Lee Minho

449 79 1
                                    

Definitivamente, essas duas últimas semanas foram as piores, uma por não receber notícias sobre onde os dois australianos estavam se escondendo e se estavam bem, a outra, bem... Felix amargo e ácido não é o meu favorito, ainda que eu ame gatos e entenda suas atitudes defensivas e evasivas. Ainda assim, essas atitudes machucam.

Jisung parecia oscilar entre preocupação e dor. Parte dessa dor, Bae Hyeon havia explicado que é por conta do distanciamento das almas — todos nós sentimos, infelizmente ômegas as sentem de forma mais intensa —, que traz uma sensação de tudo estar incompleto, as memórias se tornam dolorosas por conta do rompimento da relação. A preocupação eu sei que tenho culpa nisso, indo ao hospital com tanta frequência e sem dizer os motivos. É complexo, contudo, é necessário e minha família me apoia nisso.

Não é algo fácil fugir do Han e do Seo para poder ir fazer minhas visitas quase diárias ao consultório de Bae Hyeon no hospital e é ainda mais complicado esconder o que resulta disso. A ansiedade constante, os sinais de agulhas, tudo isso aumentando a preocupação dos dois, ainda que Changbin não se pronuncie sobre.

Não esperava voltar do hospital, às oito da noite de sexta-feira, e encontrar Bang Chan sentado na minha sala, esparramado, usando minha internet para trocar mensagens com, provavelmente, Changbin e Felix. Não senti o cheiro de Jisung e estranhei, afinal, ele já devia estar em casa.

— Se está procurando o Han, devo avisar que Hyunjin arrastou ele para o shopping para comer alguma porcaria e se distraírem do fato que "Felix está tratando todo mundo rudemente". — O alfa loiro respondeu a minha pergunta mental, levantando os olhos do objeto. — Eu cheguei e eles estavam saindo.

— Certo. Vou tomar um banho e já venho conversar, já que pela sua cara, eu estou encrencado. — Avisei baixo, me sentindo incomodado com o cheiro de hospital em mim. O mais velho assentiu, voltando sua atenção ao aparelho eletrônico.

Tomei um banho rápido, tomando cuidado ao retirar o curativo grudado em meu braço. Havia feito uma coleta de sangue, nada muito complicado, porém conversei muito com o meu ex-sogro sobre o que está acontecendo e bem, eu quase desmaiei depois da coleta, então tive de ficar em observação.

Assim que me vesti, voltei para a sala e me sentei ao lado do alfa, deitando minha cabeça em seu ombro. Talvez eu estivesse apelando para o charme a fim de não levar uma bronca, só talvez. Christopher colocou a mão sobre a minha em sua coxa e fez um carinho com o polegar.

— Sabe que eu não gosto de forçar as coisas, certo? — Ele disse baixo, em um tom calmo demais para quem iria iniciar um assunto potencialmente passível de brigas. — Jisung te ama mais do que a ele mesmo e está muito preocupado, todos nós sabemos disso e eu não teria de forçar essa conversa se ele não tivesse apelado para o meu lado superprotetor.

— É sobre o hospital, não é? — Questionei baixo, querendo ir direto ao assunto. Ele assentiu e deixou um beijo em minha testa, me fazendo sorrir com a maneira que ele transmite calma e apoio. Com a cabeça erguida, o olhei nos olhos para que ele visse a sinceridade em meu olhar. — Eu... não é nada demais, okay? Mas o pai tem esclarecido algumas coisas para mim. Sabia que alfas com gene ômegas são comuns?

Ele sorriu para mim, com direito a covinhas, deixando o alívio transparecer, assim como a curiosidade.

— E porque não se sabe tanto sobre isso? — O loiro questionou.

— É isso que eu tenho tentado descobrir, talvez só não seja interessante para os pesquisadores, sei lá. — Respondi, respirando fundo, não estou sendo totalmente sincero, contudo prossegui. — E Bae Hyeon tem me ajudado com as questões da separação também e da culpa.

2402: A Era AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora