Untitled Part 2 (1)

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Passado o fim de semana de nossas façanhas, estamos na última semana da graduação. Um passo para ir para casa e rever meus velhos. Eu os visitava mas somente quando havia algum feriado longo ou me sobrava uma grana com as horas extras do fim de semana na pizzaria.

O tempo voou, e nisso vieram as despedidas e as orientações para a finalização da graduação. Na quinta-feira eu finalizei minhas obrigações com a faculdade e colei meu grau na sala do Reitor, fui parabenizada com honras e nota máxima no trabalho final. Quando você faz o que gosta a gente se dá bem e administração é minha praia.

Sexta eu me despedi das amizades que fiz e desejei boa sorte a todos pois,  daqui em diante o rumo de nossas vidas mudariam com muitas chances de emprego ( Se Deus quiser). Valentina estava toda chorosa com nossa despedida e ao mesmo tempo atolada com as preparações do baile de formatura.

Eu havia comprado minha passagem para primeira hora do dia e estava com tudo arrumado para ir para casa, às 5:00 da manhã eu caminhei para a cama de Valentina que ficava ao lado da minha e dei um beijo em sua testa. Eu não iria acordá-la para ir a rodoviária comigo pois hoje seria um grande dia para ela, seu baile de formatura. Mas já havíamos trocado email, celular, endereço, etc; portanto, não tinha necessidade de despertá-la. Mesmo assim deixei um recado e um presente para que ela usasse na formatura; uma tornozeleira que ela havia gostado em uma loja do Shopping, eu ví os olhinhos dela brilhando quando a viu e foquei nisso para não esquecer.

Liguei para a empresa de táxi e tomei meu rumo para minha fortaleza que eram meus pais. Onze da manhã eu estava chegando em casa. Fui recebida por eles com muita alegria.

_ Minha filha linda, quanta saudade de você.

_ Eu sei mãe eu também estava morrendo de saudades de vocês. Onde está o pai?

_ Ele foi buscar o bolo que você gosta na padaria e já divulgou para a cidade inteira que você estava de volta.

Eu rí com este comentário, papai sempre gostava de falar de mim com quem quer que fosse, as vezes enchia o saco do povo, coitados.

_ Ei... minha Emma.

_ Paiiiiii!!!! Corri para abraçá-lo.

_ Agora você ficará muito tempo conosco não é?

_ Pai eu não sei... agora eu tenho que conseguir trabalhar na minha área, adquirir experiência. Preciso fazer meu pézinho de meia não acha?

_ Droga! Pensei que você iria trabalhar na cidade, eles precisam de gente como você sabia?

_ Pai, eu não estudei tanto para ter duas graduações e ser poliglota para ficar aqui não é?

_ Deixa a garota em paz, Gerard.

Minha mãe sempre me salvava das garras de pai. Fomos almoçar e acabei desmontando em meu quarto por conta da viagem e tudo mais. A noite fui com meus pais para visitar alguns parentes próximos e visitar alguns amigos. Me diverti bastante colocando o papo em dia.

O mês passou depressa já havia tempo que estava na internet procurando uma boa empresa para enviar meu currículo. Na verdade eu fiquei quase o mês todo a toa, sem aquela correria toda de faculdade, trabalhos, e outras coisas mais. 

Era uma terça-feira quando Valentina me ligou dizendo que estava na rodoviária de minha cidade me esperando para ir buscá-la.

 Eu levei um susto, eu disse... ela é maluquinha da cabeça.

_ Hey você!

_ Hey você maluquinha, o que está fazendo aqui?

_ Não gostou da surpresa? Eu posso voltar daqui mesmo.

_ Vem aqui sua loka, sabe que te amo!

Nós pegamos o ônibus para minha casa e acomodei Valentina depois das devidas apresentações com meus pais. Ela os adorou e eles também.

_ Desembucha....

_ O que?

_ Vamos Val, fala logo. O que você aprontou?

_ Afff... você acredita que meu pai mandou eu fazer esse inferno de graduação para dar as administrações das lojas para meu irmão? Eu não aturei aquilo para ser uma segunda na vida dele.

_ Poxa Val eu sinto muito, sei como você se empenhou.

_ Não interessa, eu vou mostrar para ele que não dependo dele para tomar conta da empresa dele. Vou tomar conta da empresa dos outros para ele perceber o quanto sou boa.

_ É claro que você é! Nós somos.

Nos abraçamos e ela acabou se derramando em lágrimas.

_ Hey.... 

_ Sim.

_ Você viu a empresa que vai para Curitiba? As empresas Duppont. Aquelas de algodão e Cana de açucar?

_ Aquela de grande porte, aqui no Brasil?

_ Sim

_ Será uma seleção acirrada, e nós entraremos na parada.

_ Sério, e isso será quando? Mas em Curitiba? Como iremos parar lá?

_ Hey... está na hora de usufluir do dinheiro do todo poderoso, não acha. Até porque eu ainda não escolhi meu presente de gradução. Ele me deve isso.

Eu comecei a rir. Essa era a frase favorita dela.

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