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Any desceu as escadas e todos nós ficamos perplexos. A minha prima estava com uma regata colada em seu corpo, revelando seios fartos e bonitos. Engulo em seco!

Um short curto, mostrando as coxas bem torneadas, prendeu seus cabelos pretos crespos em um rabo de cavalo alto. Jesus, essa garota está deslumbrante!

— Por que todos estão me olhando? — Ela esbravejou jogando uma pequena mochila nas costas.

— Você está linda, filha!

Realmente tenho que concordar com a Tia Leslie, Any está lindíssima.

— Obrigado, eu acho. Será que podemos apresentar o bairro para a Marry. — Disse com um tom sarcástico. — Vou na academia ainda hoje.

Any está se exercitando na academia? Agora explica esse corpo exuberante. Não estou sabendo como agir do lado dela, depois de ler vários textos de amor dedicados a mim.

É capaz de exister um amor tão forte assim? Any descreve esse sentimento com uma grandeza e com intensidade. A cada página daquele caderno, cada palavra lida me fazia sair de órbita. É estranho, descobrir em uma noite que a sua própria prima é apaixonada por você.

Any se expressa muito bem com as palavras, os seus textos conseguem transmitir uma sensação boa. Ela tem uma leveza e ao mesmo tempo uma obsessão para falar sobre amor. Um sentimento um pouco doentio, porque nos planos para me conquistar, envenenar a minha namorada estava em primeiro nos tópicos.

O passeio foi tranquilo os meus tios faziam de tudo para agradar a Marry, por mais que o dia esteja divertido eu não conseguia esquecer aquele maldito caderno. Eu não conseguia encarar a minha prima, até o Noah estava distante, pensativo e sempre observando a irmã!

— Any, você poderia mostrar a academia para a Marry. — A minha Tia incentivou, no entanto, a minha prima deu de ombros demonstrando nenhum interesse.

— Acho que ela não gosta de mim — Marry sussurrou.

O meu corpo queimou, de nervosismo, raiva ou vergonha, eu simplesmente não sei. Só queria segurar Any pelos ombros e gritar com ela para ser legal ou educada com Marry. Afinal, ela não tem culpa.

— Any é estranha, quer um conselho? — Marry assentiu sorridente. — Ignore, não se aproxime da minha prima. Ela pode colocar veneno no seu suco.

— Josh, você é um idiota. — Marry comentou em meio ao riso exagerado.

Consegui sorrir por um momento, mas no instante que meu olhar se encontrou com olhos castanhos da Any, meu corpo ficou estático. A minha prima demonstrou toda a sua tristeza com apenas um olhar e nesse instante, me senti o pior homem do mundo. Ela é a minha prima, melhor amiga e a minha família! Não quero que ela sofra... e ser o culpado pelo seu sofrimento, está me deixando muito agoniado e aflito.   

O bairro em que meus tios e primos vivem era conhecido pelo aroma delicioso de café, com um estilo todo europeu. Com escolas de músicas e teatros espalhando o som de óperas por todo lugar. Com a vista romântica e restaurantes italianos, dividindo espaço com cafés e bistrôs graciosos formando todo o charme de Hollow. Escolhemos um belo bistrô, as mesas externas decoradas com um colorido de flores e cadeiras floridas. Marry ficou encantada, ela ama rosas.

— Esse lugar é tão romântico! — A minha namorada afirmou, depositando um beijo rápido nos meus lábios. — Eu estou amando esse passeio.

De esguelha reparei na Any, ela está encolhida na cadeira. Folheando o cardápio, completamente cabisbaixa.

— O que vamos comer? — Noah indagou sorridente.

— Amo tortas, a de limão é as minha preferida. — Marry confessou e Any soltou um riso debochado.

— Por que está rindo? Qual é a graça? — O meu tio questionou emburrado.

— Achei irônico! Acho que torta limão combina com você... — fechou o cardápio e se levantou da cadeira. — Vou ao banheiro. — Retirando-se com passos rápidos.

Merda!

— Eu sinto muito, eu não sei o que está acontecendo com a minha filha, ela está agindo de maneira desconhecida para nós. Any é sempre amável com todos, uma boa garota. — Marry segurou na mão da minha tia para passar conforto.

— Não se preocupe, ela é apenas uma adolescente. Essa fase é difícil para todos.

— Eu vou falar com ela. — Levanto-me da cadeira. — Não demoro!

Procurei a minha prima dentro de bistrô e ela não estava no banheiro como havia nos informado, e sim, sentada em uma mesa solitária nos fundos. Any limpava rapidamente as lágrimas que estão escorrendo por suas bochechas. Eu não entendo... Por que estou me odiando tanto em vê-la sofrer?

— Marry não tem culpa. — Falei quando me aproximei da mesa. — Se quer descontar as suas frustrações, desconte em mim. Eu sou o culpado por esse amor que você descreve tão incondicional.

— Me deixe em paz!

— Any...

— Que se foda, Josh, que se foda. Você leu a porcaria daquele caderno. Teve a coragem de sublinhar os meus textos, uma forma de debochar dos meus sentimentos e agora me pede para descontar minhas frustrações em você? Para proteger a sua amada?

Não sei como reagir, o meu relacionamento com a Marry começou naturalmente. Fomos a um encontro, saímos algumas vezes: Cinema... balada e restaurantes.
Nosso namoro aconteceu como deve ser, não rolou declaração de amor, cartas e textos românticos. Tudo foi normal, sem momento avassaladores, eu sempre fui tranquilo em relação às mulheres. Nunca precisei estar com muitas, dormir com várias para me sentir satisfeito. Eu queria um namoro seguro e tranquilo, não queria... isso! Essa confusão que está prestes a entrar na minha vida.

— Any, você é a minha prima e eu te amo muito. Só que não posso corresponder esses sentimentos, não pode se tornar um desejo carnal. É errado! — Seria uma tormenta e nossas vidas carregadas com conflitos.

— Você leu tudo e mesmo assim...

— O que o Josh acabou lendo? — Noah disparou, surpreendendo nos dois. Puta Merda!

— Eu li... Eu li...

— O Josh, leu o meu diário. E eu estou chateada por esse motivo. Ele invadiu minha privacidade, o meu mundo e agora age como se não significasse nada. Eu vou voltar para a nossa mesa! — Any levantou-se, caminhando apressada em direção às mesas externas. Me deixando sozinho com o olhar desconfiado do Noah.

— Você leu o diário dela?

— Foi sem querer, eu esqueci a minha mochila na noite passada. E quando voltei para buscá-la encontrei um caderno jogado em cima da mesa de jantar, achei que era um simples caderno e li algumas páginas. — Confessei, esperando que a interrogatório não continuasse.

— E o que estava escrito no diário?

Às vezes eu tenho vontade de socar a cara do Noah.

— Eu não vou contar, é segredo da Any e eu prometi a ela. Vai se engasgar com a curiosidade. — Debochei.

— Por que não consigo me convencer com essa explicação?

Sorri com escárnio.

— É a verdade, se você não consegue se convencer é problema seu e não meu. Já tenho problemas demais para enfrentar e ficar aguentando os seus interrogatórios desnecessários não ajuda a melhorar o meu humor. Me deixa...

Girei com os calcanhares com a certeza que Noah não irá desistir fácil. Any nos colocou em uma situação extremamente complicada.

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Hey pessoas!

Mais um capítulo narrado pelo Josh.

Mas me digam uma coisa: vocês acham que isso vai dar em alguma coisa? Eu sinceramente tô achando estranho isso tudo, e vocês?

Tchauzinho!

Amores Secretos - Beauany - ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora