post-it verde-claro

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Asahi não queria levantar, sua cama parecia mais interessante do que uma aula sobre a história das notas musicais, mas levantou, soltando muxoxos de insatisfação.

Seul estava fria, típico da época, afinal o inverno se aproximava e aquela madrugada havia sido repleta de raios, trovões e rajadas de vento, causados por uma tempestade. O japonês ficou um tanto assustado, mas o cansaço venceu o medo e logo, ele caiu num sono profundo.

Eram exatas nove horas e trinta e sete minutos quando hamada terminou de vestir seu moletom felpudo, por cima de uma camiseta do marilyn manson, para minimizar o frio. Pegou uma maçã, na bancada da cozinha e seu celular, junto com os fones, esses que logo estavam plugados no aparelho, preparados para tocar sua ilustre playlist, da qual se orgulhava muito. Seu orgulho foi ferido ao ver a coletânea de músicas totalmente desarrumada, por isso fez uma nota mental para arruma-lá assim que tivesse um tempo.

De qualquer forma, Seattle de Sam Kim tocava nos fones quando o japonês saía de casa, porém ao virar-se para trancar a porta, viu algo no chão.

Asahi pasmou-se ao ver flores no chão, um punhado de Amor-perfeito, amarradas com delicadeza e protegidas por um plástico marrom. Olhou em volta, atrás da pessoa que poderia tê-las deixado ali mas não viu ninguém, estranhou totalmente, afinal isso era muito incomum. Mas totalmente fofo também.

Pegou o buquê do chão, e analisou os floreios, encontrando um post-it verde-claro colado do plástico que envolvia as flores, o puxou com delicadeza, na esperança de encontrar uma identificação ou qualquer coisa assim.

" Eu quero amar-te. Um amor tranquilo, leve, seguro... Um amor que se aproxime da perfeição, assim como essas flores. "

Hamada Asahi não era do tipo de pessoa que buscava um relacionamento afetivo, preferia estar sozinho, produzindo suas músicas, desenhando ou dormindo. Não saía muito, nem era fã de multidões ou lugares aonde não se sentisse cem por cento confortável. E talvez, mas só talvez, ainda tivesse dúvidas sobre sua sexualidade.

O jovem tinha extrema dificuldade para expressar seus sentimentos, consequentemente tendo muita dificuldade de se relacionar com quem quer que fosse. Não entendia como alguém poderia amá-lo dessa forma.

Mas asahi queria, queria amar e ser amado, queria namorar e ter alguém para cuidar de si. Por isso, ao ler o papel, suas bochechas coraram e ele sorriu.

flowers to asahi; asahyukOnde histórias criam vida. Descubra agora