Um equilíbrio

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Subi de volta para o quarto, aliviada por estar novamente longe dela. Peguei o controle sobre a cama e desliguei a TV. Sentei-me na cadeira, em frente ao computador, permitindo que algumas lágrimas caíssem antes de enxugar meu rosto e decidir ligá-lo.

Por mais que quisesse saber onde Sadie  estava e com quem ou tv o porquê de ter arranjado briga e com quem, obriguei-me a deixá-la por um tempo de lado. Mas, ainda assim, necessitava conversar com alguém. Porque não sabia mais como lidar com essa situação. Nem com ela.

Naquele momento, poderia contar apenas com a ajuda de uma pessoa. A pessoa que já havia me ajudado com Sadie :

— Millie?! Que saudade!

— Nunca pensei que fosse escutar isso de você, Madison. — respondi de brincadeira, apesar de ser sincera.

Ela gargalhou. Somente seu costumeiro jeito todo alegre já me deixava um pouco melhor.

— Como você tá? —  dei de ombros e ela pareceu notar algo. — Bobby Brown, onde é que estão as roupas que eu te dei?! Porque essas aí, eu conheço de anos!

Ai, Deus, que exagero...

Revirei os olhos, achando um pouco de graça de sua reação. Havia esquecido das roupas novas, guardadas no fundo do meu armário, que ela havia comprado pra mim.

— Maddie... — tentei ir direto ao assunto.

— Hmm, essa carinha não tá muito boa, o quê que foi?  — ela arqueou a sobrancelha.

— Estou... ahn, oficialmente namorando com aquela garota, lembra dela? — ela arregalou os olhos e me forcei a continuar, nervosa. — E agora acho que...a gente vai terminar.

Ela parou por um instante. Comecei a me perguntar se a ligação havia travado, contudo ela berrou:

— O quê?! E você só me diz isso agora, prima?! — ela sorriu maliciosamente. — Vocês já transaram? Porque pelo o que você me contou dela...

Roxa de vergonha, escondi o rosto com as mãos.

Talvez tivesse sido uma péssima ideia...

— Maddie, foco. — pedi, voltando a fitar o monitor.

— Ah, sim. Desculpe. Me diz o que aconteceu e depois você me atualiza.

E eu contei. Foi um alívio colocar para fora sem me preocupar em omitir os detalhes. A raiva me permitiu contar até mesmo sobre a mãe e o pai da ruiva.

— Sinceramente, prima, estou sem palavras... — ela riu em nervosismo, depois de ter ficado um bom tempo em silêncio.
Após um longo momento, continuou: —

Você a ama?

Mordi o lábio. Não entendi o que aquilo tinha a ver com tudo isso. Sim, eu a amava, já havia admitido para mim mesma. Mas dizer em voz alta...

— V-você quer falar de amor agora? — gaguejei.

Ela suspirou de susto e sorriu.

Droga, ela percebeu.

— Puta merda! Você a ama! 

— Maddie... — suspirei.

— Tá bem, tá bem, já entendi. — nós rimos. —Bom, elaelauma filha da puta! Desculpe, eu sei que a mãe dele morreu, mas, sinceramente, não há outra palavra! Ela é complicada, os amigos dela não suportam você...

— Poxa, valeu! — revirei os olhos.

— Calma que eu não terminei! — me cortou. — E, acima de tudo, está claro que esta não será a última briga de vocês. Vocês são extremamente diferentes, isso chega a ser normal, até certo ponto...

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