- O que você tá fazendo aqui !? - Gritei.
- Eu desconfiava de você, mas não nesse nível.- Luka disse enquanto ainda o segurava pelo pescoço.
Coloquei a mão no ombro dele, indicando que já podia soltar o pescoço do Henrique. Luka soltou, mas ficou por perto caso ele tentasse fugir novamente.
Nós nos sentamos em um sofá que estava perto, Théo e Camila ficaram na porta, e pedi que Henrique começasse a se explicar.
- Sou filho do Sr. Richards, Simon Richards, melhor amigo do Sr. Wood, dono desse prédio.
- Que por acaso é meu pai- Falei rindo.
- O que!?
- Longa história... Mas continua.
- Tá... Existe uma investigação em aberto, por suspeita de fraudes na construção desse lugar, meu pai disse que tem provas dessa fraude, mas elas estão guardadas no último andar desse prédio. Ele me pediu para buscar essas provas, mas eu não consegui entrar.
- E então, naquela tarde que a gente te perseguiu, você deu a pista para que a gente conseguisse as provas. Preguiçoso você hem.- Luka falou.
Perguntei o que ele fazia no meu prédio naquela madrugada.
- Eu estava me mudando mesmo, mas meu pai falou para eu vir aqui de madrugada, acho que fiz muito barulho, quando vi você - Ele disse apontando para mim -Estava abrindo a porta do apartamento, me assustei e acabei deixando aquela chave e a fotografia cair.
- Falando nisso. - Luka continuou- Aquela chave é da onde?
- Sinceramente não sei. Meu pai só me disse que eu a usaria no momento necessário.
- Não confio totalmente em você. Mas, acho que está falado a verdade.
- É a mais pura verdade.
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Voltamos ao meu prédio, eu tinha que falar com meu pai, e com o Sr. Richards. Mandei mensagem para minha mãe, perguntando se ela já tinha falado com o Sr. Wood. Ela me respondeu dizendo que tinha marcado um almoço com ele amanhã. Pedi que me avisasse quando acabassem, pois queria falar com ele.
Fomos para o apartamento de Camila, todos menos Henrique, que foi para o apartamento dele.
- Nunca suspeitei do Henrique. - Camila começou.
- Ninguém suspeitou, era sempre quieto, na dele. Nem eu, você, Luka ou Théo teriam como saber.
- Só eu que acho que ele escondeu alguma coisa?
- Não acho que ele escondeu algo, acho estranho é o pai dele ter dado uma chave pra ele sem falar da onde ela era.- Théo questionou.
- Muito estranho mesmo. Eu vou tentar falar com ele, mas... - Continuei - Tenho que tentar falar com meu pai primeiro. Eles são amigos, segundo Henrique. Se realmente forem, meu pai saberá como eu posso falar com ele.
- Ao menos era o Henrique. Imagina se é um fantasma de verdade, a Mia era a primeira a correr.- Luka brincou e começamos a rir.
- Palhaço, fala como se fosse o corajoso. Acha que eu esqueci do nono ano, na festa do dia das bruxas?
- Sei nem do que você tá falando.
Ficamos rindo até de noite, quando eu e os meninos fomos embora da casa da Camila. Eles me deixaram em casa, e foram em direção o elevador.
Fui dormir cedo, tinha faculdade no dia seguinte.
Acordei, tomei café e fui direto pra facul.
Saí de lá as pressas, minha mãe havia me mandado mensagem dizendo que o almoço já estava acabando. O restaurante ficava relativamente perto da onde eu estudava. Cheguei lá e logo vi minha mãe sentada junto ao Sr. Wood.
Eles logo me viram e fizeram um sinal com a mão, me chamando para me juntar a eles. Me aproximei e de começo fiquei meio tímida com a situação.
- Oi. Boa tarde!
- Oi filha, tudo bem? - Minha mãe disse, balancei a cabeça indicando que sim.
- Oi Mia... Queria saber se podemos conversar? - Sr. Wood.
- Eu pensei a mesma coisa.
- Vou deixa-los a sós. - Minha mãe disse se levantando da mesa.
Ficamos calados durante um tempo. Era uma situação delicada de se conversar.
Mas ele decidiu iniciar a conversa, era necessário. Começou se desculpando por não ter sido o pai que ele queria ser, que se pudesse voltaria no tempo para consertar as coisas. Falei que não tinha problema.
Realmente tinha sido difícil viver sem um pai durante a minha infância. Mas, sempre tentei me lembrar que eu não era a única nessa situação. É complicado? Sempre. Mas é necessário ser otimista.
Quando vi, estávamos conversando sobre vários assuntos. Infância, faculdade, amigos. Nesse momento me lembrei do Sr. Richards, e perguntei sobre ele. Falei que tinha conhecido o filho dele, e o motivo pelo qual havia aparecido um vulto no meu prédio.
Meu pai disse que o conhece desde criança, eram melhores amigos, mas haviam se distanciado à algum tempo. Ele havia chegado a conhecer o filho do Sr. Richards, mas quando era recém nascido.
Perguntei se haviam descoberto quem era o responsável pelos desvios na obra do Edifício GreenWood. Ele disse que havia suspeitado de um arquiteto, que chegou a confessar que realmente era o responsável.
- Depois dele ter confessado, eu o demiti. E nunca mais o vi.
- Não suspeitou de mais ninguém?
- Não.
Perguntei se ele ainda tinha o número do Sr. Richards. Ele rapidamente pegou o celular, e me mostrou o número. Me despedi dele e fui para casa.
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O andar número 5
Mystery / ThrillerUm barulho no meio da madrugada, um vulto entrando no elevador e deixando cair uma fotografia e uma chave. Eu podia simplesmente deixar pra lá, fingir que não tinha visto nada, mas minha curiosidade não me deixa ficar quieta, eu vou desvendar esse m...