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Eu amava

Eu nunca acreditei que as coisas pudessem dar certo. Porque diante de toda minha trajetória até o Yoongi que está prestes a completar seus trinta anos, eu nunca havia me sentido bem comigo mesmo. Eu nunca presenciei o que as pessoas costumavam chamar de felicidade e paz. Eu sempre fui cercado de medo e incertezas, inseguranças e pensamentos negativos. Fui cercado de milhares de formas que me machucavam. E eu tentei fugir de todas elas, mas eu nunca consegui realmente, então eu parei de tentar.

Eu sempre fui decepcionado com tudo o que acontecia ao meu redor, porque eu parecia ter sempre as respostas para que tudo se tornasse melhor. Eu tinha as respostas para que meus pais parassem de brigar, e eu sabia como tornar tudo melhor. Mas agora, neste momento, eu me pergunto realmente se tinha essas respostas.

Eu era apenas um pirralho que achava que tinha todo o poder em mãos. Mas que sequer conseguia manter a própria mente sã, não sabia metade, e ainda sou esse pirralho, eu ainda não sei de nada. Mas eu estou disposto a aprender.

O mundo não é legal. E ele nunca será, ele nunca irá ser gentil, infelizmente, até mesmo as pessoas na quais achamos que estão tendo a melhor vida todas e que achamos que nunca tiveram que enfrentar maus caminhos. Todas elas tem seu lado negativo, mesmo que para nós, seja impossível de ver.

Eu nunca entendi a vida. Ela sempre fora um enorme segredo para mim, e milhares de vezes eu me encontrei com milhares e milhares de questionamentos que eu gostaria tanto que fossem respondidos. Eu procurei, em todos os lugares possíveis o motivos e respostas de perguntas que eu não sabia responder. E eu me encontrei perdido no momento em que tudo ao meu redor simplesmente parava de fazer sentido, tudo parecia tão caótico, como se eu estivesse no pais da maravilhas, tudo parecia estranho, parecia sem rumo, sem pé nem cabeça, parecia tão sem sentido. Como se nada tivesse propósito, e nada se encaixasse.

A morte fora uma coisa que eu cogitei. Querendo ou não, pensei sobre e me perguntei o porque que aquilo tinha que acontecer. Me perguntei milhares de vezes o porque eu ter nascido sendo que as coisas simplesmente não pareciam querer que eu me mantivesse. Eu senti na minha pele o desespero de estar vivendo em um lugar onde tudo era desconhecido.

E minha vida se resumiu nisso: medo, desesperos e incertezas.

Eu nunca achei as respostas para nenhuma de minhas perguntas. E agora, eu não as procuro mais, elas se tornaram simples memórias de medos passados que se escondem em partes mais profundos e escuras da minha mente. Porque eu tentei ignorar todas elas.

Talvez todo o meu medo e todas minhas incertezas vissem do fato de que eu nunca tive ninguém para me explicar de uma forma mais didática. Eu descobri a morte sozinho, e eu me encontrei questionando a vida e o porque dela sozinho. Questionei-me por todas as divindades, e todas as crenças que eram implantadas em minha família e indaguei silenciosamente tudo o que eu desconhecia. De forma que me levasse a loucura.

Eu lembro. Infelizmente eu lembro. O momento em que eu repudiei minha própria imagem. De forma que eu sentia nojo de mim mesmo, eu me perguntei novamente o porque e nunca recebi uma resposta.

Todo meu corpo tremia e minhas lágrimas desciam sem parar, sem previsão para cessarem, eu soube, que eu estava vivendo errado mais eu nunca soube o caminho certo. Me perguntei se esses caminhos realmente existiam ou se estávamos apenas ali, para seguirmos sempre o mesmo roteiro. E continuar do jeito que tudo sempre foi.

Eu nunca achei que pudesse melhorar. E isso nunca mudou, desde o momento em que sai de Daegu e coloquei meus pés na Califórnia. Desde que comecei a trabalhar, e passei a fumar na minha varanda, desde que comecei a acumular coisas inúteis e parei de receber e fazer ligações. Desde que, conversar havia se tornado algo cada vez mais e mais distante. Desde que sorrir, havia se tornado um peso.