2. Beco Diagonal

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O dia mal tinha amanhecido e Hugo já estava fazendo barulho pela casa toda, querendo que toda vizinhança soubesse que ele estava acordado. O garoto abriu com tudo a porta do meu quarto me forçando a levantar.

Hoje iríamos ao Beco Diagonal e meu irmão estava mais animado que eu, vai entender. Para mantermos as aparências tivemos que ir de carro ao Caldeirão Furado, usamos a passagem secreta e me deparei com uma enorme rua de pedras e várias lojas de variados tamanhos e cores, já estive aqui antes, mas me maravilhava toda vez que revia.

Nos encontramos com o tio Harry e a tia Ginny e seus filhos: James, Albus e Lily na Madame Malkin onde pegamos nossos uniformes. Seria o primeiro ano de Albus também já James o segundo.

- E ai, Al? Novidades? - perguntei para puxar assunto após sair da loja.

- Sabe, estou ansioso para a Seleção, estou começando a não achar tão ruim se eu for para Slytherin. - afirmou sorrindo e pondo as mãos nos bolsos da calça.

- Isso ai. - concordei também sorrindo. - Não há motivos para se incomodar.

- E você, para qual Casa gostaria de ir?

- Ah, tanto faz, mas adoraria ir para Ravenclaw ou Hufflepuff.

Albus apenas assente e Lily o chama, continuamos a andar pelo meu lugar favorito ate eu parar enfrente à loja do Olivaras.

- Posso comprar minha varinha? - pergunto para ninguém em específico.

- Claro, entra ai. - papai concorda - Depois nos encontramos na Floreios e Borrões.

Sorri abertamente por fazer algo sozinha, recebi algumas moedas e entrei na loja, eu estava tão distraída olhando para as variedades de varinhas que não percebi quando esbarrei em alguém.

- Ei, olha para onde anda! - reclamou a voz arrastada de um garoto.

- Foi mal, estava distraída. - me desculpei e olhei para o garoto que eu havia esbarrado.

Ele era pálido, suas feições duras, os olhos azuis transmitiam desprezo, seu rosto pontudo e o seus cabelos eram castanho-claro quase loiros, ele é realmente bonitinho, mas algo em sí não me convence.

- Posso saber por quê tanto olha? Pega mal ficar olhando. - disse o garoto com ar superior.

- Como se olhar para sua cara achatada fosse algo que eu goste - retruquei a passei direto pelo garoto, mas ele me segurou pelo braço.

- Aliás, me chamo Scorpius Malfoy.

Um Malfoy, pensei, por isso que ele tinha aquele ar natural de superioridade.

- Sou Rose Weasley. - respondi levantando o queixo e imediatamente o Malfoy me soltou.

Fiquei feliz por ele ter me soltado, seus dedos frios deixaram minha pele arrepiada e não estava gostando de ter a presença de uma Malfoy tão perto de mim. Fui em direção ao balcão, havia um velho parado, os olhos grandes e muito claros brilhando como duas luas na penumbra da loja.

- Oh, Rose Weasley a primogênita dos famosos Hermione e Ron Weasley! - admirou-se o sr. Olivaras.

Sorri de leve, aquilo sempre acontece, para onde quer que eu vá alguém me conhece por conta dos meus pais, é meio irritante.

- Bem... - o senhor começa, ele tirou uma longa fita métrica com números prateados do bolso. - Qual é o braço da varinha?

- Hum... bem, sou canhota. - respondi.

- Estique o braço.

Ele mediu do meu ombro até os meus dedos, e depois do ombro até o chão. O sr. Olivaras foi até uma prateleira e pegou uma caixinha comprida, tirou de lá uma varinha e me entregou.

- Uma varinha de bordo e pena de fênix. Dezoito centímetros. Bem elástica. - disse o sr. Olivaras.

Sacudi a mão que estava segurando a varinha, nada aconteceu. O sr. Olivaras tirou a varinha a minha mão e pegou outra.

- Ébano e pelo de unicórnio, vinte e dois centímetros, flexíveis.

Quando peguei a varinha senti um repentino calor nos dedos. Ergui a varinha acima da cabeça, abaixei-a cortando o ar empoeirado com um zunido, e uma torrente de faíscas douradas e vermelhas saíram da ponta como um fogo de artifício, Scorpius que havia parado ao meu lado soltou um 'uau", por um instante eu perdi o controle da varinha e atirei fagulhas luminosas que acertaram o garoto loiro. Ele foi arremessado para cima do balcão e acertou a parede ao lado de uma pilha de caixas vazias, que estas caíram sobre ele. Soltei a varinha e corri para o lado do Scorpius.

- Você está bem? - perguntei tirando algumas caixas de cima dele.

- Eu estaria melhor se você não tivesse me estuporado! - reclamou o garoto meio grogue.

- Olha, foi sem querer, você acha mesmo que eu queria te acertar?

O Malfoy bufa irritado, eu o ajudei a se levantar, eu tinha quase certeza que esse garoto que mal conheço iria fazer algo contra mim futuramente. Após pagar rapidamente pela varinha e sair da loja sem olhar para o loiro, segui para a Floreios e Borrões.

- Comprou a varinha? - minha mãe pergunta com um sorriso ao me ver entrar na loja e ir ao seu encontro.

- Sim. - disse levantando a sacola de papel.

Caminhei pela loja enquanto apertava a barra da minha saia e mordia o lábio inferior. Ao notar que James se aproximava voltei a ficar normal.

- O que aconteceu no Olivaras? - ele perguntou como se não quisesse nada.

- Eu sem querer estuporei Scorpius Malfoy. - respondi em voz baixa.

- Você está falando sério? - James começou a rir tão alto que chamou a atenção de todos. - Queria tanto estar lá para ver aquele projeto de doninha sendo arremessado no ar!

- Você quer parar de rir? Não é nada engraçado.

- Ué, por que não é?

- Porque ele é um Malfoy, Scorpius não vai me deixar em paz, ele vai fazer igual ou pior.

- Fica tranquila, talvez ele esquece.

- Duvido isso acontecer. Se bem que não me importo, não fui muito com a cara dele para falar a verdade.

James deu de ombros, nem um pouco interessado no meu probleminha bobo ou no minha aversão por Malfoy.

Ao terminamos de fazer as compras - felizmente não esbarrei em Malfoy novamente - todos estavam segurando algumas sacolas, e saímos do Beco Diagonal. Os Potter foram para um lado e nós os Weasley fomos para outro. Em casa me joguei na cama ao lado das sacolas com os materiais de Hogwarts, em menos de um mês estarei partindo para a melhor escola de magia e bruxaria.

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