Sempre há ânsia para imaginar o que virá ao amanhecer do dia seguinte. Acontece bem antes do sono profundo quando alguém se põe a deitar sobre seu leito e fecha os olhos, quando perguntas aleatórias aos poucos preenchem a mente com uma corrente infinda de pensamentos desnecessários.A questão é que se eu soubesse o que ia acontecer ao decorrer da manhã, permaneceria deitado dormindo com gosto. Não só porque era uma experiência nova —e eu estava perdendo em todas as partidas—, acontece que o jogo era simplesmente chato.
Eu praguejo todos os Deuses ou Forças do universo que me fizeram chegar aqui, neste lugar, apenas para passar o tempo jogando Mahjong com uma mulher que insiste em minha estadia até que esteja totalmente curado.
— É, eu ganhei de novo. —ela disse reorganizando o conjunto de pequenas pedras.
— É, você ganhou de novo. —eu repeti com o mesmo desânimo e então ouvi seu riso suave.
— Aqui, vista. —alongando a coluna, ela gira o corpo para pegar uma muda de roupas. Aparentemente, um Hanfu antigo a julgar sua cor esbranquiçada e detalhes marrons-claro de poeira acumulada.
Deveria agradecê-la por esta… beldade?
Antes que o fizesse, a jovem deu-me as costas novamente, esperando que eu me vestisse. Eu o fiz, sendo extremamente cauteloso com meus movimentos. Estava a doer um pouco mas o barulho estranho atrás da persiana rústica de bambu fino foi o principal, percebi que a jovem estava à espreita. Sorri involuntariamente.
Deixo-me descobrir mais do pequeno quarto, meus dedos tocam a madeira grossa da mesinha de canto e brincam com um pequeno tigre de topázio. Onde havia conseguido aquilo?
Outro objeto me chama a atenção, uma caixa vermelha aparentemente aveludada com detalhes trançados em fios de ouro que se contorcem para dar voltas no pequeno baú formando levemente a silhueta de um dragão. Havia selado nele porém, um cadeado. Me senti frustrado pela segunda vez no dia.
— É um vestido. —ela diz em algum lugar do quarto, possivelmente atrás de mim— Para o festival.
— Hm.
— Aqui. —ela me entrega um saco de pano usado com algumas pedras que presumi ser um tipo de moeda— Tem casas aqui por perto que você consegue ficar por um tempo com isso.
— Obrigado.
— Quando estiver bem vá para a casa dos seus parentes. Alguns ladrões são bem persistentes… Quem sabe a gente não se vê no festival?
Após um tempo, deixei a casa. Caminhei entre as ruas movimentadas e passei a observar os transeuntes, uma típica cena de filmes na qual o personagem principal fica parado entre a multidão enquanto homens e mulheres passam por ele completamente alheios. Observei uma pequena barraca de bolinhos e fiz minha primeira refeição do dia, assemelhava-se um pouco com baozi.
Ao lado, havia uma grande casa tradicional, não sabia o nome delas mas lembra a estrutura de um dojô. Ao centro, acima da porta, estava escrito o nome do possível dono. Consegui observar de longe e notar algumas pequenas mesas e tigelas vazias, assim como corredores e portas. Pensei que alí seria um ótimo lugar para minha estadia, e para minha sorte, aquele dinheiro cobriria por pelo menos quatro dias.
A hospedaria era bem simples, alguns senhores me encaravam com curiosidade enquanto eu conversava com o homem que apresentou-me o local. Ele entregou-me uma placa retangular com laços atados, nela escrito: "Quarto três: 命运." Ah, eu não consegui lembrar no momento o que ela significava.
Sei que dormi no instante em que fechei os olhos sobre o colchão fino, acordei com vozes, música, alvoroço e cheiro de comida. O tal festival havia começado e eu tenho uma má sensação relacionada a ele.
NA: Voltei? Se alguém ainda acompanha e quer que eu continue por favor me dê um sinal de vida <3 ;-
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FanfictionEm 2050, é possível concluir-se que a evolução da ciência trouxe tecnologias jamais imaginadas pelo ser humano como a cura de doenças como o câncer e microprotótipos multifuncionais. Em Seul, o ex-militar, Jeon Jungkook é escolhido para ser envia...