Capítulo 1 parte 2: a porta que não queria ser aberta

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   Avistamos o prédio de longe,  Edifício GreenWood, estava se deteriorando por fora, literalmente caindo aos pedaços. Não tinha mais porta da frente, e a maioria das janelas estavam quebradas. Entramos com cuidado para não sermos vistos, eu não queria ser presa por invasão.

  O prédio tinha 5 andares, sem contar o térreo. Por dentro não tinha muita coisa, somente uma bancada que provavelmente serviria de recepção e alguns bancos de concreto. Além disso, havia cacos de vidro por todos os lados.

  Subimos pelas escadas até o segundo andar, onde entramos em um dos apartamentos que havia no prédio. Estávamos olhando o lugar para ver se achávamos algo, foi quando ouvimos um barulho. Saí em direção ao corredor do prédio e vi o mesmo vulto da madrugada anterior, ele estava encapuzado.

- GENTE, O CARA QUE VI NO CORREDOR DO PRÉDIO!- Gritei.

   Quando vi, Luka já estava correndo atrás daquele desconhecido e a única reação que tive foi seguir os dois. Descemos as escadas correndo e vimos o vulto saindo do prédio, seguimos ele até um beco, cerca de uns 45 metros depois do prédio.

- Quem é você? E porque estava no meu prédio nesta madrugada? - Perguntei enquanto tentava ver o rosto do desconhecido. 

- Então? Ela te fez uma pergunta, quem é você? - Luka disse.

   Foi quando o ser misterioso escreveu algo num pedaço de papel e jogou para Luka. Enquanto nos distraímos com o pedaço de papel, ele pulou o muro que estava atrás dele, me apressei para correr atrás dele, mas Luka me impediu.

- Não vale a pena, até conseguirmos pular o muro ele já vai estar longe.

- Tá legal... O que ele escreveu no papel?- Perguntei

- " não vai encontrar as respostas que quer comigo, vá até o andar número 5 e descubra o que deseja"- Luka disse- Realmente profundo, e agora?

- Vamos voltar para o prédio e ir até o último andar. - Disse

Chegando no prédio, Camila e Théo estavam na porta e assim que nos viram vieram e nossa direção.

- Onde vocês estavam?! Conseguiram pegar o cara pelo menos?- Camila perguntou.

- Encurralamos ele em um beco, mas ele conseguiu escapar.- Luka respondeu.

- Mas...- Continuei - ele deixou esse pedaço de papel conosco.

   Entreguei o papel para Camila, que o leu junto com Théo,

- E o que a gente tá esperando? Vamos subir.- Camila exclamou enquanto entrava no prédio.

   Porém, nossa festa foi interrompida por um pequeno problema, a porta que dava para o terceiro andar estava fechada, até tentei usar a chave que o vulto deixara cair, sem sucesso.

- O que a gente faz agora?- Théo perguntou.

- Não sei.. Mas se aquele cara estava aqui, ele devia ter acesso ao prédio todo. Ele talvez tenha a chave daqui.- Respondi.

- Tá, é uma boa tese, mas ele escapou. E não acho que vai aparecer a fada madrinha e abrir a porta.- Luka disse.

- E se aquele cara for realmente inteligente, ele não ia deixar a chave dando sopa por aí.- Camila completou.

   Olhei no celular, eram 17h47.

- Acho melhor irmos embora, já tá ficando tarde.- Sugeri. 

   Luka deu uma olhada em seu relógio e concordou comigo.

- Então vamos fazer assim - Camila disse - Amanhã eu quero todo mundo aqui ás 14h em ponto.

- Sim senhora. - Respondi.

- Deseja mais algo vossa majestade? - Théo falou e todos começamos a rir, menos Camila.

- Vamos logo. - Ela disse.

   Chegando em casa recebi mensagem da minha mãe.

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Mãe: Filha vc tá bem?

Eu: Estou mãe. Pq?

Mãe: Será que é pq o dono do prédio GreenWood, que é meu amigo, acaba de me ligar dizendo que algumas pessoas entraram no prédio?

Eu: .....

Mãe: Ah não Mia, não acredito que vc fez isso. Camila tava com vc né?

Eu: Talvez?

Mãe: Meu deus! O q vc queria lá?

Eu: Mãe, eu achei uma foto antiga que era de lá e quis conhecer o lugar, só isso.

Mãe: Sei. Mas vc vai se desculpar com o meu amigo, Sr. Wood.

Eu: Tá bom mãe.

Mãe: E quando quiser ir em algum prédio, tenta pedir autorização.

Eu: Sim senhora.

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   Eu não acreditava no que tinha acabado de acontecer, o dono do prédio e minha mãe se conheciam. Mandei mensagem para meus amigos falando que o dono do prédio era amigo da minha mãe, e foi quando Théo fez uma pergunta que me deixou pensando.

- Tá, mas, porque ele ainda tem esse prédio? Ele tá caindo aos pedaços.

   Me perguntei a mesma coisa, se o prédio fosse meu, eu já teria vendido, alugado, ou até mesmo demolido. Mas, porque o Sr. Wood ainda era o dono? E ainda, quem era aquele cara que apareceu aqui no prédio, e que correu de mim e do Luka?

  Eu tinha muitas perguntas e poucas respostas, eu precisava descobrir como subir para o terceiro andar. Foi quando eu tive uma ideia: se o Sr. Wood era o dono, ele devia ter a planta do edifício. Se eu pedisse para ele, poderia ver se tem outra forma de ir para o terceiro andar.

   Pedi para minha mãe o endereço do escritório do Sr. Wood com a intenção de pedir desculpas e de tentar conseguir a planta do prédio, Camila foi junto comigo. 

   Chegando lá, a secretária dele nos recebeu muito bem e logo entramos para falar com o Sr. Wood.

- É um prazer receber a filha da Amanda, e sua amiga. - Ele disse assim que entramos.

- O prazer é nosso. Viemos aqui para pedir desculpas pelo transtorno que causamos ao senhor por ter entrado no seu prédio sem autorização.- Falei.

- Sim, nos sentimos muito.- Camila completou.

- Não precisam se desculpar, mas, gostaria de saber porque entraram no prédio? É um edifício antigo, vocês jovens não ficariam interessados sem motivo.- Ele afirmou

   Olhei para Camila, ele não era ingênuo, com certeza mentir não era uma opção. E além disso eu precisava da planta do prédio. Decidi contar tudo, o vulto, a chave, o papel que o vulto tinha nos dado. E para minha surpresa ele nos pediu para descobrir o que estava acontecendo no Edifício GreenWood. E nos deu a planta do prédio, mas um chaveiro contendo todas as chaves do prédio.

  Agora iríamos descobrir o que tem naquele prédio.

O andar número 5Onde histórias criam vida. Descubra agora