Entre Mundos

PRÓLOGO

Quando foi determinado que o oxigênio da Terra estava acabando, os países mais desenvolvidos economicamente decidiram se juntar, e chegaram à conclusão que iriam aniquilar todas as outras nações existentes no mundo, assim sobraria uma maior quantidade oxigênio atmosférico até acharem uma solução mais adequada para esta delicada questão de ordem mundial.
O Conselheiro Dio, um dos membros mais importantes e atuantes da classe dirigente, convocado às pressas para uma reunião emergen- cial, não concordou com aquela ideia genocida e como seus argumentos não foram ouvidos acabou por iniciativa própria revelando as más intenções dos governos mais poderosos aos presidentes dos territórios menos relevantes. Infelizmente, sua desesperada mensagem foi interceptada e, este homem honrado foi imediatamente preso, julgado su- mariamente e executado em praça pública. Foi acusado da mais alta traição. As consequências deste ato foram terríveis, agora que o mundo estava ciente do que estava acontecendo. Então as coisas se precipitaram. A Guerra Mundial estava às portas. Desta forma, as nações pouco favorecidas pecuniariamente se aliaram às outras menores e ainda mais frágeis economicamente. Juntas criaram uma enorme quantidade de bombas, não importando o sacrifício que sua população teve que sofrer para atender ao desejo bélico de seus aterrorizados mandatários. Depois de muitas experiências e testes, os artefatos explosivos finalmente ficaram prontos. Estes seriam lançados, cada um com o propósito de dominar o mundo e acabar com os seus inimigos.
Algum tempo depois, em uma sala secreta, onde as armas de destruição dos países desenvolvidos se encontravam, sendo inspecionadas por uma comissão de líderes das grandes potências, um garoto chamado Arthur, filho de um dos presidentes ali presentes, ficou olhando pensativamente tudo à sua volta. Levado pela curiosidade, observou atentamente alguns funcionários especializados checando o correto acondicionamento daqueles instrumentos de morte que seriam brevemente usados contra outros povos. Resolveu se aproximar do pai, com a intenção de lhe dirigir a palavra. De repente, Arthur ouviu um barulho alto. Ao virar-se para ver o que era, tropeçou e antes de cair de lado no piso brilhante viu um plasma transparente saído de um encanamento que acabara de se romper caindo como jatos em cima de todo aquele armamento. Assustado, saiu correndo daquele lugar, sem imaginar que o ocorrido mudaria radicalmente o rumo dos acontecimentos. O plasma era composto por nanopartículas irradiadas que ao contato com o ar sofreram uma transformação, se tornando intangíveis. Devido a esta condição, conseguiram penetraram no interior das ogivas nucleares alterando de maneira irreversível tanto a composição de seu conteúdo atômico como os mecanismos de tempo que as detonariam em horário pré programado. Assim, a deflagração da guerra teve que ser antecipada.
No dia seguinte, os grupos beligerantes de cada nação se enfrentaram. A guerra começou. Carnificina total! Mas não durou muito, pois quando foram lançados os mísseis balísticos, a face do planeta foi permanentemente alterada pela fúria das explosões cataclísmicas.
Horas antes do conflito, cinco dos maiores governantes do hemisfério mais rico, cientes do resultado arrasador do holocausto vindouro decidiram salvar a vida de sua prole. Filhos e filhas foram sedados durante a noite e depois colocados em túneis subterrâneos construídos especialmente para situações de catástrofe como aquela. Os adultos ao menos teriam certeza de que seus rebentos escapariam vivos da destruição e teriam talvez a chance de recomeçar. O mais interessante é que estes privilegiados não sabiam que teriam companhia, pois cada um foi colocado em diferente local nos túneis. Na verdade, era um gigantesco labirinto de corredores e passagens.