A Proposta

Beija ele com vontade

As coisas andavam estranhas, principalmente quando uma garçonete se aproximou de Zayn quase o fazendo engolir a força um sushi, e ele odiava peixe. Enquanto tentava mastigar aquilo ouviu as palavras de Liam ao longe, aproveitando o susto para cuspir a comida.
- Senhoras e senhores eu tenho um anúncio muito importante a fazer: Zayn e eu vamos nos casar! Querido cadê você? Venha aqui meu docinho de côco.
Todos aplaudiam o casal, enquanto Zayn ironizava o momento de raiva que Liam havia escolhido pra fazer o anúncio, e bebia o espumante bem escolhido. Foram interrompidos por uma mulher baixa, loira e bonita, cheia de sorrisos para Liam, o que, por algum motivo, incomodou Zayn. Liam estava todo bobo, era ridículo.
- Ah, claro – Liam pareceu se lembrar de Zayn – essa é minha ex, Gurt.
- É um prazer. E então, conta a história? – ela era simpática, como todos ali e isso incomodava Zayn. Não estava acostumado a tanta demonstração de afeto.
- Que história? – os dois disseram juntos.
- De como você fez o pedido Liam.
- O pedido de um homem diz muito sobre seu caráter. – vovó tinha mesmo um ótimo ouvido.
- Sabem de uma coisa, Zayn adora, ele adora essa história, por isso vou deixar ele contar e nós vamos nos sentar pra ouvir. – Liam estava realmente aproveitando a chance de se vingar das malcriações do chefe.
- Uau, ok, por onde eu começo. Então, ham, é... hum, é.. Liam e eu... estávamos perto de comemorar nosso primeiro aniversário juntos e eu sabia que ele estava morrendo de vontade de me pedir em casamento, mas estava morrendo de medo, parecia um passarinho. Aí eu comecei a deixar umas pistinhas porque sabia que ele não teria coragem de me pedir em casamento então eu
- Não foi bem assim que aconteceu. – Liam sabia quem Zayn era, ele não estava no cargo mais alto à toa. Foi um erro dar o controle das coisas enquanto ele estava conseguindo controlá-lo  – não, quer dizer, eu saquei todas as pistas dele, porque esse homem é sutil como uma bazuca. O que me preocupava é que ele pudesse achar a caixinha
- Oh, a caixa que ele fez, ele passou muito tempo cortando fotos bem pequenininhas dele e colou pela caixa toda. Tão bonito! E eu abri aquela linda caixa e coraçõezinhos cortados a mão começaram a voar feito confetes, e depois que eles voaram eu olhei e vi, era a coisa mais linda e enorme
- Não era nada, sem anel. Mas dentro da caixa, por baixo de toda palhaçada, tinha um bilhete escrito a mão com o endereço de um hotel, com data e hora. Naturalmente Zayn
- Eu pensei que ele estivesse saindo com outro homem, é, foi um momento terrível pra mim. Mas eu fui naquele hotel assim mesmo, bati na porta mas já estava aberta e quando entrei lá estava ele
- Parado
- De joelhos
- Como um homem
- Numa cama cheia de pétalas de rosa, e de smoking. Seu filho, e ele estava soluçando muito, e quando parou de chorar e conseguiu respirar ele disse
- Quer se casar comigo? E ela disse quero. E foi isso. Tem alguém com fone? – Liam não podia deixar Zayn falar mais nada, já tinha conseguido virar o jogo e sabia que não podia ser alcançado. Zayn venceu, de novo. E o prêmio foi o grande sorriso irônico no rosto.
As conversas começaram novamente ignorando o momento constrangedor que acabou de acontecer, até alguém perguntar cadê o beijo dos pombinhos. Tudo que nenhum dos dois queria.
- Claro, vou beijar. – Liam deu um beijo na mão de Zayn imaginando que acabaria com os pedidos, mas não adiantou e o coro de 'beija' tinha começado. Deram um selinho rápido e alguns se contentaram.
- Nem pensar, beija ele com vontade. - vovó Anne pedia.
- Vamos logo com isso – Zayn sussurrou, lembrou o motivo de estar ali e manteve o foco no cargo que não podia perder.
Eles se aproximaram desajeitados e encostaram os lábios. Liam ficou quente quando juntou seus corpos e se surpreendeu com a sutileza de Zayn  colocando a mão sobre o braço que estava em sua cintura.
Zayn percebeu que os lábios nos seus eram macios e suaves, se mexiam calmamente. Sentiu o braço de Liam circular sua cintura e quando percebeu já estava o tocando. Por um breve momento não havia ninguém por perto.