(sete)

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– Lily –


Acordei e vi os créditos do filme passando na televisão.

Me virei para James, que sorriu pra mim.

– Eu dormi – murmurei.

Ele riu.

– Eu percebi.

Me sentei na cama, me espreguiçando.

– Já acabou? – perguntei.

Ele assentiu.

– Você dorme que nem uma pedra.

Ri.

– O que você achou da trilogia? – perguntei.

– Uma bagunça – ele murmurou –, mas conseguiu me emocionar.

Ri.

– Exatamente – dei de ombros. – Fica um sentimento de potencial desperdiçado, não é?

Ele assentiu.

– Sim! – concordou. – Os personagens mereciam desfechos melhores.

Assenti.

Me levantei para pegar o controle, que eu havia esquecido em cima do móvel. James se levantou, deu uma espreguiçada e se sentou na beira da cama novamente. Tentei esquecer a imagem da sua camiseta subindo um pouco, mostrando uma parte do seu abdômen.

Lene e Dorcas eram absolutamente ridículas. Eu estava apenas vendo filmes com ele, mas elas fizeram questão de ativar a partezinha do meu cérebro que realmente achava ele um garoto muito lindo. Um fantasma muito lindo.

Desliguei tudo rapidamente e me dirigi de volta para a cama. E mais uma vez eu tropecei no maldito tapete. Eu precisava urgentemente comprar a fita adesiva para prendê-lo no chão.

Cai na direção em que James estava, sentado na cama, mas eu simplesmente o atravessaria e bateria com o rosto no colchão.

O que aconteceu, no entanto, foi que eu bati minha cabeça contra a cabeça dele.

Ouch – ele murmurou, segurando meus braços para me estabilizar.

Até que ele percebeu o que havia acontecido.

– James – murmurei.

Suas mãos ainda estavam me segurando, e eu conseguia, pela primeira vez, sentir o ar que saia do seu nariz.

– Lily – ele sussurrou.

– O que está acontecendo? – perguntei.

Ele deu de ombros, sem palavras.

Ergui minha mão e toquei o seu rosto, ainda sem acreditar.

Sua pele era macia como uma pluma.

– Talvez Lucius saiba – murmurei, abaixando a mão rapidamente.

James negou.

– Ele disse que nunca viu nada do tipo acontecer, até porque os fantasmas normalmente não são vistos por pessoas vivas.

O encarei.

– Você já perguntou para ele?

Ele mordeu o lábio.

– Eu queria muito saber – ele murmurei. – Eu precisava saber se seria possível, de qualquer jeito.

Fiquei muda por um segundo.

The Edge of GreatOnde histórias criam vida. Descubra agora