Capítulo 10 - Grandes Descobertas

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Alec estava com sua família parado a frente do prédio que Catarina havia dito para eles. Encarava as estruturas bem alinhadas do local torcendo para que Jace e Isabelle pudessem ainda estar bem. Pegou o arco na mão ajeitando uma flecha e caminhando ao lado de Magnus para dentro do lugar. Assim que chegou ao hall de entrada, percebeu que o chão de mármore reluzia a luz do sol, deixando o ambiente ainda mais claro, portas translucidas faziam com que a entrada parecesse ainda maior que era e eles caminharam lado a lado em um silencio quase mórbido. Alec sequer piscava, ao seu lado Magnus com as mãos azuladas, Clary com a espada Morgersteirn em punho, Jocelyn com uma lâmina serafim apertada nas mãos ao lado da filha e atrás Maryse e Robert guardavam a retaguarda. O coração do rapaz pulsava com rapidez e ansiedade e não o deixava quase engolir a saliva, que embora fizesse um bolo na garganta se formava aos montes na sua boca. As mãos do rapaz suavam no arco e ele tremia levemente. Estavam quase chegando às escadas quando a mão do marido tocou o seu braço, fazendo seu corpo inteiro tremer. O moreno olhou para o lado encontrando o olhar do homem com as sobrancelhas erguidas.

- Está tudo muito quieto aqui. – Sussurrou ele aproximando a boca do ouvido de Alec e automaticamente o rapaz assentiu com a cabeça, não podia concordar mais com o mais velho, estava tudo quieto demais.

- Concordo. – Respondeu ele voltando a olhar para o salão vazio, seu coração batia forte como se a qualquer momento alguma coisa fosse acontecer.

Alec sequer teve tempo para pensar, quando foi atacado por um demônio. Sentiu os joelhos falharem e foi ao chão quando começou a luta, foram segundos até ele escutar os pais voarem para a sua frente enquanto Clary o ajudava a levantar. O moreno ergueu o arco atirando suas flechas na direção da massa de demônios que vinham ao encontro deles. Eram muitos e variados, o rapaz mal estava conseguindo distinguir um de outro.

- Querido cuidado. – Ouviu a voz do marido lhe chamar atenção, virando-se para o lado a tempo de fugir do ataque de um dos demônios. Virou seu arco para ele acertando a flechada bem no centro do peito do monstro. – Você está bem? – Um preocupado Magnus surgiu ao seu lado com a mão em seu rosto. Ele apenas assentiu com a cabeça. – Alí... vamos por aquela porta. – Disse o homem segurando o seu braço e o puxando para fora.

Quando percebeu estava a meio caminho de uma porta desconhecida. Era grande e cinza, mas ele não tinha ideia do que tinha atrás. Clary vinha no seu encalço, eram muitos demônios para lutarem, mesmo estando em seis pessoas. Jocelyn salvou a vida de Maryse antes de apontar para o mesmo caminho que ele estava e vir ao seu encontro.

Ele não podia negar o medo que estava sentindo, ainda assim era a única saída. Tomou fôlego e coragem empurrando a porta com força, do outro lado havia apenas escuridão não deixando que ele pudesse saber o que havia lá. Olhou para trás mais uma vez, vendo que os outros corriam dos muitos demônios e pegou na mão de Magnus o puxando junto para o outro lado. Suas pupilas demoraram um pouco para se acostumar com o breu, levou a mão ao bolso da calça tirando de lá uma pedra de luz enfeitiçada, apertou-as nos dedos para que a luz se fizesse presente e segurou um grito na garganta, um grito que Clary e Maryse não conseguiram segurar. O cheiro misturava-se com enxofre, podridão e putrefação. Havia corpos pendurados em ganchos de metal pingando sangue, como se fossem carne em um açougue. Alguns irreconhecíveis, outros ainda podiam se ver feições humanas, no entanto todos estavam sem vida. O rapaz levou a outra mão ao nariz tentando conter o cheiro forte, o salão estava tão escuro que pareciam estar em qualquer lugar. Todos que tinham suas pedras enfeitiçadas ergueram-na em suas mãos e em formação de luta começaram a caminhar com o moreno. Ele sentia as botas grudarem levemente ao chão e tinha certeza que o que tinha ali embaixo era sangue humano. Clary esbarrou em um dos corpos e pulou para o seu lado, foi quando ele viu seu rosto banhado de lágrimas. A ruiva apertava a sua pedra enfeitiçada com tanta força, que Alec via os nós de seus dedos esbranquiçados.

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