Comes Out of Darkness Morn - Livro III

Reintegração

Antes de começar é importante avisar que a partir deste livro o enredo vai se afastar cada vez mais do canônico.

Esse é provavelmente um dos livros mais sombrios da serie, se preparem, e lembrem-se ninguém está seguro.

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Duas vezes em uma semana, todas as janelas da Mansão Malfoy quebraram. Uma vez elas quebraram e racharam e enlouqueceram na forma de raios. Na segunda vez, elas formaram serpentes enroladas com marcações Locusta. Harry brincou com eles, a magia curando todos os ferimentos que o vidro infligiu nele assim que foram feitos.

Narcissa veio ao lado dele e consertou as janelas todas as vezes, então levou Harry para longe da bagunça que eles fizeram. Harry nem sempre conseguia se lembrar do que ela dizia, mas depois ele pensou que havia suco de abóbora e a voz de Narcissa contando histórias do que costumava acontecer quando ela era uma criança na família Black e vivia com suas irmãs Bellatrix e Andrômeda. Sempre foram histórias suaves e alegres. Harry os ouviu e tomou um gole de qualquer bebida que ela lhe deu, e sentiu Draco parado como um sentinela silencioso ao lado da cadeira ou do divã, até adormecer.

---------- HP -----------

A estrela tinha cinco braços, feita de vidro transparente no centro e vidro branco opaco nas bordas. Harry traçou um dedo do centro e desceu para as pontas. Eles eram afiados o suficiente para cortar. Claro que sim. Não haveria razão para ter este presente em tal forma, caso contrário.

Harry ergueu os olhos e afastou-se da estrela para o rosto de Lucius. O pai de Draco estava tenso, do outro lado da sala de estar. Ele levitou a estrela para Harry ao invés de tentar trazê-la para ele, considerando que Draco e Narcissa estavam ambos ao lado de Harry e o observavam com desconfiança. Mas ele trouxe. Ele deveria. A estrela era o presente do Solstício de Verão, o presente do meio do ano, o quinto presente nesta dança estranha que ele estava fazendo com Harry, que supostamente proclamava que ele queria uma trégua. Ele tinha enviado um anel com um pedaço de gelo encantado para nunca derreter e uma pedra verde para simbolizar o crescimento de novos laços. Harry respondeu com um pedaço de ébano, indicando sua desconfiança nos motivos de Lucius, e uma pedra vermelha, para lembrá-lo do sangue que ainda estava entre suas famílias.

Mas agora...

Harry olhou para a estrela. A clareza daquilo disse a ele o quanto Lucius confiava nele, e o posicionamento da área limpa no centro indicava que a confiança poderia crescer em qualquer direção. Claro, uma vez que Harry ainda não tinha ideia do por que Lucius escolheu jogar este jogo, fingir que ele queria uma trégua quando já havia machucado Harry ao entregar o diário de Tom Riddle a ele, aquele remendo claro poderia significar qualquer coisa. Lucius Malfoy era perfeitamente capaz de jogar junto até que algo acontecesse para beneficiá-lo, como o retorno de seu Senhor à vida.

Harry teve que responder à estrela, ou pelo menos acenar com a cabeça para mostrar que aceitou o presente e que encontraria uma resposta adequada mais tarde. Ele colocou a mão na estrela e fechou os olhos. Sua magia correu ao seu comando. Ainda estava perto da superfície, agitando e cortando seus pensamentos sempre que ele não estava usando. Depois de tanto tempo confinada, como o Professor Snape explicou em uma das cartas que vinha duas vezes por semana, a magia tinha uma força própria, quase uma personalidade. Harry tinha  que a usar. Se ele negasse, do jeito que fazia há anos, simplesmente se libertaria por conta própria. Já tinha feito isso, quebrando todas as janelas da Mansão Malfoy, como Harry vagamente se lembrava.

Agora, porém, ele poderia colocá-lo para um uso produtivo, e o fez, alterando o presente. Enquanto ele olhava, fios de gelo correram pela estrela, endurecendo-a e obscurecendo o centro, de modo que o vidro ficou totalmente opaco. Ele levitou de volta para Lucius, com cuidado. Ele tinha que ser cuidadoso com tudo que fazia com magia ultimamente. Demorava muito pouco para despertá-la com força total e crua, momento em que ele quebrava coisas. Sutileza e controle eram artes muito mais difíceis do que invocar o poder.