Capítulo 11 - O Guarda Elfo

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Seu nome era Evo de Feen.

Ele tinha 15 anos myusticanos, mas em seu verdadeiro mundo, Grogon, tinha mais de 250 anos. Essa era uma das razões de morar em um mundo diferente. Enquanto caminha em direção ao castelo do Rei dos Elfos, começou a perceber que Elfhen, o reino élfico dentro do Túneis, estava bem calmo.

A floresta que já era calma, estava com um silêncio muito mais mortal do que antes, não que isso assustasse Evo, nada o assustava. Tudo aqui estava sendo indiferente para ele.

Sua armadura de cobre balançava enquanto ele ia pelo caminho de árvores estreitas, Evo conseguia ver o castelo a frente sendo iluminado pela Lua refletida da água da represa. Elfhen era uma pequena representação do verdadeiro reino em Grogon, uma forma que todos os elfos encontraram para viver escondidos nessa parte dos Túneis.

Evo segurava sua lança fortemente nas mãos, ouviu um som de algo se arrastando no chão, como uma serpente, algo o fez ficar alerta. Não porque ele estava com medo, mas porque esse era seu dever, impedir qualquer ameaça contra o Rei.

Vagalumes dançavam conforme Evo se aproximava da entrada. Um campo de grama alta o separava do castelo a beira da represa. Evo, vire para trás, disse a voz em sua cabeça, uma vez que ele não ouvia já fazia alguns anos. Vire para trás, disse a voz, a voz de uma garota.

Evo virou-se para trás, a sua frente agora estava uma jovem elfo de pele branca como lua (ao contrário dele que tinha pele cobreada), seus olhos estavam na cor azul, quase brilhantes. Os cabelos eram da mesma cor, a cor do carvão.

― Elys ― disse Evo na mesma hora sem expressar emoções. ― Você está morta.

― Eu sei que estou, meu bem ― disse Elys dando um passo à frente. Evo não moveu um músculo. ― Você aprendeu a conter as emoções muito bem. Nosso outro irmão ao contrário... aquele ali está perdido.

― Pena... ― falou com uma autoridade, algo comandado pela magia em seu sangue, já que estava ligado pelos deuses para proteger o Rei. O passo de Elys acionara essa parte, a única parte que tinha sentimento, mas ao mesmo tempo ele sabia que aquilo não poderia ser real, pois sua irmãzinha estava morta.

Elys continuava a se aproximar.

― Não vim te machucar... ― começou a dizer. ― Você corre perigo, Evo. Nós sempre corremos perigo, pois nós, Tenebris, sempre fomos temidos pelos Lux.

― Não me importo ― respondeu Evo. ― Entreguei minha humanidade para os deuses quando me juntei ao Rei.

― Ou arrancaram de vocês? ― Elys parou. Estava a trinta centímetros de quase encostar em Evo. Ela não era muito baixa, diferença de 2 centímetros em relação a ele.

A mão dela se moveu para frente a agarrou algo.

O coração dele.

― Eles não arrancaram nada de mim ― respondeu sem rodeios. ― Eu quis servir a ele. Quis servir a nosso povo.

Elys com seu olhar jovem, um olhar infantil, não muito diferente do que lembrava.

― Mas eu vou...

Evo se preveniu antes que Elys puxasse seu coração, com uma força quase que mortal, partiu o braço da irmã ao meio. Elys gritava enquanto se desfazia em luz, como se aquela imagem estivesse sofrendo dor. O pedaço do braço que ficara em seu peito sumira com o vento.

― Só foi uma miragem ― disse a si mesmo.

Evo voltou seu caminho ao castelo.

― Não tenha tanta certeza ― disse uma outra pessoa parada a sua frente. Era uma figurava alta, sem rosto, só os dentes brancos eram vistos.

Os olhos da figura brilharam em um vermelho sangrento.

― Quem é você? ― perguntou Evo.

― Não importa.

A última lembrança que Evo teve antes de morrer foram dos olhos vermelhos e das presas em seu pescoço. 

Místicos - As Crônicas De Myustic - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora