Capítulo 16 - Fios de Um Passado

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Amanda queria explodir uma casa de tão assustada estava.

Queria sair dali mesmo que tivesse que treinar sua skanteij. Ela queria ficar um bom tempo sozinha para pensar sobre que tinha visto dentro daquelas pedras mágicas. Seu braço ainda ardia devido a skanteij que tinha ganhado.

Espíritos usarão o corpo dele, pensou assim que se sentou na escada que ligava a porta com o grande gramado do lado de fora. Ficou olhando enquanto o cão de Vladir corria de um lado para outro brincando com uma borboleta. O Sol começou a se pôr, então o frio da noite estava começando a cair sobre o local. Seus olhos bicolores choravam sem parar, pensando em tudo que estava acontecendo, por não saber como lidar com aquilo.

A porta atrás dela se abriu revelando Cameron que segurava um prato cheio de uva verdes. Ele se sentou ao lado de Amanda.

― Quer uma? ― perguntou oferendo o prato com uvas enquanto ainda mastigava algumas. Ele recuou com quando viu que ela estava chorando. ― O que aconteceu?

Amanda ficou em silêncio por uns minutos olhando para a grama verde que perdia a luz do sol.

― Cameron ― sua voz estava sem o pingo de emoção. ― Quero que você seja sincero no que vai me responder.

Ele recuou para trás, como se temesse o tiro de uma arma.

― O que é?

― Gabriel ― disse Amanda quase como uma melodia. ― Ele... por que ele não veio... Quer saber? Esquece!

― Amanda, pode me falar ― Cameron ao ficou com a coluna ereta, parecia ficar sério. Ele parou por um momento. ― Você quer saber se os poderes dele estão desse jeito devido ao acontecimento na Torre Norte?

Amanda assentiu e contou tudo a ele.

― Bem, é complicado ― respondeu Cameron. ― Eu não entendo muito de magia, mas o que sei sobre o Gabriel, que é quase um irmão mais velho ou mais novo, não sei ao certo, é que ele se culpa até hoje de ter sido tão descuidado durante a Hora Mágica. Isso refletiu diretamente na magia dele. Ela é muito ligada as emoções.

― Sabe, estou me sentindo culpada por...

― Você não deve ser sentir assim, porque você fez o certo ao ter aquela reação e se afastar ― respondeu Cameron quase que na mesma hora. ― A culpa é dele. Aqueles espíritos malignos que tomaram conta do corpo dele são os culpados, mas ele muito mais, pois foi desatento ao deixá-los tomarem conta.

Amanda ficou em silêncio observando Joaquim, o cão brincava com mais uma borboleta. Ela queria colocar sua cabeça debaixo de um buraco para não sair mais, queria esquecer de todo aquele episódio que viveu, esquecer de tudo.

― Posso contar um segredo para você, Cameron. ― Ela olhou no fundo dos olhos dele. Ele assentiu na hora. ― Eu sinto falta dele, mas toda vez que olho em seus olhos, tenho a mesma visão daquele dia. Eu quero estar perto dele, sentir a calor dele ao meu. Mas...

― Você ainda tem medo... ― Cameron ficou mudo por alguns momentos. ― Que é totalmente compreensivo.

― Agora sei que não foi ele, mas algo dentro de mim...

― Eu entendo ― disse Cameron por fim. ― Mas se quiser conversar comigo sobre alguma coisa, pode conversar sou todo a ouvidos. Minha boa é um túmulo.

― Tudo bem... ― suspirou ela na mesma hora.

Cameron se levantou.

― Bem, não vamos ficar parados aqui chorando ― afirmou ao limpar as mãos na parte de trás de sua calça marrom. ― Vamos dar uma volta pela casa, vamos a biblioteca.

Místicos - As Crônicas De Myustic - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora