A dor de não ser correspondida é intensa, queima, arde e machuca. Há dois anos esse sentimento cresce e vibra dentro de mim. O amor é confuso, como eu consegui amar o meu próprio primo? É insano!
Não sou suficiente para o Josh, ele é um homem de 21 anos, que vai se formar em julho e viver uma simulação de lua de mel no Havaí. Eu sou patética... Por que sofrer por alguém que nunca será meu? Eu desejo reciprocidade, queria que ele percebesse que não sou uma criança. Vou deixar o colegial, completar 18 anos daqui dois meses. E uma fase nova vai se reiniciar, poderia estudar na Universidade de Malibu ou em Los Angeles onde está localizado a filial da Company.
Observei o horário no meu relógio e quase caí um tombo da cama. Estou muito, muito atrasada para o colégio. Como consegui me distrair por tanto tempo? Peguei a minha mochila e corri em direção as escadas e no mesmo momento meu corpo congelou ao ouvir vozes eufóricas.
— Você é linda! Parabéns Josh, são um casal perfeito.
Ela está aqui... A namorada do garoto que eu amo. Minha garganta se contraiu ao sentir o nó e ardência formando-se.
— Realmente encantadora. Seja bem-vinda a família.
A recepção calorosa da minha família está tornando a situação mais árdua para mim. Desci as escadas contendo as minhas emoções, na metade da escada simplesmente fiquei inerte ao vê-la: Loira, com um corpo magro e bronzeado. O cabelo belíssimo com luzes platinadas, estava preso em uma trança embutida. O vestido rodado, delineando a sua cintura perfeita. Tudo nela era divino, principalmente os olhos azuis cintilantes. Quem é Any Gabrielly perto desta mulher?
— Filha, você não foi para o colégio ainda? — A minha mãe me encarou pasmada ao me ver parada na escada.
Eu não posso chorar, eu não vou chorar...
— Eu estou atrasada. — Murmurei.
— Veja que linda a namorada do Josh. — A mulher sorriu em resposta. — Elas merecem um prêmio, um casal impecável. Josh você merece uma mulher como a Marry, perfeita...
Solucei e tentando não ser mal educada apenas falei: — Seja bem-vinda e tchau!
Corri apressada até a porta e continuei correndo pelas ruas do meu bairro, as lágrimas embaçando meus olhos, os soluços tomando conta da minha garganta. Eu sou a culpada por estar no fundo do poço agora, fui alimentando os sentimentos, acreditando e com a esperança de um dia ser correspondida. E aqui estou eu: Sem fôlego, despedaçada e sofrendo.
Eu queria gritar, espantar para longe essa paixão. Queria Desabafar, chorar em um ombro amigo... Bailey! Bailey! É claro, ele sempre esteve do meu lado e mesmo achando que ele pode me julgar, preciso contar alguém o que sinto. Não aguento mais guardar esse segredo a sete chaves, está me maltratando, peguei meu celular no bolso na mochila e digitei uma mensagem a ele.❝ Preciso de você agora, nesse instante. É urgente ❞ - Enviei.
❝ Estou na biblioteca, no colégio. Any, o que está acontecendo? ❞ - Mensagem recebida.
❝ Meu mundo desabou, chego em vinte minutos.❞ - Enviei.
••••
Bailey suspirava ao velar a minha crise de choro, estou chorando por tudo. Por medo, angústia, ciúmes e sofrimento. Como posso competir com aquela garota? E o pior de tudo, eu sou a prima dele.
— Por quanto tempo vai ficar chorando sentada neste chão? — Bailey sentou-se ao meu lado e ressaltou: — Se for ficar chorando, então vou ler o meu livro, estou em um capítulo tenso onde Aelin está lutando contra os reis valg...
— Eu sou apaixonada pelo Josh Kyle. — Disparei alterando a minha voz em meio às estantes de livros.
A biblioteca que sempre foi silenciosa, hoje pareceu estar vazia sem as estantes e livros, um oco grande e sem fim, para combinar com o meu sofrimento.
