Dina e eu estávamos em pé perto de nossos armários. Minha amiga ria de alguma coisa que eu dissera, o que me fez realizada. Estava quase que completamente feliz até que Brad chegou, lançando um sorriso falso para mim e envolvendo Dina em seus braços. Se eu pudesse, iria matá-lo, ali mesmo, naquele exato momento.
─ Oi, babe ─ Ele disse, ela olhou para ele parando de rir.
─ Oi, querido ─ Ela deu um beijinho em sua bochecha. Aquela cena me deu ânsia de vômito.
─ Hm... Acho que já vou indo ─ Decidi ser o mais madura que conseguia em relação a esses dois. Quer dizer, ontem conversei com a minha psicóloga e ela disse para eu conversar com Dina sobre o assunto. Então, eu decidi fazer o oposto: evitar falar sobre seu namoro e meus sentimentos a todo custo.
─ Nem pensar! ─ Minha amiga pegou meu braço, me puxando de volta para perto dela, onde eu estava. Que ódio, por que eu tive que me apaixonar justo por ela?! Senti todo o meu corpo se arrepia com seu toque quente.
Brad revirou os olhos.
─ Amor, precisamos de um tempo... Só nós dois ─ O garoto disse, curvando-se na direção de seu ouvido, querendo morder o nódulo de sua orelha.
Dina sorriu de lado, mas afastou-se um pouco dele. Saindo de seu abraço.
─ Tenho aula daqui a pouco, Brad! ─ Exclareceu, recebendo um suspiro nada contente do loiro a sua frente. Eu sorri.
─ É, Brad, ela tem aula daqui a pouco. Nós duas temos. Aliás ─ A abracei de lado, imitando a maneira que ele havia feito ─ melhor irmos andando. O sinal já vai tocar.
Dina riu de mim, achando engraçado a minha brincadeira. Brad se mordeu de raiva, as vezes acho que ele percebe que eu gosto dela. Ou sei lá, talvez ele apenas me ache muito feia para ser amiga de Dina. Seja lá qual seja o motivo, o fato do Brad me odiar era mais do que claro. Isso era gratificante.
─ Você não o suporta, não é? ─ A de cabelos absurdamente cacheados me perguntou, baixinho, me olhando. Sei que é algo da minha cabeça, mas o jeito que ela me olha... É mágico. Ela me olha como se eu fosse importante.
─ Não mesmo ─ Disse, sincera. Ela ficou meio cabisbaixa ─ Mas... Não é eu que devo gostar dele, não é? Você é quem fica com ele.
─ Sim, sim. Eu sei ─ Ela falou, simples. Mas parecia querer uma resposta diferente. O sinal tocou.
O corredor ficou lotado, todo mundo ia para suas respectivas aulas de maneira acelerada. Eu parei antes de entrar na sala, olhando para Dina. A quantidade de pessoas no corredor já havia quase se diminuído a zero rapidamente.
─ Dina, ─ A chamei séria. ─ eu só quero te ver feliz. Não irei atrapalhar seu relacionamento, mesmo que seja com o Brad. Eu... ─ Respirei fundo, meu coração doía. ─ só te quero ver feliz.
Ela sorriu, um sorriso de orelha a orelha.
─ Eu sei disso ─ Ela mordeu os lábios. Eu amo... Quer dizer, odeio quando ela faz isso. ─ Por isso que tenho a melhor amiga do mundo.
Ela pegou meu rosto com a duas mãos e deu um beijo na testa, feliz. Meu Deus o meu gay panic foi tão grande nesse momento. Só sinto meu coração batendo. Entramos na sala e sentamos nos nossos lugares.
Agradeci a qualquer coisa divina que estivesse ouvindo por Dina sentar longe de mim nas aulas de biologia. Abaixei a cabeça tentando acalmar meu coração.
─ Que que houve, Syd? ─ Stanley perguntou, me olhando. Ele sentava-se na carteira ao lado.
─ Nada. Apenas... ─ Levantei a cabeça, para falar com o garoto ─ Sou a melhor amiga do mundo para a Dina.
Stanley é um bom amigo. Nós nos aproximamos justamente por causa de Dina estar namorando com o seboso, a uma semana. Com ele, eu fumo maconha e tenho papos chapada sobre água viva. Ele é conhecido por ser esquisito, as pessoas costumam a evitá-lo por conta disso - eu também o evitava - mas hoje em dia acho que essa é justamente sua melhor qualidade.
Não tenho certeza o que ele entendeu com a frase que eu disse, mas ele apenas sorriu. De um jeito estranho, até para ele.
Olhei para a Dina, lembrando de quando ela segurou o meu rosto. Mas que droga.
O dia passou normal, como a Dina tinha um encontro com o Brad, fui para o boliche com o Stanley e ficamos de bobeira por um tempo. Quando cheguei em casa, fiz comida para meu irmão que havia acabado de chegar da escola já que minha mãe estava no trabalho ainda.
Depois, quando estava sozinha no meu quarto, de pijama, peguei o meu diário e tratei de escrever tudo o que acontecera hoje acompanhado com a data e alguns desenhos mal feitos e desajeitados.
Desde que percebi que estava apaixonada por Dina, o diário parecia mais um caderno sobre a garota do que realmente um diário. Tinham coisas realmente constrangedoras ali envolvendo ela, como um enorme coração escrito D + S, algumas fotos e até mesmo um pouco do batom de cereja dela.
O diário foi ideia da minha psicóloga, ela disse que eu precisava de um ambiente no qual eu podia extravasar, ser eu mesma e me conhecer. Como resultado, agora me conheço tão bem que descobri que sou uma gay triste apaixonada pela melhor amiga hétero que namora um babaca. Ótimo.
Bom, na página do dia de hoje, tratei de detalhar a sensação de ter sido beijada na testa por Dina. Falei de como seu toque era quente e acolhedor e de bônus xinguei o Brad pau pequeno.
O diário é a coisa mais vergonhosa que eu tenho, por isso cuido muito bem dele. Ele não sai da minha casa, apenas nas terças feiras quando vou para a psicóloga, ela exige que eu leve para ela conferir se estou realmente escrevendo. A mulher não lê nada, apenas vê se estou usando as páginas.
Enfim, eu não sei o que faria se esse diário for descoberto por alguém e lido. Principalmente pela minha melhor amiga. Mas isso nunca irá acontecer.
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voltei para terminar essa fanfic linda e xeirosa!
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𝐃𝐈𝐀𝐑𝐘 | sydina [✓]
Fanficㅤㅤㅤ❝você esqueceu seu diário na minha casa ㅤㅤㅤli algumas páginas e... ㅤㅤㅤvocê realmente me ama, babe❞ ── onde sydney tem o péssimo hábito de escrever tudo em seu diário. ou ── onde dina acaba lendo o diário perdido d...