Minha Lua (Killua X OC)

CAPÍTULO 8 (Final): Canção dos Cosmos

O sol escaldante daquela manhã a fez fechar os olhos e consequentemente perder o equilíbrio por conta do ataque surpresa. O oponente que Ruri ainda não sabia dizer quem era a socou na barriga, um local onde já doía e a sensação passou a piorar. Sua costa entrou em contato com o chão e gotas de sangue voaram no ar, todas elas vindas de sua boca. Quando seu corpo foi ricochetado recebeu um chute nas costas, jogando-a para cima e em seguida um outro pontapé a lançou para o enorme buraco, este antes moldado pelo Zoldyck.

O impacto levantou poeira e após ela se sentar pôde identificar quem era o indivíduo. Seus olhos passaram a observar a silhueta sombreada, incrédulos.

– C-Como você... tá viva?! – Era a vez dela perguntar, ninguém nunca escapou de seu Headshot antes, então como?

Hasuki que a encarava com raspões em suas pernas descobertas com o braço quebrado suspirou, ainda sentindo dor da fratura.

– Você fala demais Ruri, sempre foi assim.

Hasuki havia concentrado toda a sua aura para proteger suas têmporas, ponto o qual a maior havia mencionado anteriormente que atingiria. É claro que, se tratando de uma habilidade especial ela mal conseguiu não fazer sangrar e além disso, a têmpora é um lugar sensível, o impacto fez ela desmaiar após uma forte tontura.

– Eu devia ter pedido desculpas enquanto ainda dava tempo. – Murmurou, quase inaudível. Ruri a encarava com rancor queimando em seu peito, mesmo vendo o arrependimento que engolia a velha companheira. – Nós brigamos por uma coisa banal... você não acha que podemos ser amigas de novo, Ruri?

– Acha mesmo que vai me querer como amiga depois de ver o que eu fiz com o seu namorado?

Hasuki havia esquecido de Killua, onde ele estava? Os olhos que corriam pelo campo esverdeado encontraram-no após ela girar o corpo para trás, prendendo a atenção no braço pálido, caído e ensanguentado que manchara o verde com a cor rubra. Havia sido morto? Não conseguia ver o resto do corpo pois o dojô o escondia. De qualquer forma, aquele fora o momento perfeito para Ruri atacar, pois a ruiva entrara em choque. Assim fez e distribuiu três tiros, todos atingindo o alvo.

Hasuki despertara de seu estado paralítico por meio da dor que sentira quando aquelas balas a atingiram. Nem pensou em se preocupar se Ruri a atacaria ou não, queria que ela confiasse em si e em troca também queria confiar nela. Mas parece que isso não vai acontecer, o rancor parecia ganhar vida própria, era maior do que a maior podia guardar dentro dela. Por isso queria derramar tudo na Hasuki, mesmo os motivos serem tão superficiais como o porquê de a ruiva ainda estar viva.

Hasuki forçou os pés no chão, evitando cair para não sentir a grama pinicar seu corpo, manteve-se firme e passou a encarar com decepção a velha amiga.

Ruri não conseguia suportar inteiramente a dor e só podia ficar ali deitada, esperando passar enquanto o tempo corria sem interrupções, mesmo parecendo que aquele sofrimento nunca acabaria. Seu semblante esboçara apreensão quando a menor, com lentidão, andou para longe do buraco para depois voltar com uma pequena pedra, agora ensanguentada com o próprio sangue. Objeto cujo já sabia para que ela utilizaria.

Hasuki hesitou por um momento em refazer aquela cena novamente, era quase um dèjá vu que jurava que nunca mais iria rever. Não queria acreditar que a garota que era sua melhor amiga desejava sua morte, não queria precisar matá-la novamente. Mesmo tudo não sendo um mar de rosas, ela teve esperanças até o momento presente, acreditando que este passado feito de amargor poderia ser esquecido.

– Isso, me mate esmagada de novo, sua imbecil! Chore como se não tivesse amanhã como você fez da outra vez. – Lançara a pedra para cima. – Eu ouvi você chorando aquele dia e faria de tudo pra ver a sua cara de fracassada! Com certeza você tava parecendo uma palhaça. – Gargalhou, desesperada.