— Calma aí... O Josh? O seu primo? Any me conte essa história direitinho.
Eu concordei e contei a história do meu amor platônico desde o começo. A minha implicando quando éramos crianças, a raiva que sentia dele e como tudo se transformou nesse amor surreal. Contei sobre a nova novidade também, meu primo está namorando e para piorar a sua namorada nesse exato momento está na minha casa, sendo recebida por minha família e taxada de sobrinha querida. Bailey me observava perplexo, sem acreditar no que ouvia.
— Sinceramente, não sei o que fazer.
O meu amigo molhou os lábios com a língua antes de dizer: — Agora Entendo! Você estava enrolando uma mecha de cabelo no dedo quando Josh foi buscá-la no colégio. Sempre tem esse comportamento na frente de garotos bonitos.
— Sempre não! — Rebati fungando igual uma porca.
— Sempre sim. — Bailey, segurou na minha mão, entrelaçando nossos dedos. — É um assunto delicado. A sua família é muito unida, tem princípios rígidos e o seu pai principalmente. — Engulo em seco, o meu amigo tem razão. — No entanto, acho justo Josh descobrir o que você sente. Por que não se declara?
— Você está brincando, né? — Comecei a rir.
— Para amar é preciso arriscar. Any, eu só tenho 17 anos, nunca me apaixonei. Mas se um dia encontrar uma garota que ganhe o meu coração eu vou lutar, vou passar por cima das barreiras e arriscar com tudo, mesmo sem saber se posso cair ou voar. Estamos sempre arriscando, no nosso dia a dia. Eu estou recomeçando depois de tudo que aconteceu, é necessário sair na chuva às vezes, é necessário enfrentar tormentas e no amor não é diferente. Você precisa se declarar para o Josh...
Bailey é um garoto muito ponderado, às vezes não consigo entender como somos melhores amigos. Somos tão diferentes.— E se eu receber um não? E se ele começar a rir da minha cara ou se...
— Quantos "e se"! Fiquei até assustado, essa não é a minha melhor amiga tão insegura. — Ele protestou. — Any, quando aceitamos os sentimentos que vem de dentro do coração, também aceitamos as sensações e momentos bons que a vida tem a nos oferecer. Se você esconder esse amor, já imaginou o que pode perder? Quem sabe um romance com o seu primo. — Bay sorriu de leve.
— Josh está namorando, tem a nossa família que com certeza será contra e tem tudo para dar errado. — Choraminguei.
— Any, fuja do amor seguro, do amor tranquilo. Existem amores arrebatadores. — Meu melhor amigo beijou a minha bochecha e resmungou: — Urgh! Que nojo, está salgado por tanto chorar. Vamos, eu vou levá-la para casa, você não pode ficar no colégio tão desestabilizada. — Bailey se levantou e segurou na minha mão para me ajudar a me levantar.
No caminho até a minha casa, fiquei pensando nas palavras do meu melhor amigo. Será que devo mesmo me declarar? Meu estômago está gelado e minhas pernas trêmulas só de imaginar o que uma simples declaração de amor pode resultar na minha vida.
Bailey estacionou em frente a minha casa.
— A noite me ligue para contar o que decidiu, pense bem Any... Eu te amo muito e nos vemos no colégio amanhã!
— Tchau! — Acenei quando sai do carro e meu amigo medeixou sozinha com meus pensamentos.
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Hey pessoas!
Mais um saindo aqui pra vocês, tá pegando fogo bicho!
Perguntinha clássica:
O que vocês acham que vai acontecer?
Tchauzinho!
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Amores Secretos - Beauany - ADAPTAÇÃO
FanficAny Gabrielly é uma garota doce, muito amada por sua família e amigos. No entanto, a sua amável família não desconfia que Any esconde um amor intenso pelo seu primo Josh, que é muito querido por todos. Any guarda esse segredo a sete chaves, mas tudo...