Sorvete de Morango • abo • JIKOOK

CAPÍTULO 1

"Porque você me lembra todos os dias
Que eu não sou suficiente, mas eu continuo aqui
Se você quer que eu vá embora, então me diga para ir
E, querido, eu vou."
July – Noah Cyrus

#SorveteDeMorangoJK

Não era a primeira vez que espalhavam um rumor sobre Jimin e ele acreditava que não seria a última. Mas era a primeira vez que o chamavam na sala da diretoria por isso, mesmo que seu avô fosse uma pessoa difícil de lidar, Kim Chinhwa, na maioria das vezes, não se importava com os boatos que surgiam sobre seu neto mais novo. Ou pelo menos não demonstrava se se importava.

Enquanto caminhava pelos corredores de cabeça erguida, Jimin podia ouvir o que sussurravam sobre ele. "Todos deveriam saber que ele é uma puta", "Vai receber o corretivo que merece por ser uma vadia", "O cachorro louco Park Jimin, finalmente vai ficar pianinho".

Quando começou a trabalhar na empresa da família ele não entendia porque o odiavam tanto, ele fazia seu trabalho minuciosamente para que não houvesse nada a se reclamar e sabia que era competente, demorou alguns meses para ele perceber que não tinha nada que ele pudesse mudar para que parassem de xinga-lo e depois de quase oito anos ele não chora mais por isso.

As coisas eram assim na empresa inteira o chamavam de coisas pejorativas relacionadas a sua sexualidade como ômega e no departamento jurídico, onde ele trabalhava, o chamavam de cachorro louco por ser extremamente fixado nas regras e correto em tudo o que fazia, obrigando o departamento inteiro a fazer o mesmo. Talvez seu avô não mexesse com ele porque sabia da competência dele.

Jimin cumprimentou a secretária que indicou a porta da sala para ele, Chinhwa estava o esperando. O ômega respirou fundo antes de tocar a maçaneta e entrar na sala, podia confessar que estava nervoso.

— Me chamou, senhor Kim? — Falou baixo como sempre e parou em frente da mesa do avô com as mãos nas costas.

Kim Chinhwa era um alfa sério, tinha o semblante sempre fechado e seus cabelos brancos  e rugas no rosto lhe davam um aspecto mais velho do que realmente era. O pai dele tinha criado a Kim Airlines, não que Jimin realmente se importasse com a história da família quando era lembrado a todo momento que era um bastardo. Ás vezes ele mesmo, não entendia porque tinha começado a trabalhar ali. Talvez estivesse muito desesperado depois que sua mãe morreu.

— Sabe o motivo que eu o chamei aqui, Jimin? — Tirou os olhos dos papéis para encarar o ômega. Jimin encarou os seus sapatos.

— Imagino que sim, senhor.

— E o que tem a dizer em sua defesa?

— É mentira, senhor. — O mais velho suspirou e então usou sua voz de alfa.

— Então por que estão dizendo que você está grávido da porra de um dos faxineiros? Eu aceito seus delírios de ômega para você me envergonhar assim? Responda, Jimin! — Jimin se encolheu com a voz que fez seus ouvidos zumbirem.

— Não, senhor, me desculpe.

— Então pare de usar minha empresa de puteiro, isso eu não admito. Não te aceitei na minha família para viver com uma vadia.

— Esses boatos não são verdadeiros. — Jimin continuou falando baixinho, parecia que sumiria se ficasse mais encolhido do que estava.