Seis mil dólares

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                     Como faria para seu patrão não a demitisse? Pensou Uraraka, será que se jogasse aos seus pés em prantos, resolveria o problema? Senhor Bakugou não aparecia um homem muito sensível. Precisava daquele emprego, mais não sabia como depois de se trancada em um quarto por um menino de apenas oito anos, e precisar fazer uma corda usando lençóis para conseguir escapar. Bem seria necessário um bom jogo de cintura para sair nessa situação.

Capítulo III


Seis mil dólares


Segurou as pernas, teve que fazer um esforço sobre-humano para não gaguejar diante de um dos homens mais ricos de Nova York, Uraraka achava que Bakugou era rico, mas tão rico assim. Enquanto Midoriya Izuku é o magnata das Comunicações de Nova York, tendo rádios, canais de tv pagos e muitos outros veículos de comunicação, seu futuro ex-chefe tinha redes supermercados, uma rede hoteleira, e várias empresas de diversos ramos. Talvez se ficasse naquele emprego, conseguisse um vale compra para os supermercados Bakugou's? Refletiu quando esperava uma reação do loiro.

Os olhos rubros analisavam o rosto dela, pensativo ao escutar que ela tinha sido enganada por uma criança de apenas 8 anos e trancada em um quatro, tendo que escapar pela sacada com uma corda feita de lençóis. A morena não tinha se esquecido da expressão de surpresa ao entregar a sua corda especial a moça responsável para lavanderia da mansão. A mulher de uns 25 anos precisou piscar algumas vezes, para assimilar o trabalho feito por Uraraka.

- Eu deixarei passar dessa vez. – Soltou um suspiro de alivio. – Mas não darei tantas chances como essa, apenas por Deku falou que será difícil de achar uma pessoa tão corajosa ou louca. – A última palavra a desnorteou levemente, "louca", pensou.

Então senhor Bakugou abriu uma gaveta da mesa de escritório em formato de L, feita de madeira maciça de cor marrom. Retirou um maço de dólares, Uraraka deve que se segurar para que seu queixo não caísse no chão forrado com um carpete cinzento. Nunca tinha visto tanto dinheiro na vida, não piscou quando o loiro contava as cédulas com cuidado. Quando terminou, levantou da cadeira e contornou a mesa. Sentou na cadeira de couro negro bem ao seu lado, entregou um maço de dólares. Suas mãos tremiam, mas pegou o dinheiro, surpresa e feliz.

- Senhor Bakugou, mas porque desse dinheiro? – perguntou.

- São seis mil dólares. Não importa o que aconteça, esse dinheiro já é seu. Se você sobreviver a um mês com meu filho você recebera o salário integral. – explicou indiferente as reações de Uraraka.

- Quanto será o salário?

- Com tudo uns 12 mil dólares. – Se olhos arregalaram ao escutar o valor total, poderia fazer tantas coisas com esse dinheiro, muitas mesmo. – Também pagarei horas extras, se você precisar ficar um pouco a mais com Ren. – Concordou com a cabeça. – Quase me esqueci, as vezes eu preciso que você vá em eventos sociais para cuidar dele, pagarei separado, enquanto ocorrer isso.

Sentada no sofá marrom do apartamento que dividia com Mina Ashido, Toru Hagakure, Melissa Shield, Kyoka Jiro e Momo Yaoyorozu, ela pensava com cuidado no que gastaria aquele dinheiro. Na verdade, jamais teve tanto assim na vida, tinha contando muitas vezes, para ver se não estava errado a quantia, mas era 6 mil dólares, 6 mil dólares, repetiu sorridente, balançado as notas como se estivesse em um sonho. Porém, a dura realidade fez que saísse do seu sonho, se senhor Bakugou a cobrasse? A única pessoa que poderia emprestar tanto dinheiro seria Momo, balançou a cabeça, já devia 1.500 dólares do aluguel do apartamento para a estudante de engenharia mecânica.

Tinha que arriscar, refletiu. Nesse mês seus pais não precisariam mandar 2.500 dólares para pagar a mensalidade da faculdade de Artes Visuais, ainda se conseguisse o emprego de baba, poderia quitar todas as suas dívidas, e guardar um pouco de dinheiro em uma poupança. Seria um sonho sendo realizado, não precisaria comer miojo no almoço e no jantar, e nem pão amanhecido e manteiga no café da manhã. Poderia colocar frutas e iogurtes na sua parte da geladeira, além de poder comprar algumas bobeiras. Confiando nas palavras de Bakugou, separou o dinheiro que devia para Momo, odiava deve para qualquer pessoa, mesmo sabendo que não fazia falta para a mesma.

Não se surpreendeu aos escutar o som da porta sendo aberta, as meninas haviam retornado do passeio no centro da cidade. Mina Ashido era das colegas de apartamento, a mais enérgica de todas, ela fazia Artes Cênicas. Toru Hagakure também estudava na mesma faculdade, mas fazia Moda e namorava um instrutor de uma academia de artes marciais Mashirao Ojiro. Melissa e Momo faziam o curso de engenharia mecânica, entretanto eram de outro campus, o de Engenharias, que tinha os mais caros cursos de toda a instituição. Enquanto Kyoka fazia a faculdade de Medicina, mesmo tendo confessado a ela, que desejava fazer o curso de Música.

- Uraraka, tudo bem. – Cumprimentou Momo. – Como foi no primeiro dia como babá? – a pergunta fez que Ochako suspirasse.

- Foi bem. – disse dando um sorriso amarelo, entregou o dinheiro com um olhar confiante no rosto.

Mesmo relutante, Yaoyorozu pegou as notas e as contou sobre o olhar surpreso do resto das garotas.

- Não precisava Uraraka. – Foi interrompida pela mesma.

- Desculpe Yaomomo, posso não ser tão rica igual você, mas eu tenho o meu orgulho. Prometi devolver o dinheiro, e aqui está ele. – Não quis que suas palavras ofendessem Momo.

- Está tudo bem. – respondeu. – Então como você, conseguiu esse dinheiro? – havia uma enorme curiosidade na voz da morena, sendo feita a mesma pergunta na cabeça de todas as meninas.

- Eu recebi um adiantamento do senhor Bakugou. – disse olhando seus próprios pés, com um olhar tímido. – Se eu conseguir cuidar do Ren até o final do mês, eu estou contratada. – Continuou ainda com cabeça baixa.

- Que bom Uraraka. – Não se surpreendeu ao ser abraçada por Mina e Hagakure, que comemoraram a sua sorte, Melissa e Kyoka apenas se limitaram a dar um sorriso em direção dela.

- Mas me conte Uraraka. – A voz animada de Hagakure fez que todos prestassem atenção na ruiva de olhos castanhos. – Como é o senhor Bakugou? – questionou maliciosa. – Na revista Vida dos Ricos de Nova York, ele é considerado um dos homens mais ricos e bonitos de toda Nova Iorque, isso é verdade Uraraka?

- Aparecia normal. – Disse relutante. – Senhor Midoriya aparecia mais amigável do que ele. – Escutou uma onda de gritinhos. – Mas ele já é casado com a senhora Midoriya. – As palavras fizeram sair sons de desgosto pela revelação. – Por favor, eu quero um emprego, não um casamento. – falou, mostrando a língua.


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