flowers to asahi; asahyuk

post-it ciano

Naquela noite, depois de ver flores com jaehyuk, o coreano deixou asahi na porta de seu apartamento e só então, foi até o seu.

O coração do mais velho batia forte, e seu estômago estava friozinho, as típicas borboletas, era a primeira vez que tinha ficado tão próximo do outro jovem e isso fazia o rosto rasgar num sorriso.

Hamada, na verdade, se sentia bem confuso. Sabia que sentia um afeto muito grande por Y. J. mas, tinha gostado tanto do dia que tivera com jaehyuk. Não era um programa com o qual estava acostumado a fazer, sequer gostava de trabalho braçal, entretanto, tinha aprendido tanto com o coreano, sobre flores e árvores, além das outras coisas que faziam seu coração acelerar e as bochechas corarem. Sentia-se diferente ao lado de jaehyuk e isso o fazia sentir mal, como se estivesse traindo...? seu admirador.

De toda forma, o japonês entrou em casa lá pelas sete e tomou um belo banho, depois correu para o quatro aonde deixava sua mesa de estúdio e sua mesa digitalizadora. Asahi transpirava inspiração.

Primeiro desenhou, flores, esboços e até um desenho do yoon sorrindo para sua roseira fora feito, mas algo pedia para asahi escrever, uma música talvez.

E assim foi feito, por frases soltas, parágrafos aqui, rabiscos ali... As três da manhã, de sábado para domingo, hamada asahi tinha terminado seu tcc. A música que faltava estava pronta! Totalmente produzida por Hamada Asahi, sem ajuda de ninguém. Não teve haruto ajudando com um rap, não tinha um dedo de yoshinori em sua produção e nada de hyunsuk ajudando com a letra, como foram as outras músicas, era um trabalho completamente dele.

Sua inspiração? um cara bonitinho, que morava no apartamento da frente e amava flores, e um cara anônimo que escrevia bem e também amava flores.

Por um momento, se achou patético, vamos lá! não era nenhum adolescente apaixonado que escrevia músicas para o amado antes de dar o primeiro beijo, mas se sentia, exatamente, assim. Um adolescente bobo.

Após terminar a canção e ir até seu quarto, rolou pela cama e fechou os olhos, procurando dormir mas não funcionou. Colocou sua playlist de músicas para dormir mais isso não adiantou, tentou leite quente mas também falhou, até contar carneirinhos ele tentou mas nada fazia efeito.

Eram cerca de quatro da manhã, quando lembrou sobre uma flor, que jaehyuk tinha comentado que ajudava no sono, O lírio. Não tinha nada a perder, então se levantou, trajando sua calça de flanela xadrez e uma blusa simples, calçou os chinelos e pegou um moletom, dirigindo-se até a escada do prédio.

Abriu a porta de madeira, que dava acesso ao telhado florido e caminhou até a tenda que ficava por ali, aonde sabia que tinham umas cadeiras para se sentar ao lado dos lírios e observar o nascer do sol. Foi até lá e procurou uma cadeira, logo a levando para perto das flores, que ficavam num canteirinho, próximo ao para-peito. Se sentou, e fechou os olhos, inspirando o aroma dos floreios, a noite terminava graciosamente, dando lugar a um pouco de sol no horizonte. O céu já se pintava de rosa, e asahi já sentia uma paz enorme em si, paz essa que foi quebrada, ao notar um coreano, adormecido do outro lado da plantação. Foi coisa de segundo, somente tinha olhado para o lado e viu, jaehyuk deitado, muito torto em uma cadeira, coberto por uma manta.

Ponderou sobre o que fazer, acordar ele ou deixá-lo dormir? Sabia que acordaria com dores, se não se ajeitasse, então asahi caminhou com muita calma até o coreano, chegou bem perto e estava pronto para cutucar o rapaz.

Mas parou no meio do caminho, porque observou tão de pertinho o rosto sereno do yoon e, minha nossa, era tão lindo! não que nunca tivesse notado, mas dessa foram, ele parecia tão... angelical. Teria ficado observando por mais tempo mas preferiu não arriscar ser pego, então, sussurrou perto do ouvido do coreano.

