Molly e Ian acharam que a vida ia ficar mais fácil depois de tudo o que passaram para ficar juntos. Afinal, todo casal merece seu final feliz.
O que nenhum dos dois esperava era que a vida fosse realmente dura pra quem é Molly e colocasse à prova...
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Eu precisava me mudar para a California.
Eu e os garotos já tínhamos conversado diversas vezes e não havia como a gente continuar em Nova York.
Eu queria conversar com Molly na hora certa, mas aparentemente não havia uma hora certa. Quando o assunto era aquele, todas as horas eram erradas. A vida de Molly estava indo muito bem em Nova York enquanto a minha me empurrava cada vez mais para a California. Eu não tinha mais como ficar. E ela não tinha como partir.
Eu passava dias e dias tentando pensar na melhor maneira de conversar com ela, sempre desistindo quando o clima entre a gente ficava tenso. Eu sabia que a nossa conversa mudaria tudo, então eu não queria tocar no assunto. Se teríamos que discutir, que fosse quando não havia mais chance de ficarmos em paz. A possibilidade de um término me assustava e me fazia querer ignorar a conversa até que não fosse mais possível.
Mas quanto mais eu evitava, pior ficava.
Pensei em conversar com os garotos e dizer que eu ficaria em Nova York, porem aquilo me parecia loucura. Eu não tinha como ficar. Meus horários com a banda estavam cada vez mais lotados e não morar na California faria com que eu passasse grande parte dos meus dias em um avião. Isso não era justo comigo ou com Molly. Isso não nos aproximaria mais. Isso não nos manteria no mesmo lar.
Quando passamos alguns dias na casa dos pais dela, Molly iniciou uma conversa bem estranha sobre mudanças e defendeu o lado que eu jamais imaginei que ela fosse defender. Isso me fez confiar ainda menos na hipótese de que talvez pudéssemos mudar juntos para a California.
Eu não queria que Molly desistisse da carreira dela. Eu gostava do fato de Molly estudar bastante e lutar pelo que queria. Foi assim que eu a conheci e foi isso que fez eu me apaixonar ainda mais por ela. Molly sempre foi segura e independente, sem querer viver da minha carreira.
Contudo, eu também gostava de prover para ela. Gostava de comprar coisas caras, bancar viagens inesquecíveis, surpreendê-la na faculdade com presentes. Ela era a pessoa que eu tinha escolhido para dividir o que eu tinha. Se eu não tivesse nada, talvez não oferecesse nada além de amor. Mas eu tinha amor e dinheiro. Eu gostava de sentir que podia cuidar de Molly da maneira como ela merecia.
Depois de alguns dias com os pais dela, partimos juntos para a California a fim de encontrar com o resto do grupo. Tínhamos alugado uma casa para passar uns dias isolados e trabalhar na nossa música. Agora que Oliver e Logan eram parte da banda, precisávamos regravar o nosso CD.
O voo com Molly foi silencioso, já que todas as nossas conversas na casa dos pais de Molly eram sobre nossa vida em Nova York. A mãe dela queria saber se ficaríamos com a mesa de centro, o pai dela se ofereceu para me ajudar a fazer uma mesa de estudos para Molly, a mãe queria passar no correio para mudar tudo para nosso novo endereço e até se ofereceu para registrar Don Juan na nossa nova residência. Tudo era sobre Nova York e nossa vida lá. O que nenhum deles sabia era que em breve aquela não seria mais a minha vida.
