Capítulo 3

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Eu queria ter postado esse capítulo antes, mas resolvi escrever morrendo de cansaço e no fim tudo ficava chato e nem eu aguentava ler, então tentei ser o mais objetiva possível para essa quebra de acontecimentos.

Os pensamentos dos personagens ficarão entre parênteses '' "

Boa leitura.

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Depois de ajudar seus superiores a abastecer a carroça com os produtos, Aydan foi até a cozinha para preparar o almoço e auxiliar no preparo de medicamentos que futuramente seriam vendidos. Ao lado da cozinha, um cercado improvisado foi montado e um bebê brincava com algumas frutas. Ele era o quarto ômega no templo e havia sido deixado lá há poucos meses. Aydan se aproximou e ergueu o bebê gordo, aproveitando para apertar as bochechas.

−Você está cada dia mais pesado.

Ele levou o bebê até a janela o abraçando. Desde que ele decidiu não procurar mais seu companheiro, abrir mão de gestar seus próprios filhos foi uma dura perda. Segundo seu mestre, não havia registro de ômegas marcados conseguirem engravidar de humanos, pois seus corpos nasciam compatíveis para gestar o filhote de uma besta de alto nível.

−Eu me pergunto o que aconteceria se eu tentasse.

−Tentasse o quê? −Rinne surgiu atrás dele o deixando vermelho.

−Nada.

−Hmn, eu vim pegá-lo para dar a mamadeira.

Rinne pegou o bebê com cuidado o beijando. Ele não era o único com instinto materno ali.

−Você leva jeito com ele, será uma ótima mãe.

Rinne conseguiu ficar mais vermelho que ele.

−Eu?...não fale assim irmão..eu..eu.

− ...você?

−Eu acho que você seria um bom pai. −Rinne terminou de falar e girou com o bebê para a cozinha.

−Pai? −Aydan ficou um pouco confuso, mas ignorou a troca estranha de palavras.

No restante do dia, Aydan atribuía tarefas como: limpar os pátios, exercitar a prática de leitura e escrita e estudar sobre diversas ervas. Ao entardecer, cada um poderia escolher um hobby que gostasse.

Rinne foi até a pequena biblioteca escolher um livro, enquanto Rute e Aydan iam até a sala de música.

Aydan sentou-se atrás de um guqin de madeira escura, o instrumento de corda parecia esperar por ele. Com as costas retas ele passou os dedos pelas cordas quebrando o silêncio. Ele não seguia nenhuma música específica e sua parte preferida era o movimento das mãos que pareciam acariciar o instrumento com a ponta dos dedos.

Rute pegou seus dois leques de dança.

−Irmão mais velho, você se importa se eu aproveitar a sua música para dançar

−Não, fique à vontade. −Aydan sorriu, ele gostava das danças que ela inventava.

Rute abriu os leques com véus na ponta e girou pela sala. Logo depois ela desceu ao chão fazendo um espacate.

−Irmão...Você acha que eu fui sensual?

Aydan revirou os olhos, ela sempre surgia com essas pérolas.

−Não. −Ele falou por implicância e largou o instrumento, indo até ela pegar um leque.

−O mais sensual aqui, sou eu! −Ele também girou segurando o véu.

−Só nos seus sonhos. −Ela bateu o leque e se abanou.

Rinne entrou na sala.

−Rinne, que bom que você chegou! Vem me ajudar a mostrar para Rute o que é ser sensual.

−Naturalmente, o irmão mais velho é o melhor. −Rinne sentou e abriu o livro.

−Puxa-saco.

E assim mais uma briga começou. Aydan riu conformado, aqueles dois brigavam tanto, mas se amavam de igual maneira.

"Não é isso uma família?"

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Na estrada de terra, um grande grupo de guerreiros bebiam água direto da fonte à beira da estrada. Um deles encheu uma garrafa de água e caminhou até uma árvore onde dois homens estavam pendurados. Sangue pingava no chão formando uma grande poça.

−Odeio esses monges e sua maldita honra. Vocês revistaram a carroça?

− Só tinha algumas moedas de prata, remédios e ervas de baixo nível.

Os dois homens olharam a estrada.

−Esses malditos podiam ter me poupado tempo e dito logo onde ficava esse templo. Agora vai saber para que lado da estrada fica.

−Eles estavam voltando da cidade, não deve ser muito longe, podemos perguntar na próxima aldeia.

−Certo, então vamos. −O líder montou o cavalo e fez sinal para o grupo. −Se mexam!

Logo os cavalos deixaram apenas uma nuvem de poeira para cobrir os mortos ali deixados.

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N/A: 

É, parece que a paz não vai durar muito...

Autora ajoelha e pede a benção de sua musa:

-Mo Xiang Tong Xiu (autora de Mo Dao Zu Shi) sua discípula está pronta! me abençoe com sua malvadeza!

Para quem ficou curioso sobre o instrumento Guqin, eu vou deixar o link aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=CWJ_fAxJTj8


Eu fiquei apaixonada por esse instrumento desde que eu vi um vídeo vinculado a obra de MDZ, achei sexy o movimento das mãos :v

Águas ProfundasOnde histórias criam vida. Descubra agora