— Ei, aquele verdão morreu? — perguntou Mars.
— Sim, por muito pouco. Não aguentava fugir dele...
— Susie — interrompeu. —, já que saímos de Marte vivos, né. Queria lhe perguntar algo.
— Uh. Oras, diga. Antes que algo aconteça. — brincou, enquanto redirecionava a nave para o batalhão. Ela percebeu que Mars desejava falar algo, desde que pousaram em Marte.
— Não é bem uma pergunta, e sim... Um pedido.
— Hum... ? — pigarreou ao falar, ficando meio tensa.
— Estava louco para lhe dizer isto, e nem tive chance pra falar. Então eu...
— Chega de cerimônia, desembucha logo, Mars.
— Tá bom, tá bom. Susie, você quer...ALERTA! ALERTA! ASA SUPERIOR DANIFICADA. ASA SUPERIOR DA-NI-FI-CA-DA.
A Inteligência reportou em alto e bom som, mas ambos perceberam a falha quando a nave iniciou um rodopio.
Isso os tirou da rota, e desativou a gravidade.
Susie celeremente ativou pelo pulso do traje, o controle manual por voz — Retomar controle!! — nada aconteceu. — Ahn?!! Reiniciar sistema!! — nada ocorreu, de novo.
Mars já estava enjoado, e no desespero, abriu a porta para os fundos da nave, trazendo Susie consigo.A nave parou de girar.
— Ai, ai... Mars?
— Aqui. Susie. — respondeu, fazendo a parceira notar que ele estava grudado na clarabóia da nave.
— Mars! Saia daí de cima.
— Calmou mulher, tô saindo — ele empurrou o pé na parede, pegando impulso na gravidade, mas, avistou uma penumbra fora da nave. — Uh? Ahn... Susie...
— O quê foi? — perguntou, enquanto lia nos monitores o tamanho do dano.
— Você trouxe alguma fantasia de Halloween?
— Oi? Não. Pare de pirraça, e me ajude em descobrir o que danificou a asa.Um breve silêncio tomou eles.
— Mars... ? Mars, você me ouviu?... — a mulher congelou, quando viu uma palma verde tocar sob a clarabóia.
Eles ficaram só olhando, e pensavam no que era aquilo. As merdas em Marte já não foram suficientes?!, refletiu Mars.
Quando a nave virou em direção ao planeta vermelho, a luz natural dele revelou que era o ser que fugiram em Marte.
— Susie, Susie.
Ela não respondeu.
— Susie! — ele começou a sussurrar. — É o verdão, ele que nos perseguiu... !
— Huh?... oi? Ver... verdão? Espera, é. É ele mesmo — disse ela, saindo do “susto paralisante”. — Ele tá nos ouvindo?
— Não sei.A criatura recuou, sumindo aonde fica perto das turbinas da nave.
— Ué? Pra onde ele foi... ? — Mars deslizava os dedos ao cinto, mas só apalpou sua cintura. — Ei!! Cadê a minha arma?! Susie, cadê minha...
Mars reparou que a mulher apontava para a clarabóia, retomando a expressão assustada.
O tripulante apenas riu, e falou:
— O maldito... sabe pegar numa arma. Filho da mãe.
Notas do Contista
Olá consagrado, obrigado por ler. Venho dar o crédito da arte no final do texto, feita pelo grande Frank Franzetta. Ele influenciou muitos ilustradores nos anos 60 (amo tanto as pinturas dele).
Bem, publiquei este microconto (ou Flash Fiction) para testar um gênero que não costumava escrever, sci-fi. Meu próximo conto tem cunho disto, então, melhor testar do que falhar.
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Contos Diversos Vol. 1
Cerita Pendek[Concluído] Contos, Flash Fictions e microcontos de todo gênero escrito por mim, e feito para você. Público quando der na telha. A Rude e Dolorosa Morte - conto [Fantasia] A Deriva em Marte - flash fiction [Sci-fi] O Desgraçado é um Gênio - microcon...