Calum
Depois da primeira vez que ele tentou se matar, eles mantiveram observação constante nele. Eles mantiveram ele em um corredor isolado, sozinho com suas memórias.
Só que ele não estava mesmo tentando se matar.
Só as memórias.
Seu nariz coçou. Essas algemas estúpidas não deixavam que ele coçasse.
Ele tinha feito um laço com o cordão da sua roupa da prisão. Um laço laranja.
As mãos do Calum estavam tremendo mais do que nunca. Ele precisava das drogas.
CALA A PORRA DA BOCA, SEU IDOTA IGNORANTE.
Calum enconlheu ao ouvir a voz que soou em sua cabeça. Seu pai, gritando com a sua mãe.
A memória tinha 13 anos.
A cova da sua mãe também.
Ele choramingou para si mesmo. As drogas se livravam disso. Ele esquecia de tudo.
FAZ ISSO CALUM. FAZ ISSO LOGO! PUXA A PORRA DO GATILHO!
Ele estremeceu por nada.
O guarda olhou para ele pelas barras cautelosamente. “Doido”, ele murmurou.
Não, Calum pensou. Apenas fodido.
Suas mãos tremiam tanto que as algemas chocavam-se.
O guarda ergueu o cassetete. “Para com isso.”
Calum cerrou os dentes. “Eu não posso.”
“Como assim você não pode?”
Calum olhou para ele. “Abstinência. Já ouviu falar?” Ele disparou.
“Você esteve dopado por tempo demais.” O guarda murmurou, chacoalhando a cabeça. “É o melhor para você.”
“Não, não é!” Calum gritou, fazendo o guarda pular. “Eu prefiro sentir nada e se sentir vazio do que ter esses malditos demônios lutando dentro da minha cabeça. Eu não quero lembrar! Merda, não me obrigue! Não me obrigue!”
“Não estou te obrigando a nada,” o guarda falou, dando uns passos para trás, olhos arregalados. Ele pegou seu rádio. “Ele está piorando de novo.” Ele murmurou.
Calum estava além da razão, destruindo a sua cela, batendo nas barras, gritando. “Não me obrigue a fazer isso! Eu não quero que ela morra!”
“Mas que porra?” o guarda murmurou.
Calum de repente paralisou, empurrado contra as barras. Ele encarou o guarda. “Eu não queria puxar o gatilho. Eu não sabia que era real. Ele me obrigou a fazer. Ela morreu. Eu não queria que ela morresse.”
“Você é louco pra caralho.”
Calum desabou no chão assim que a porta se abriu.
“Eu sei.”
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ASYLUM [Portuguese Version]
FanfictionVersão em português da Série Asylum da autora hannahhhj "Não é culpa deles se eles não conseguem evitar." [SERIE ASYLUM - LIVRO UM]