Capítulo 11 - Eu sou uma pessoa muito oito ou oitenta

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Dizer que a última semana tinha sido estressante para Harry seria um eufemismo. Além de equilibrar as aulas, seus amigos, encontros com Louis e obrigações familiares, Harry tinha que se certificar em mais uma corda bamba: sua mente. Manter a calma e clareza não tinha sido uma tarefa fácil, mas ele estava conseguindo até o momento, exceto pelo fato de que ele ainda tinha os mesmos problemas da semana anterior.

Seus pais ainda queriam que Taylor fosse sua namorada, Niall continuava sem saber disso e saindo com a garota, Louis também não sabia que seus pais adoravam manipular a vida amorosa de Harry.

Então ele continuava ali. No meio do cruzamento com o sinal aberto, só esperando para que alguma coisa desse errado, porque era óbvio que uma hora ou outra, tudo sairia de controle e ele precisaria pagar por isso, um preço alto demais até para Harry Styles.

Quando seus pais ligaram e propuseram que ele se encontrasse com Taylor de novo, ele já tinha recebido uma mensagem dela explicando o que ele deveria fazer: sugerir um passeio mais reservado e íntimo, Desmond e Anne teriam que concordar se realmente quisessem que os dois tivessem um relacionamento, ela argumenta. E estava certa. 

Taylor usava um casaco sobretudo quando entrou no carro de Harry e deu as instruções até que ele parasse no Central Park, onde os dois conversaram e dividiram um pretzel. 

Ela fazia a situação parecer muito fácil, mas a verdade era que era uma covarde. Ou pelo menos era como se sentia. Patética todas as vezes em que não conseguia defender seus interesses perto de seus pais, mesmo já tendo 20 anos. Essa era só mais uma das inúmeras vezes em que os dois apresentavam algum jovem promissor e filho de família rica e Taylor queria dizer que não precisava da ajuda deles, não precisava de ninguém formando pares e não queria um namorado rico e fútil como os pais. Mas ela só dizia "Claro, papai, confio no seu bom gosto."

Harry estava decidido a contar toda a verdade para Niall quando chegou em casa. Pelo menos com seu melhor amigo ele precisaria conseguir ser verdadeiro, certo? Mas quando abriu a porta do quarto e viu os olhos azuis brilhando de animação, pronto para falar sobre mais uma de suas conversas com a garota ou mostrar algum vídeo viral da internet, Harry não conseguiu. Sua língua pesou atrás dos dentes e ele sentiu um aperto em seu peito mas como poderia decepcionar Niall daquela forma? 

Em momento nenhum Harry tinha tomado a decisão de não contar, ele apenas não tinha tomado nenhuma outra e, todos os dias de manhã, essa era a primeira coisa que ocupava seus pensamentos e permanecia durante o decorrer do dia, sendo seu último pensamento antes de cair no sono também. 

Ele continuava repetindo para si mesmo que contaria para Louis quando fosse a hora certa mas nunca era. Então ele continuava calado e sorrindo quando via o outro, sem ter mais nada para fazer. 

- Harry? - Liam chama da porta e tira Harry de mais uma de suas espirais de pensamento. - Eu vou dormir na Soph hoje, ok? Sei que você não gosta mas se quiser pode vir junto, ela tem um colchão lá. 

- Por que eu iria junto? - ele agora estava sentado na cama.

- Niall não conversou com você? 

- Não. - Niall não conversou com Harry assim como Harry não conversou com Niall. A bola de neve estava se formando, ele quase conseguia sentir. 

- Niall! - Liam grita antes de sair do quarto, cedendo seu lugar sob o batente da porta.

Quando o amigo chega ao quarto, Harry já se levantava para ir até a sala.

- Oi? 

- Cara, por que eu preciso dormir com o Liam e a Sophia? Não quero ouvir eles transando depois que eu dormir de novo, por favor.

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