Abriu os olhos devagar pois sentia um forte claridade por cima dos mesmos, a luz se apagou e então ela finalmente abriu os olhos. Viu na sua frente a primeira coisa mais óbvia, o teto branco do hospital. Rodou as pupilas pelo quarto, vendo apenas o médico com seu jaleco branco e a cabeça careca.
-- Boa noite senhorita Aida -- o senhor ajudou-a se sentar na maca, arrumou os travesseiros atrás dela e guardou no bolso a pequena lanterna que segurava -- Como se sente?
-- Bem.
-- Se lembra do que aconteceu? -- perguntou enquanto checava os batimentos cardíacos da garota
-- Eu caí.
Respostas curtas. Ela estava decidida que não falaria mais que isso, ela não queria ouvir sua própria voz pois estava com ódio de si mesma, foi tão burra, tão impotente, tão...Foi teimosa e orgulhosa.
-- Bem...Você chegou no hospital e teve suas paradas cardíacas, felizmente ainda esta viva depois da cirurgia.
-- Eu vou voltar a patinar?
-- Eu sinto muito. A lesão no seu joelho foi quase fatal, poderia ter perdido o movimento das pernas mas felizmente não passou de uma simples lesão no joelho. Você pode andar normalmente, porém... Não poderá continuar com seu sonho.
-- Entendi.
-- Bem, você ficou o dia inteiro dormindo depois da cirurgia. Sua família voltou para casa mas disseram que se acordasse era para ligar para eles.
-- Não ligue, eu não quero ver ninguém. Você pode me deixar sozinha?
-- Eu realmente sinto muito senhorita. Mais tarde a enfermeira vai trazer a comid...
-- Eu não quero, não estou com fome.
Sem dizer mais o médico saiu deixando a paciente sozinha. Olhando a densa escuridão do céu com pequenos floquinhos caindo do mesmo. Se sentia como ali, era como se toda sua alegria contagiante tivesse sumido e seu sorriso brilhante junto. Sua vontade de viver despencou. Ela se lembrava de cada mínimo detalhe do que havia acontecido, tudo, ela se lembrava de absolutamente tudo!
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Alguns dias depois ela recebeu alta e foi embora junto com seu pai que não parava de falar. O caminho todo ficou quieta, e ficou quieta durante mais alguns dias. Já era hora de por um ponto final nisso afinal Riko estava ficando cansada dessa atitude infantil da mais nova. Era hora do jantar e como sempre, S/n comia pouco, muito pouco.
-- S/n você precisa comer mais! Já não acha que já deu hora de acabar com essa tristeza ai? Cara você caiu e perdeu supera isso. Somos sua família não somos?
O pai ficou quieto e apenas observou as meninas.
-- Me desculpa. -- se levantou e colocou a tigela na pia
