Peguem o Noivo!

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     Descendo os baixos degraus, optou por parar ao ouvir gritos do ex-colega:     — Ninlus!!! Me tira daqui cara, por favor!! — estava grudado na janela como um manequim numa vitrine

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     Descendo os baixos degraus, optou por parar ao ouvir gritos do ex-colega:
     — Ninlus!!! Me tira daqui cara, por favor!! — estava grudado na janela como um manequim numa vitrine. Amassando contra o vidro sua bochecha, com três dentes pontiagudos a fora.
     O pinguim torceu o bico, e cerrou o olhar. Encarou a janela do penúltimo andar do palácio, cravando na expressão desesperada do colega.
     — Krank. É... então: não curto me casar com uma princesa, ainda mais uma com cara de rato — falou coçando a nuca. No processo limpou uma marca de beijo de batom, que mais cedo recebeu no camarim. — Pois bem, se fode aí!
     Um portão estava à três metros dali. Então Ninlus continuou sua fuga.
     O crocodylidae não parou de berrar por ajuda. Ele assistiu o pinguim todo alegre, correr o máximo que podia.
     Merda!
     O portão desceu em segundos, levantando poeira ao colidir na areia. As muralhas enaltecem um campo elétrico, de uns vinte metros.
    — IH! SE FERROU, BOSTINHA!! — gritou Krank, gargalhando. Com os punhos na barriga de tanto caçoar, caminhava, sumindo da janela.
     — Cala boca! Filho da... — ele já tinha partido, não valia a pena choramingar. Ninlus suava frio, com suas patas estando atadas. — Espera, espera! Merda! — exclamou ao tentar serenar. — Se... ele pudesse fugir, para onde iria?...
     O brilho do rosado sol imenso de Ratatonqu, machucou sua face. Tapando com as nadadeiras a luz, Ninlus notou uma torre. Sim! Uma torre com uma escada escarlate, que termina no pico do palácio.
     — A ha! Caraca, ainda tem como fugir!

    Com a pistola arrombou o portão.
     Pulou de barriga no piso, e deslizou até a escada, meio circular. Seu cinto ejetou um cilindro, que deu o impulso necessário para suspender e pegar no corrimão.
     Começou a subir ligeiramente, errando alguns degraus — adrenalina intensa.
     Parou no meio.
     Ao fim do percurso, quatro moças riam sem parar, empinando o focinho ao alto.
     São apenas madrinhas do casamento, nada demais., pensou. Subindo mais alguns degraus, notou um detalhe: as moças exibiam seus anéis de compromisso.
     — AAAAAAAAH!!! — gritou ele. As moças percebem sua presença, e ficam confusas. Uma perguntou se era ele o noivo. Ninlus congelou. A barriga formiga loucamente, e seu bico gaguejava. — Mulheres... c-casadas...
     O olhar ficou cinzento. As convidadas já estavam incomodadas pelo aspecto do caçador intergaláctico. Todas saíram dali ao saguão.
     Uma delas no caminhar, trombou o cotovelo nele. Isso fez o pinguim se contorcer de medo. Começou a pendurar-se nas paredes, pedindo distância.
     — FIQUE LONGE, FIQUE LONGE CARA!!
     — Senhor, foi sem querer. Não precisa ficar doido assim não — ela disse revirando os olhos, achando tudo muito ridículo. — Pare com isso, antes que eu chame... os…

    Um berro soou lá de cima, e passos simultâneos também. O som dos passos aumentavam gradativamente.

     Ninlus de assustado, aos poucos foi para indagante.
     — CORRA CARALHO!!! — ordenou Krank, trazendo consigo um rattus enorme, que rolava escada abaixo.
    A bolota encostou na parede em que Ninlus esperneou de medo agora pouco.
     Um choque tomou suas nadadeiras. Isso o fez pular da escadaria, caindo de cara no saguão. Quando se reergueu, restou assistir a bola de banha cessar a rolagem.

     — Ninluuuuus!! — aos fundos do palácio disse a noiva, erguendo pelas pontas o sujo vestido.
     — Ai caramba!...
     — Já que não deseja ser meu marido...
     — Qual é! — Ninlus sacou duas pistolas-gama, se preparando pelo pior. — Só aceitei noivar pra... roubar a puta grana que tem. Então vai cagar... !
     A princesa torceu seu focinho para cima, não acreditando no que ouviu.
     — Brautz — chamou. — Mate-o. A-go-ra! — disse firme, cerrando os punhos e espumando pela bocarra.
     O peludo rattus obedeceu. Elevou um porrete de pedra que estava amarrado na sua cauda rosada, bem acima de sua cabeça.
     Ninlus mirou, bem nos pé chatos do ratão, e disparou quatro balas das ambas armas.
     Sem sucesso.
     Uma grande ventania invade o salão, e todos se distraem com nela.

     — PARADOS. LEVANTEM AS MÃOS, E SIGAM PARA FORA DO CASTELO!! 
     — Huh?! Quem é você para mandar aqui?! — perguntou a princesa, tentando encontrar o dono da voz. — E isto não é um “castelo”, e sim, um PA-LÁ-CIO!!
     O teto desabou. Escombros caem sob a princesa, e o rattus obeso é jogado para trás, graças ao peso do enorme porrete.
     — Merda! — Krank suspirou, levando a mão ao rosto. — Ninlus!! Cê devia ter pego a grana e se mandado. Foi bancar o SugarDaddy, e se fodeu!
     Ninlus nem respondeu. Ficou espreitando a janela, avistando uma gigante mancha alaranjada. Que porra é essa, mané?, indagou.

     O teto desabou mais ainda, podendo ver o responsável: um felino colossal e laranja, domado por um ser bem armado.
     — EU REPITO: PARADOS!! AQUI É O ESQUADRÃO DA SEGURANÇA INTERGALÁTICA!
     Algumas naves despejavam cordas, com vários soldados descendo por ela.

     Medroso, o ratão rolou para a escada. Mas foi pego pela pata do gatuno, que o lança na sua bocarra imediatamente.
     Soldados invadiam, mirando e ordenando rendição.
     — Puta merda... É os cana!!...

Fim.

Fim

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