- yoon jaehyuk-ssi, acorde, yoon jaehyuk-ssi. - Chamou, notando o rosto do rapaz se contorcer m uma careta e ele apertar os olhos, estava despertando.

- Asahi? Estou sonhando? Que horas são? O que aconteceu? - Jaehyuk se afobou ao ver o japonês ali, e quase provocou uma queda feia, quando se levantou e enrolou os pés na manta, caindo em cima de hamada, que o segurou para evitar desastres piores. Para jaehyuk, só poderia ser mais um dos sonhos aonde beijava asahi, só poderia ser. - Eu, realmente, estou sonhando.

- Não é um sonho, hyung, são quatro e quarenta da manhã, você estava torto na cadeira, resolvi te acordar para não sentir dores mais tarde. - Explicou o mais novo, com bochechas coradas, enquanto se afastava do yoon. Esse que limpou a garganta, num ato constrangido e pensou no que dizer.

- Desculpe, asahi-ssi, mas... o que você fazia aqui?

- Eu estava com dificuldade para dormir, lembrei o que disse sobre os lírios, acho que tivemos a mesma estratégia.

- Sim, acho que sim. - Virou-se e olhou para a manta do chão, então uma lâmpada de acendeu em sua cabeça. - O sol vai nascer em breve, vamos esticar a manta do chão e ver, o que acha?

- Claro, vamos lá! - Asahi estava cansado mas a ideia não era ruim, além de que, se conhecia, sabia que não dormiria em casa.

Esticaram a manta no chão, e sentaram, com os ombros colados, assistindo à aurora. Em determinado momento, tudo ficou extremamente confortável para o japonês, o calorzinho que vinha do corpo de jaehyuk, o ventinho da manhã, tudo isso fez com que asahi adormecesse, com a cabeça no ombro do coreano.

Jaehyuk não poderia se sentir melhor, juntou sua cabeça ao do outro rapaz e cochilou por algumas horas. Logo acordou e viu que o vizinho ainda dormia calmamente, então deitou asahi na manta e deu uma última olhada para o rapaz.

Era lindo, em todas as definições da palavra e jaehyuk não tinha palavras para descrever a tranquilidade que tal cena lhe trazia. Ver seu garoto em paz, era o que fazia seu coração entrar em festa mas não aquelas festas barulhentas, uma festa silenciosa, calma, e acima de tudo, bela. Amava asahi, e não era a primeira vez que chegava a tal conclusão.

Saiu do telhado mas não sem antes pegar alguns lírios-da-paz.

Asahi acordou horas depois, sozinho, com o sol esquentando seu rosto. Olhou em volta, atrás de jaehyuk mas não encontrou ninguém, suspirou e se levantou, caminhando até seu apartamento.

Ao chegar na residência, ainda esfregava os olhos quando olhou para o chão viu floreios, iguais aos lírios de seu telhado, estavam embrulhados em plástico transparente, com um post-it azul ciano colado.

" Hoje, eu concluí mais uma vez que te amo.
Te amo, porque sei que, independente de qualquer coisa, você foi você por todo o caminho e isso é suficiente. Você é suficiente.

Você me tem, asahi-ah, e me tem de uma forma tão linda.

Queria ser capaz de mensurar e pôr em palavras tudo que sinto ao ver seu rosto, mas eu ainda não sei com fazer isso, você pode me ensinar todas as palavras que eu não sei?

Com amor, Y.J. "

Asahi leu tudo aqui, com um sorriso e o coração em festa, automaticamente olhou para a porta de jaehyuk e seu sentimento bom se transformou em confusão de novo.

Talvez, quisesse jaehyuk, e talvez, quisesse o garoto misterioso também. Podia querer os dois, em segredo, ninguém o julgaria, se ninguém soubesse.

Com esse pensamento, se permitiu sorrir para a porta de jaehyuk e também, sorrir para o bilhete em suas mãos.