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#trocadosope🌠

Hoseok acordou feliz naquela manhã de domingo. Ele sorriu ainda de olhos fechados recebendo os raios solares vindos da janela diretamente em seu rosto, o aquecendo.

Ele gargalhou sozinho se sentindo a pessoa mais feliz do mundo, pois, sabia ter cumprido todas as tarefas necessárias e esperava ser recompensado, mas não foi isso que aconteceu.

—P-porra...- a voz do senhor Min embargada após a queda de da Tv trouxe o Jung de volta à realidade. Ele ainda estava no corpo de Yoongi, na casa do outro vivendo a vida de Yoongi.

—N-não... não pode ser...- praguejou se levantando de supetão e se encarando no espelho grande cerrando os dentes, tremendo em horror. —Eu fiz tudo! Limpei a sujeira, fiz os trabalhos em atraso e devolvi os livros à biblioteca na data certa. Porque ainda estou neste corpo?- choramingou desesperado sentido o ar faltando em seus pulmões. —Eu resolvi todos os assuntos pendentes do Yoongi...

Os gritos do mais velho no andar de baixo não ajudavam em nada. Ele sentia o corpo todo tremer aos solavancos. Os medicamentos estavam sobre a secretária. Cerca de dois metros apenas os afastavam mas naquele momento, parecia que um oceano inteiro dividia o caminho, se atravessando a meio da estrada para a salvação do seu estado degradante.

O suor descia pelo seu pescoço e as bochechas ferviam, orelhas quentes enquanto ele pegava o pequeno pacote e tomava o remédio sentado no chão. Definitivamente não era um bom começo de dia para si.

—MIN YOONGI!- ouviu o seu nome ser chamado com fúria e desceu as escadas ainda de pijama, as pernas tremendo, o suor frio escorrendo e os queixos batendo esperando pelo efeito das pílulas. —Que porra é essa!?

Nas suas mãos grossas e calejadas o celular de Hoseok repousava, o vidro do ecrã liso sem um único arranhão e a capa rosa de lantejoulas era observado pelo adulto no meio da sala. A garrafa de vinho barato havia sido deixada de lado. O Jung fechou os olhos ouvindo berros e xingamentos. Ele não entendia qual o problema, rosa era apenas uma cor.

—Mas pai...- começou recebendo um olhar estranho quase surpreso. —Eu gosto, qual o problema?- os olhos do Senhor Min quase lhe saltaram do crânio quando ele chutou uma garrafa de vidro a estilhaçando, respingando todo o liquido pela parede e janela.

O menor rusnou enfurecido com aquele comportamento infantil. A apresentação da claque seria no dia seguinte e claramente ele não estaria no seu corpo, provavelmente nunca mais. Se recusava a viver escondido, queria a sua vida de volta, estava farto de ser tratado como lixo.

—Ainda bem que a sua mãe não está aqui para ver você agora. Ela morreria novamente mas de vergonha!- o interior do Jung borbulhou em uma raiva fervente. Ele havia se ofendido mesmo não sendo sobre a sua mãe. Ele sabia como o Min se sentia em relação a isso e não deixaria barato. 

Uma vez que viveria naquele corpo para sempre mesmo decidiu impor-se pela primeira vez. —Tem razão! Ela morreria de vergonha mas por você se ter tornado um pai tão horrivel e egoísta!- disparou pontapeando a mesa fazendo com que mais garrafas vazias se quebracem no chão imundo assustando alguns ratos que sairam correndo.

—O que disse?- o outro perguntou alterado se aproximando, ameaçando bater no filho.

 —Foi isso que você ouviu! Como pode pedir respeito se você não respeita ninguém? Eu estou farto disto! Você só bebe o dia todo!

—Cala a boca, Min Yoongi!!!

—Porque você me trata assim??- choramingou projetando naquele homem a sua própria mãe, sentindo um misto de emoções e uma tontura repentina.

Queria ter a sua vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora