405 THz (vermelho)

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"Desde o dia que o universo foi formado,

Pelos infinitos séculos,

Na vida passada e provavelmente

nas próximas também

Nós estaremos juntos para sempre

[...]

Porque nada disso é uma coincidência

Nós encontramos o nosso destino."

DNA, BTS



O universo foi criado em meio a uma bela paisagem caótica de explosões. Cada partícula se dividiu em duas e, então, se perderam uma da outra. Poeira estelar se espalhou por todo canto. O cenário estático foi findado e houve movimento. Cores fascinantes surgiram e era impossível de desviar o olhar. A cena mais bonita a existir. Ordem a partir do caos. O Destino observou tudo silenciosamente, maravilhado.

Quando as cores começaram a desbotar, o destino se entristeceu. Queria poder contemplar aquela bela pintura para sempre. Não parecia certo um evento tão deslumbrante acontecer apenas uma única vez. Não era justo! Então, o Destino teve uma ideia: já que seria impossível juntar tudo por conta própria, prenderia cada partícula que estava flutuando pelo universo a uma alma. Foi assim que surgiu a vida.

Os seres humanos passaram a carregar em si metade de uma partícula de poeira estelar. E durante o ínfimo período de vida da pessoa, cada partícula procura sua outra metade. Quando elas se encontram, a explosão de cores acontece novamente e o Destino pode admirar, de novo e de novo, o seu cenário favorito.

Esse fenômeno recebeu o nome de almas gêmeas.



1973

Ser amigo de Jeon Jeongguk era a coisa mais fácil do mundo. Era natural e espontâneo. Parecia até predestinado, exceto que Kim Taehyung detestava esse conceito e tudo atrelado ao destino. Grande bobagem essa história.

De toda forma, a amizade entre os dois nasceu de forma despretensiosa. Pautada em uma base sólida e verdadeira, como tudo que é duradouro deve ser. A origem é sempre um ponto muito importante em qualquer situação e entre os dois não poderia ser diferente. Essa amizade teve início com um assunto de crucial seriedade e pertinente discussão: balinhas.

O verão de 1973 estava sendo atípico com tanto calor. Claro, é de se esperar que tal estação seja quente, mas estava demais. Não que isso importasse para Taehyung, que estava mais do que satisfeito com a temperatura porque isso significava poder passar mais tempo ao ar livre. No auge dos seus sete anos, ele estava correndo para cima e para baixo pela pracinha enquanto tentava desviar dos jatos de água do chafariz. O rosto todo suado e a blusa molhada de água pareciam ser o uniforme de todas as crianças ali brincando. E o local estava bem cheio. Nenhuma criança queria perder tempo das férias presa em casa.

Toda vez que algum jato de água o acertava, Taehyung caía na gargalhada e acenava para sua avó para que ela visse também. Soohyun estava sentada em um banco, à sombra, conversando com outras mulheres, mas sempre de olho no neto serelepe. Quando viu o menino a olhando, gesticulou para que ele se aproximasse. O pequeno Kim diminuiu o ritmo dos pézinhos inquietos e parou de correr com as outras crianças.

— Venha cá, Tae! — sua avó chamou de novo.

Ele se aproximou, as bochechas vermelhas e a pele quente por causa da exposição ao sol. As mãozinhas tentavam secar as gotas de suor escorrendo pela testa.

O prisma em meu olhar | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora