Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro.
— Richard Bach
O corpo da jovem relaxou por sobre os lençóis, já surrados pelo tempo, e a cama pouco confortável. Estava realmente exausta naquela noite e tudo o que queria fazer era dormir e recuperar suas forças para o dia seguinte. Sabia que sua vida era um imenso círculo vicioso e que nada mudava. Nunca mudava.
Morava com a sua avó, em uma das casas mais pobres de Vanaheim, e a ajudava em absolutamente tudo. Desde a arrumação até as vendas das frutas e verduras no comércio central da cidade. Geralmente, não conseguiam vender muito, mas tudo o que ganhavam dava para que tivessem algo para comer.
Esticou-se na cama, sentindo seus músculos doerem, e bocejou antes que seus olhos começassem a pesar. Depois encolheu-se na beirada, porque sabia que sua avó iria dormir um pouco mais tarde e tinha que ter seu espaço quando chegasse.
Mesmo bastante cansada, começou a pensar nas coisas que faria no dia seguinte, mas acabou sendo levada pelo sonho e deixada em uma campina extremamente verde. Ela parecia tremendamente feliz e elegante. Usava um vestido azul, de linho fino, que jamais teria dinheiro para pagar. Também usava pedaços de armadura em seu peito, braços e costas. Coisa que pouco se via por ali, já que Vanaheim era um reino de paz. Não havia razão para terem armadura.
Parecia conversar com alguém. Um homem, ela tinha certeza. Sorria enquanto ele andava de um lado para outro e lia um livro de poesias, em voz alta. Aquilo fez com que a jovem fechasse os olhos para apreciar as nuances de seu timbre. Parecia música aos seus ouvidos e isso a distraía. Escapou, apenas por um segundo, daquela sensação e novamente o encarou. Usava uma cota de couro preta, repleta de detalhes dourados e verdes, extremamente bem costurada. Não era qualquer um que podia ter uma peça de roupa tão alinhada quanto aquela e realmente ele não era qualquer um.
Acordou assustada quando viu o rosto do príncipe de Asgard, Loki.
Passou as mãos na face perfeita e sentou-se na cama, reparando que ainda estava sozinha. A cidade já estava no mais absoluto silêncio e por isso sabia que já era bastante tarde. Resolveu levantar-se para saber se sua avó estava bem.
Aproximou-se da porta, ainda sonolenta. Antes que pudesse sequer abri-la, ouviu um barulho alto como se alguém tivesse destruído alguma coisa. Apressou-se em deixar o quarto porque achava que sua avó poderia ter se sentido mal e desmaiado, mas tamanho foi o susto quando ela alcançou o corredor e deu de cara com quatro sujeitos altos e fortes. Possuíam cabelos compridos e barbas fartas.
Ao vê-la, sorriram maldosamente.
Era uma jovem com belos atributos físicos: Os cabelos eram grandes e de cor castanho claro, os olhos era uma mescla entre o azul e o verde que as vezes poderia até mesmo ser confundido com cinza claro. Os seios fartos, quadris largos e cintura bem moldada estavam cobertos apenas pelo tecido fino de sua camisola. Aquilo pareceu atiçar ainda mais os homens.
O que estava diretamente em frente a ela, olhou para os amigos antes de começar a aproximar-se rapidamente. A menina não teve outra reação a não ser voltar correndo para o quarto e empurrar uma cômoda pesada até em frente da porta. Não antes de ver a avó caída no chão da sala, com os olhos ensopados de lágrimas.
Virou-se para olhar em volta, pois sabia que aquele móvel não aguentaria, os chutes dado contra a porta, por muito tempo. Acabou percebendo que poderia passar pelo telhado, se pudesse chegar até lá e afastasse a palha.
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Almas Perdidas (Loki)
Fanfiction"Num deserto de almas também desertas, as especiais se reconhecem" A vida para Sigyn, uma deusa menor que vivia em Vanaheim, nunca havia sido fácil e ela acreditava que nada mudaria. A existência humilde que levava, ao lado de sua avó, não mais lhe...