Capítulo 20

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Como toda segunda-feira de manhã, Joalin saiu de casa cedo e foi para a escola sem nem dizer adeus aos pais. As manhãs de segunda-feira eram o tempo de ficar sozinha com Sabina na escola antes do início das aulas. E depois da noite de sexta-feira, ela se viu fisicamente desejando sua presença. Mesmo que fosse só por vinte minutos antes da aula começar. Infelizmente, o Sr. Clemmons também decidia aparecer mais cedo do que o necessário às vezes.

Dirigindo-se para o estacionamento, ela parou em sua vaga, as sobrancelhas franzidas em confusão quando ela não viu o carro de Sabina. Ela estava sempre aqui antes dela. Talvez ela estivesse atrasada hoje. Seria estranho se ela esperasse em frente ao laboratório de fotografia? Sabina aparentemente não tinha destrancado a porta de manhã para entrar, e Joalin não saberia como abrir uma fechadura nem se sua vida dependesse disso. Ela subiu as escadas e colocou a mochila no chão para esperar. Checou o relógio a cada poucos minutos. Nenhum sinal de Sabina. Ela estava começando a se preocupar no momento em que o Sr. Clemmons apareceu.

"Ei, Joalin. Sem a Sabina hoje?" o homem mais velho se aproximou dela depois de esperar meia hora, o tilintar de suas chaves a rompendo de seu transe preocupado.

"Eu acho que não. Eu só vim ver se ela deixou alguma coisa para eu dar a Sina hoje", ela mentiu, levantando-se com um sorriso nervoso.

"Ela não deixou nada na sexta-feira", ele destrancou a porta, entrando. Joalin ficou do lado de fora da porta, mordendo o lábio.

Onde Sabina poderia estar?

Ela permaneceu do lado de fora até o sinal tocar, deixando-a sem outra alternativa senão ir até a sala de aula. Talvez ela aparecesse na aula de educação física.

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Morder as unhas era um hábito nervoso de Joalin. E atualmente, a unha do polegar estava sendo mordida até a raiz. Sabina não estava no ginásio. Ela não estava em sua mesa no almoço. Não havia sinal dela. Joalin estava meio tentada a perguntar a Any se ela tinha ouvido falar da garota.
"Eu já volto", ela murmurou, reunindo todos os seus pertences em sua mochila, mal recebendo um aceno de Sina antes de sair da cafeteria. Havia um telefone público ao lado do estacionamento e ela já estava pescando em sua bolsa de moedas por alguns centavos enquanto se encaminhava para lá.

Segurando o telefone no ouvido, ela se atrapalhou com o troco ao colocá-lo na máquina, discando o número de Sabina e fazendo uma prece silenciosa para que ela atendesse. Ela estava tão paranóica em ter sido descoberta e algo ter acontecido com Sabina desde que seus pais as pegaram juntas no baile duas semanas atrás.

"Hidalgo", uma voz cansada e nasal, mas familiar, a confortou quando soou em seu ouvido, fazendo todo o seu corpo relaxar pela primeira vez desde esta manhã.

"Ei, porque não veio a escola?" ela perguntou baixinho, olhando em volta, caso alguém estivesse perto o suficiente para ouvi-la.

"Eu acordei com febre no sábado. Acontece que a minha roupa de sexta à noite não foi a melhor idéia, mesmo com o quão fofa que você foi." Sabina murmurou com uma risada fraca, fazendo o coração de Joalin bater ainda mais rápido.

"Sinto muito que você esteja doente, bebê", ela deixou o termo de carinho escorregar sem sequer pensar, um rubor pesado tomou conta de suas bochechas. Mas Sabina falou novamente antes que ela pudesse se explicar.

"Eu vou sobreviver. Só estou me sentindo uma merda", ela tossiu.

"Seu tio já está na cidade?"

"Não, ele chega amanhã à tarde", Sabina fungou, "Por quê?"

"Talvez eu possa ir ai te fazer companhia? Eu posso levar uma sopa da 7-Eleven ou algo assim."

"Você não iria gostar de estar perto de mim, amor, é bem nojento. Tem lenços por toda a parte e eu não quero que você fique doente também."

I Just Want You To Know Who I Am • JOALINA Onde histórias criam vida. Descubra agora