Prólogo

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Mansão dos Malfoy - Dias atuais

    A atmosfera dentro da mansão dos Malfoy era sombria como todos os bruxos que estavam presentes naquele lugar. Reunidos em torno da extensa mesa de um carvalho antigo, estavam ao menos meia dúzia dos seguidores do Lorde das Trevas, aqueles que tinham o prazer de se sentarem juntos a ele sobre aquela mesa e, mais que isso, aqueles com o privilégio de ouvir seus planos em boa e primeira mão.

    O anfitrião daquela agregação - que de longe era o dono da casa, Lúcio Malfoy -, andava inquietamente por toda a sala e o motivo daquilo era simples: a insistência de Harry Potter em permanecer ainda vivo.

Voldemort estava descontente com todos os últimos acontecimentos, afinal, fracasso não era algo facilmente tolerado pelo bruxo e aquilo era facilmente visível entre seus comensais, principalmente por uma certa família bruxa que, como se não bastasse ter a  infelicidade do patriarca estar preso em Azkaban, mal sabiam dos planos futuros que seu milorde tinha para o mais novo deles, Draco Malfoy.

    De qualquer maneira, não era apenas a frustração do erro que seus seguidores haviam cometido que estava deixando-o imerso em ansiedade e sim a falta da presença de uma certa bruxa em particular. Um trunfo ao qual ele apostaria suas fichas, levando em consideração todo o histórico familiar da garota.

    — Parece que nossa convidada não teme atrasos — Voldemort soou irônico enquanto parava próximo a porta. — Afinal, onde está a garota? — a voz sibilosa direcionava-se a Bellatrix, que sentada ao lado de sua irmã, Narcisa, dava pouco caso à demora da sobrinha. Sabia que imprudência e rebeldia faziam parte da personalidade da jovem. Aos outros muitos que a conheciam, podiam facilmente dizer que, na verdade, a bruxa tinha o espírito livre e seguir regras não era nem de longe uma qualidade sua. Mas, apesar de conhecer o temperamento excêntrico da jovem Lestrange, Bella sentia que deveria tranquilizar seu mestre.

    — A garota é um tanto quanto insolente, milorde, mas garanto que logo estará aqui — a cautela era nítida em sua voz, temia falar algo errado, pois sabia que Voldemort não tinha o costume de perdoar atrasos ou aceitá-los.

    Porém, quando estava prestes a interceder sobre o comportamento da garota, uma movimentação próxima a uma das duas grandes janelas que iluminavam o recinto foi percebida e, com uma rajada de vento certamente forte, ela se abriu. A princípio, todos ficaram sem entender o repentino evento, porém, os questionamentos que certamente iriam vir sem delongas foram respondidos quando uma jovem moça de longos cabelos negros entrou pela janela.

    Usava vestes negras como a maioria, contudo, aquilo nada combinava com o delicado rosto que ela possuía, tampouco com a aura resplandecente que ela transmitia. Se outrem a vissem, dificilmente diriam se tratar de uma comensal da morte e, ainda assim, mesmo que soubessem, a dúvida certamente permaneceria em suas cabeças.

    Apesar disso, ela era o que era. E foi neste exato momento que um dos ocupantes da mesa percebeu o quanto as aparências podiam enganar.

    — Olá! — disse, sorridente, enquanto Bella balançava a cabeça pensando se aquilo realmente havia sido uma boa ideia e Voldemort encarava-a surpreso. — Acho que vocês chegaram um pouco cedo, hum? Milorde — andou até o mestre, fazendo uma pequena reverência, e tornou a andar entre a sala, sentando em uma cadeira vazia ao lado da tia. Explicações sobre o atraso? Não, ela não daria.

Sem delongas, ajeitou-se de forma que ficasse confortável sobre a cadeira e apesar de saber que todos os olhares estavam voltados sobre si - inclusive de Voldemort, que certamente estava achando aquilo no mínimo interessante -, pouco se importou. Ainda assim, não tardou-se em se apresentar. — Sei que todos devem estar se perguntando "quem, por Merlim, é essa garota" e conhecendo a minha amada tia, duvido muito que sequer comentou algo sobre mim. Portanto, vamos lá. Me chamo Gillian Lovelorn Lestrange. - sorriu e foi naquele momento que percebeu o olhar fixo sobre si. Inclinou a cabeça sobre o ombro e com o olhar curioso sorriu. — Você eu conheço.

Unholy Darkness || • Draco Malfoy HPOnde histórias criam vida. Descubra agora