3. Expresso Hogwarts

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Finalmente o dia tão esperado havia chegado, mal tinha conseguido dormir na noite anterior e acordei antes de todo mundo. Prendi meu cabelo e troquei de roupa, logo meu malão estava no carro e todos saímos em direção à estação King's Cross.

Felizmente não precisamos esperar muito tempo até o maquinista avisar a partida do trem. Despedi dos meus pais com abraços e de Hugo com um soco leve em seu ombro. Acenei para meus tios e antes de entrar num dos vagões papaai sussurrou no meu ouvido para mim detonar com o filho dos Malfoy nas aulas. Algo que irei fazer com muito prazer

Eu e Albus achamos uma cabine vazia e nos inclinamos na janela para nos despedir de nossas famílias, após o trem fazer a curva e se afastar da estação me sentei defronte à meu primo. Não demorou muito tempo para James aparecer com Fred e Teddy.

- Fala aí, gente. - cumprimenta sorrindo sarcasticamente.

- O que você quer? - Albus questiona revirando os olhos e afundando no banco.

- Não posso passar para dizer um oi para meu irmãozinho e para minha priminha favorita? - James respondeu falsamente magoado e os outros dois riram.

- Ah claro. - retruquei.

- Eu só queria avisar mesmo da pegadinha que alunos mais avançados apontam logo depois que a senhora que empurra os carrinho dos doces termina de vender seus saquinhos de cárie. - James avisou e saiu da cabine.

Olhei para Albus após tornamos a ficar sozinhos e perguntei: - Você acha que é só brincadeira?

- Não sei, não dá para simplesmente acreditar em tudo vindo do meu irmão... teremos que esperar e ver o que acontece. - Albus responde olhando pela janela.

Peguei um livro de magia e comecei a folhear e decorar uns feitiços que mais me agradavam. Não demorou muito para a senhora dos doces aparecer; Albus praticamente pulou em cima da bruxa quando ela pôs sua cabeça para dentro da cabine.

Com os galeões que mamãe havia me dado comprei feijãozinho de todos os sabores, sapos de chocolate e tortinha de abóbora. Ainda no lado de fora percebi que só havia alunos do primeiro ano, os mais velhos estavam mais distantes. Tornei a entrar na cabine e comecei a devorar os doces. A bruxa havia se afastado e por ora nada havia acontecido. Limpei o chocolate dos meus dedos com a língua e disse à Albus:

- James só queria nos assustar, duvido que realmente aconteça aquilo que ele disse.

Meu primo apenas assentiu focando toda a sua atenção a seu doce e pouco se importando com que eu estava dizendo. Uns minutos depois as luzes se apagaram, como eu estava mais perto da porta chequei o lado de fora e vi vários fazendo o mesmo. O trem deu um solavanco e cai em cima de alguém que passava por ali.

- Ai - gemeu a familiar voz.

- Malfoy? - perguntei, como estava escuro eu não podia ver o rosto dele.

- Rose você, pelo visto, adora se esbarrar em mim.

Sai de cima dele com cuidado para não correr o risco de acabar pisando nele. Olhei para os lados e não conseguia ver nada. Logo senti a mão do Malfoy segurar meu ombro.

- Você sabe por que a luz se apagou? - pergunto olhando para um ponto que achava que ele se encontrava.

- Não, mas acho que poderia ser um curto no gerador. -sugere.

- Mas estamos num trem mágico, esse tipo de coisa não deveria acontecer. - retruquei e mesmo no escuro podia jurar que o loiro deu de ombros.

Tentei localizar a minha cabine, mas tudo que consegui foi bater o nariz numa parede e arranjar uma risada ignorante do Malfoy. Sabia que o garoto estava do meu lado o tempo todo pois o mesmo não havia tirado sua mão de meu ombro.

Um barulho de várias portas se abrindo, gritos abafados e de bombinha estourando ecoou pelo corredor, num minuto eu estava tentando desesperadamente encontrar a cabine, e no outro um cheiro viciante entrou pelo meu nariz e adormeci imediatamente.

Um leve torcicolo me despertou do sono, após abrir os olhos notei que ainda estava de noite e que as luzes já tinham voltado, me levantei do banco e soltei uma risada ao olhar para o Albus. De alguma forma seu cabelo, outrora pretos, foi pintado de azul, seu rosto assumiu uma coloração esbranquiçada e várias linhas grossas e pretas estavam desenhadas por toda sua face.

- Que foi? - Albus murmurou grogue e soltou uma gargalhada ao me ver.

Joguei meus cabelos para frente, eles estavam com varias mechas verde - ótimo, pensei, agora virei uma árvore de natal ambulante -, peguei meu espelho, em volta dos meus olhos estavam pintados de roxo como duas olheiras profundas.

Albus pede o meu espelho e quando faço o gesto de lhe entregar sinto que meu pulso estava algemado a alguém. Infelizmente era apenas o Malfoy. Chuto a coxa do garoto para acorda-lo, Scorpius resmunga alguma coisa referente a patos e se levanta do chão. O cabelo dele foi o único a ser poupado daquela tinta, mas havia uma doninha bem realista pitada em sua testa. Tive que conter um riso.

Malfoy nos olha atentamente por segundos antes de cair na gargalhada, Albus vira o espelho em sua direção e imediatamente para com a risada.

- Quem foi o idiota que fez isso? - Malfoy pergunta levemente alterado e ao tentar levantar quase me levou junto. - Ótimo! Era só que me faltava ficar preso com uma Wesley.

Reviro os olhos.

- Eu aposto no meu irmão. - Albus passando a mão pelo cabelo tingido e deixando seus dedos da mesma cor. - Ele adora essas coisas.

- Eu também, ele que veio para cima de nós falando de pegadinhas e tal. - murmurei folheando rapidamente um livro de feitiços. - Até que foi divertido.

- O que você está procurando afinal? - Malfoy pergunta sentando ao meu lado, afinal ele não podia ir muito longe algemado a mim.

- Mais cedo eu havia lido um feitiço, agua alguma coisa, que conjura água, óbvio, talvez possa tirar essa tinta. - respondi e parei na página certa - Achei!

Fiquei de pé, obrigando o Malfoy se levantar também, enfrente a Albus e com a varinha em mãos apontei para ele e disse:

- Aguamenti - uma linha de água saiu da ponta da minha varinha e limpou o rosto do meu primo, em segundos seu cabelo e rosto não tinham mais vestígio de tinta e fiz o mesmo com o Malfoy, peguei meu espelho e fiz o feitiço no meu rosto.

- Você é boa com isso. - Albus elogiou.

- Um feitiço bom - Malfoy comenta secando seu rosto com uma toalha que eu conjurei logo em seguida - Agora nos livre nessa maldita algema!

- Estou procurando, se acalma. - revirei os olhos novamente.

Fiquei radiante ao encontrar o feitiço certo, apontei a varinha para a algema.

- Alohomora. - o fecho se destrancou.

- Livre! - Scorpius disse e seguiu em direção à porta e voltou para tinha vindo, sem dizer ao menos um obrigado.

Depois daquele episódio, eu e Albus deixamos a porta da cabine fechada. Quando estávamos nos aproximando de Hogsmead nos trocamos para o uniforme. Me debruçei na janela e de longe consegui ver Hogwarts iluminada com suas torres altas e estrutura fascinante.

Um sorriso se abriu em meus lábios. Até que emfim.

A nova geração - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora