Compulsão Contra Compulsão

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Snape se recuperou do turbilhão vertiginoso da Chave de Portal, que uma coruja entregou a ele junto com a carta de Narcissa, e olhou ao redor de seu local de pouso. Era uma sala pequena e agradável, carregada de janelas com padrões de gelo através das quais Snape podia ver campos de neve sem marcas. O fogo ardia em uma enorme lareira na parede oposta. Um elfo doméstico correu com um copo de um líquido âmbar, que Snape aceitou e bebeu lentamente. O calor ajudou a combater o frio que ele encontrou ao viajar para fora de Hogwarts para usar a chave de portal e a sensação de náusea que ele geralmente sentia por esse método de viagem.

"Bem-vindo, Severus. Fico feliz que você se sentiu capaz de vir à nossa casa, quando você e Lucius recentemente tiveram um desentendimento tão opressor."

Snape se virou e encontrou os olhos de Narcissa. A mulher usava um longo vestido branco com prata no corpete e na bainha, que Snape vagamente reconheceu como a roupa que uma bruxa das trevas usava quando queria que um convidado se sentisse confortável em um lugar potencialmente hostil. Snape supôs que isso era bom. Ele descobriu que pouco se importava, agora. Ele sempre sentiu falta da maioria das sutilezas puro-sangue, e ele queria ver Harry.

"Eu vim aqui por minha conta", disse ele. "Onde ele está?"

"Em uma sala no final do corredor, Professor Snape," disse Draco, e então deslizou pela porta em frente a Snape.

Snape ergueu as sobrancelhas. O rosto de Draco estava - mudado. Ele parecia ter passado por uma experiência devastadora, tanto tragédia quanto triunfo, e isso lhe dera uma nova profundidade aos olhos. Snape sempre pensou que o garoto provavelmente teria um igual, dado seu status puro-sangue e sua devoção a Harry, mas ele não esperava que isso acontecesse tão cedo.

Mas ele descartou, porque, embora a mudança em Draco fosse intrigante, o menino tinha seus pais para vigiá-lo aqui, e Harry não tinha ninguém até ele chegar. "Leve-me até ele", disse ele.

"Em um momento, Severus." Narcissa deslizou para frente e colocou a mão em seu braço. Snape lutou para não afastar a mão dela. Narcissa apenas olhou calmamente para ele, olhos azuis penetrantes. "Não dei detalhes na carta porque não sabia qual seria sua reação, mas há coisas que você deve saber antes de falar com Harry."

Snape inclinou a cabeça e esperou. O nó de tensão em sua barriga piorou. Ele estava presente desde que ele recebeu a carta de Narcissa, porém, e poderia esperar mais um pouco. Pelo menos ele estava na mesma casa que Harry agora, algo que ele desejava que fosse verdade desde que o menino foi para Godric's Hollow.

Narcissa respirou fundo. "Pelo que Harry disse a Draco ontem-"

Snape aprofundou seu olhar. Eles tiveram Harry aqui por pelo menos um dia e não me disseram? Ele se lembraria disso.

"—A mãe dele tentou fazer alguma coisa com ele", disse Narcissa. "Não sabemos exatamente o que foi. Mas, seja o que for, quebrou diretamente os escudos de cegueira sobre ela que ele manteve por toda a sua vida. Ele usou um ritual de justiça puro sangue nela para remover sua magia, e então veio aqui."

Snape piscou. Por um longo momento, ele não teve certeza do que o surpreendeu mais: que Harry teve o bom senso de fugir para a Mansão Malfoy, ou que Lily Potter, a mulher que ele sonhou em destruir com bastante cv nos últimos meses, era agora uma Aborto, ou possivelmente um trouxa.

Comes Out of Darkness Morn - Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora