o pesa mais, os momentos ruins ou os bons, os defeitos ou as qualidades. Eu poderia te dar muito tempo pra pensar, mas não vou. Você já teve tempo bastante pra pensar, eu apenas te mostrei o meu lado da história. Portanto peço que faça isso agora. Eu vou na cozinha pegar um copo de água, quando eu voltar, vou te pedir a resposta, ok?
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QUANDO VOCÊ SURGIU
RomanceEm um momento da vida encontramos nosso grande amor, e outro momento descobrimos que esse grande amor é uma ilusão. Nas reviravoltas da vida descobrimos que podemos ter uma segunda chance para o amor, o problema é quando descobrimos que essa segunda...