Abro minha boca horrorizada. Não era possível que ela esteja falando sério. Mas, por Deus, quem brincaria com uma coisa dessas?
A biblioteca permanece silenciosa. O silêncio é desconfortante, mas ainda assim, espero ela começar a rir e dizer que o que havia dito era apenas mais uma de suas piadas de mau gosto. Mas isso não acontece, e eu resolvo finalmente me pronunciar:
– Não fale bobagens, Sink . É claro que você os ama... – afirmo, apesar de minha voz falhar. A ruiva me fita em descrença, e quando penso que ela irá me responder, apenas se inclina na cadeira e abre o caderno.
-Por onde começamos?
Solto o ar pela boca, abismada com sua troca de assunto.
– Francamente, você é...
Ela me interrompe, em um tom cortante:
– Se você vai mesmo me ajudar a estudar, sugiro que comecemos logo. Tenho absoluta certeza de que você tem mais coisas a fazer em casa além de ficar estudando. – ela volta a fitar seu caderno, passando algumas páginas com uma das mãos. – Podemos começar com história?
Respiro fundo.
Ok, quanto antes começarmos a estudar, mais rápido irei me ver livre dela e de seu olhar gelado.
– Está bem. Abra na página 34 do livro, o professor havia pedido um relatório sobre A Revolução Francesa que ele falou na aula passada.
Não dirigimos mais nenhuma palavra ao outro que não seja relacionado à matéria até terminarmos de estudar história e física. Quando chegamos à sociologia, me recordo da lição de casa.
– Ahn... Sink? – ela levanta seus olhos que estavam concentrados nos exercícios até agora para me fitar. – Sobre... a lição de casa de sociologia...
Me surpreendo novamente com suas palavras duras quando ela volta a me interromper:
– Invente as respostas.
Eu a encaro em desaprovação.
– O quê?
A ruiva apenas revira os olhos como se isso fosse fácil.
– O quê?
– Invente as respostas. Olhe, isso não é tão difícil. Veja, do que eu pareço gostar?
Agora é minha vez de revirar os olhos, realmente não era difícil perceber do que ela gostava de fazer com seu estilo todo rockeiro, mas não era essa a questão.
– Sink , o problema não é esse. Eu não quero seguir o caminho mais fácil, sem contar que o professor vai perceber. Eu não iria apresentar uma resposta à ele que está tão na cara, transparecendo que nem chegamos a conversar e perguntar realmente uma a outra.
Ela dá de ombros.
– Até que você é esperta.
– Vou considerar como um elogio.
– E foi um elogio. – afirma, abrindo um sorriso que nunca havia sido dirijido à mim e usando um tom de voz diferente. Por algum motivo, aquilo me fez corar e, consequentemente, virar o rosto para o outro lado.
– E-então o que vamos fazer quanto à isso?
– Depois. A próxima aula é somente na sexta então podemos nos preocupar com isso uma outra hora.
– Certo. – respondo por fim, voltando a atenção ao livro.
A ruiva apenas revira os olhos como se isso fosse nada demais.
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My First Love
Hayran KurguMillie é uma garota estudiosa, fechada e tímida; aquele tipo de garota que fica em casa estudando ao invés de ir para festas como qualquer outra adolescente. Millie é aquele tipo de garota que muitos outros a classificam como nerd. Sadie é uma garo...