CAPÍTULO 6: O Anel de Jano

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"Que rápida!"

Kikyo não se conteve e teve o maior prazer em abrir um buraco no lado direto de suas costas. O ferimento era de um tamanho considerável, cabia a mão inteira aberta de um adulto ali. Não demorou muito para a dor insuportável vir junto com o sangue que saía em abundância, caso não parasse logo o sangramento Hasuki poderia morrer.

Killua se colocou na frente de Hasuki que deitou de lado em uma tentativa fracassada de aliviar a dor, encolhendo-se. Ver a sua amiga naquele estado deplorável foi o estopim, estava farto de ver a sua mãe no seu caminho e sentia a raiva guiar suas ações.

O Zoldyck aplicou uma rasteira na mãe e em um curto período, antes que ela pudesse encostar no chão, desferiu em Kikyo um chute embebido em sua aura eletrizante. Kikyo foi arremessada e somente parou quando suas costas encontraram a parede daquele cômodo, Killua se aproximou e apontou suas unhas afiadas para o pescoço da mais velha. Seus olhos tornaram-se carregados de ódio e refletiam o gélido vazio, típicos de um assassino.

– Independente do fato de ser minha mãe... se encostar na Hasuki de novo, eu te corto. E se caso preferir... eu te mato.

Não surpreendendo ninguém da família, Kikyo não sabia se mantinha as lágrimas de alegria por ver que o filho amadureceu absurdamente ou contorcia o rosto por lembrar do motivo de ele ter feito aquilo com ela, tudo por causa daquela garota.

– Kil. – Repreendeu Zeno. – Não é hora para isso, leve sua amiga para a enfermaria para fazer os curativos, peça para Gotoh cuidar dela.

– E-Eu estou... bem. – Cambaleou na tentativa de se manter em pé.

Seu hatsu brilhava timidamente ao redor da mão enquanto transformava o buraco em uma injúria menor. Ali agora, sobrou apenas um buraquinho e rasgo da roupa ensanguentada.

– Killua... – Ditou enquanto suas pernas fraquejavam e ameaçavam a derrubá-la no chão.

O Zoldyck a segurou firme, carregando-a com os braços sob o torso e as costas dos joelhos a caminho de um telefone que ficava na porta da frente.

Não é porque o ferimento diminuiu que ele não ia sangrar. Pegou o telefone que era usado como meio de comunicação entre a Mansão Zoldyck e a Casa dos Mordomos e esperou, até que um chiado curto se ouviu.

– Gotoh! Suba rápido aqui, por favor!

O mordomo notou o tom de preocupação de Killua e sem contestar obedeceu ao pedido e tratou de logo ir para a mansão.


[...]


Quanto maior o ferimento, maior será o tempo de recuperação de Hasuki. Era quase meio-dia e não fazia tanto tempo que havia completado um dia inteiro desde que ela desmaiou.

Apesar de não ser um médico, Gotoh assegurou ao Killua de que Hasuki iria ficar bem, o mesmo confiava em suas palavras.

O mordomo dissera que deixaria providenciado os analgésicos para quando a mesma despertasse, tratou de pedir licença fazendo jus à imagem de homem cortês que é e fechou a enorme porta de angelim do quarto do jovem.

Durante todo esse tempo Hasuki passou adormecida sobre a cama de Killua, acompanhada do seu amado travesseiro. Seu rosto sereno que carregava suas belas maçãs conseguia manter os olhos de Killua ocupados. Pensar sobre o que ocorrera ontem o fez cogitar uma ideia de que a forma que o evento terminou, o jeito que Hasuki ficou era culpa toda dele.

A ideia de que estaria livre de suas obrigações sem dúvida o encheu de alegria, mas nunca havia pensado antes que precisaria de alguém para conseguir tal liberdade, muito menos de que alguém teria que correr o risco de morrer por ele.

Minha Lua (Killua X OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora